Geaux Saints: Obrigado Drew

Pessoalmente, o momento mais triste que já assisti na televisão foi este da foto acima, a última partida da temporada contra os Buccs, não pela derrota, mas pelo sentimento que acabava ali, uma era. Assisto futebol americano há mais de 10 anos, mas comecei a amar este esporte por causa de Brees, como é o caso de muitos e, se não fosse por ele, tenho certeza que não iria torcer para os Saints e provavelmente não respiraria futebol americano como faço hoje. Ele é, para mim, o maior ídolo em todos os esportes, e posso dizer com muita alegria que o vi jogar in loco. O jogo foi um desastre, Saints at Houston, em 2015, 24×6 para os Texans e o Saints acabava com uma sequência recorde de jogos seguidos com pelo menos um touchdown. Mas nada disso importou muito, a oportunidade de ter visto meu ídolo jogar me fez esquecer o resultado e sair do estádio sorrindo. Por esses e inúmero outros momentos, obrigado Drew.

O dicionário define ídolo como o objeto de adoração que representa uma entidade divina frequentemente associada poderes sobrenaturais. Há maneira melhor de definir Drew Brees para a cidade de New Orleans? Ouso dizer que não existe, na história dos esportes, uma relação tão forte entre atleta e cidade. A trajetória de ambos é surpreendentemente similar; Brees, um quarterback, acabava de ter uma lesão no seu ombro lançador e foi tido por muitos que não poderia voltar a jogar novamente, Nola havia sido devastada pelo furacão Katrina, assolando toda a cidade. Chame de intervenção divina, como quiser, mas a combinação destes dois elementos, desacreditados e sem esperança, fez com que fosse criada uma das franquias mais vencedoras dos últimos quinze anos na liga. Hoje, em New Orleans, Brees é quase que uma entidade intocável, o Santo dos Saints, e natural pensar assim. Ele encontrou uma franquia conhecida por ser um saco de pancadas na liga em uma cidade juntando os cacos da maior tragédia de sua história e quase que imediatamente criou uma cultura vencedora e os deu motivo para acreditar novamente. Para finalizar o assunto Brees e Nola, deixo aqui o tweet do Tyrann Mathieu, natural da cidade, que mostra o quanto Brees representa para todos que vivem lá “Ele significava tudo para nós, muitas vezes o Saints era nossa única esperança, de sorrir e se sentir bem, viver em uma realidade vencedora, aquele homem deu a todos nós vida”. Palavras fortes de uma das maiores personalidades da liga atualmente, então, por todas as coisas boas que você fez para a comunidade neste processo de reconstrução, obrigado Drew.

Além de símbolo de uma das franquias mais vencedoras dos últimos anos, Brees representou fortes revoluções na liga e na forma como ela via a posição de quarterback, pois antes de Brees, era muito raro ver quarterbacks com menos de 1,88 m. Com seus 1,83 m, Drew chegou na NFL e ao se consolidar como um dos melhores da liga, fez com que outros jogadores da posição, que ouviam ser baixos demais para jogar, acreditarem que era possível. Não fosse por Brees, talvez não tivéssemos Russel Wilson, Baker Mayfield e Kyler Murray hoje na liga. Pelas mudanças que proporcionou à NFL, e pelos grandes jogadores que chegaram porque você os fez ver que era possível, obrigado Drew.

As revoluções de Brees não param por aí, ele e Sean Payton, foram responsáveis pelo ataque mais prolífico da liga por quase uma década, colecionaram recordes e mudaram a forma de se atacar na NFL. Brees é o jogador com mais temporadas para mais de 5.000 jardas, mais jardas aéreas, segundo com mais touchdowns, e inúmeros outros recordes que posso ficar o dia todo pontuando. Ele se aposenta com o jogo de futebol americano muito diferente do que quando ele entrou, e pode ter certeza que há influência dele nisso. Brees tinha muitos atributos, mas eu destaco três principais, sua liderança, precisão e leitura de jogo, quando se ouvia um “kill kill” em campo pode ter certeza que sairia coisa boa. Por sua consistência e respeito ao jogo, obrigado Drew.

Muitos vão criticar Brees pelo seu único Super Bowl, mas eu digo: Foda-se os anéis! Ele representa muito mais que isso, e sim, pelos títulos e pela mentalidade, Brady pode ser o maior de todos, mas vai falar isso para os torcedores dos Saints. Apesar de triste, estou ansioso para saber como será a próxima era da franquia e quero muito agradecer por esses mais de 10 anos que assisto e amo a NFL. Para o meu ídolo e de muitos,

Obrigado Drew.

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