Depois de uma temporada extremamente caótica, com jogos históricos, trocas insanas e muitas histórias que serão lembradas para sempre, finalmente chegamos à grande final da NBA 2024/25. E não é nenhuma loucura dizer que quase ninguém esperava uma final tão alternativa quanto essa, afinal nenhum dos dois times ganhou o Larry O’Brien em sua história. Por isso, vamos explicar como e por que Oklahoma City Thunder e Indiana Pacers conseguiram chegar à The Finals.
Oklahoma City Thunder
Depois de anos juntando picks de draft e fazendo escolhas que ficaram sob o radar, o Thunder terminou a temporada regular da NBA com o melhor recorde da liga, conquistando impressionantes 68 vitórias e apenas 14 derrotas. Sob a liderança do técnico Mark Daigneault, a equipe se destacou como uma das mais organizadas e consistentes recentemente, com uma defesa agressiva, um ataque muito eficiente e o mais importante: um coletivo de elite. A estratégia de Daigneault de ter uma defesa sólida e uma boa movimentação da bola, otimizou ao máximo as capacidades de um time tão jovem e talentoso, fazendo com que o Thunder terminasse a temporada como líder em eficiência defensiva, concedendo a menor média de pontos por jogo (105,3) e tendo a menor taxa de arremessos permitidos aos adversários, com apenas 43,7%.
Mas saindo um pouco da estratégia do treinador, precisamos falar sobre o MVP Shai Gilgeous-Alexander. Em uma temporada extraordinária, Shai foi o cestinha da NBA com uma média de 32,7 pontos por jogo, além de ter 6,4 assistências e 5 rebotes por partida. Sua capacidade de marcar pontos de diversas formas — seja por suas rápidas infiltrações ou por arremessos de média distância e do perímetro — o transformou em uma verdadeira máquina ofensiva. Ainda, SGA também evoluiu na parte da defesa e na liderança em quadra, tornando-se a base emocional e técnica deste Thunder que impressionou a todos com sua maturidade e composure em momentos decisivos.
Mas como todos sabem, uma andorinha só não faz verão. Ou seja, é claro que Shai é tem ao seu lado um jovem grupo de apoio com muito talento. Jalen Williams teve uma temporada absurda, com médias de 21,6 pontos, 5,3 rebotes e 5,1 assistências, se consolidando como o principal coadjuvante da equipe. Outro companheiro importante é Chet Holmgren, que entregou médias de 14,8 pontos, 8,6 rebotes e 2,5 bloqueios por jogo, além de proteger o aro com eficiência e ajudar no ataque abrindo espaços para os companheiros, além de pegar importantes rebotes ofensivos, provando a cada dia que mereceu ser a segunda escolha geral do Draft de 2022. Vale destacar também a defesa, que conta com Lu Dort e Alex Caruso, que elevam muito o nível defensivo de Oklahoma quando estão em quadra, trazendo energia e inteligência, conseguindo reduzir o impacto de praticamente todas as equipes da liga.
Por fim, vamos falar sobre a campanha do time nos playoffs. Na primeira rodada, varreu o Memphis Grizzlies sem dificuldades. Logo após, enfrentou seu maior desafio até aqui contra o Denver Nuggets, os vencendo somente no jogo 7, com Shai anotando 44 pontos. Nas finais da Conferência Oeste, superou o Minnesota Timberwolves em cinco jogos, em um masterclass defensivo, anulando Anthony Edwards em quase todos os jogos.
Indiana Pacers
Indiana, a grande surpresa da temporada 2024/25, terminou a temporada regular em alta com um recorde de 50 vitórias e 32 derrotas, garantindo o quarto lugar na Conferência Leste, roubando a vaga do Milwaukee Bucks. Treinados por Rick Carlisle, o time se mostrou semana após semana como o ataque mais rápido e eficiente da liga, mantendo o ritmo produtivo ao liderarem o placar e buscando recuperações inacreditáveis mesmo perdendo por uma margem considerável nos minutos finais, fortemente baseado em transições rápidas e muita movimentação.
Se de um lado SGA é o craque do time, Tyrese Haliburton comanda os Pacers. Com uma temporada de calar a boca dos críticos, Hali se consolidou como um dos principais armadores da NBA. Ele foi o líder da liga em assistências, com uma média de 11,8 por jogo, além de marcar 21,5 pontos e 4,6 rebotes. Mas foi durante os playoffs, que Haliburton elevou ainda mais seu nível. Só para se ter noção, durante o jogo 4 da ECF contra o New York Knicks, Hali anotou um triplo-duplo com 32 pontos, 12 rebotes e 15 assistências sem cometer turnovers, além de marcar a inesquecível cesta de 2 pontos (por um pé na linha) que levou o jogo 1 para a prorrogação.
Mas assim como dissemos para OKC, o coletivo é o diferencial da equipe, e para Indiana isso não é diferente. A chegada de Pascal Siakam de Toronto adicionou experiência (ainda mais já tendo sido campeão), versatilidade e um grande potencial ofensivo ao elenco, sendo o principal cestinha dos Pacers nos playoffs, com uma média de 21,6 pontos por partida. Sua habilidade para atuar tanto no perímetro quanto no garrafão ampliou as alternativas ofensivas da equipe, além de tirar o foco da defesa de Haliburton. Além de Siakam, Aaron Nesmith se firmou como um dos defensores mais eficientes do time, além de ser uma ameaça constante do perímetro (destaque para as seis bolas de 3 no 4° quarto no jogo 1 da ECF). Ainda, Myles Turner se manteve como a principal peça defensiva no garrafão, além de contribuir ofensivamente, abrindo espaços em quadra para os scorers da equipe.
Nos playoffs, os Pacers passaram por cima do Milwaukee Bucks em apenas cinco jogos, mas foi contra a sensação Cleveland Cavaliers que veio a grande surpresa: vitória na série também em cinco partidas, passando o trator na equipe que liderou o Leste a temporada inteira. Por fim, enfrentaram o New York Knicks nas finais do Leste em uma série inesquecível, que teve reviravoltas inacreditáveis, muita fisicalidade e provocação, vencendo em seis jogos
Palpite: Thunder em 6 jogos.
Apesar da série prometer muita intensidade, o coletivo de OKC parece estar mais em sintonia que Indiana, que deslizou em alguns jogos dos playoffs. Entretanto, não esperem massacres durante a série. A expectativa é de todos os jogos entregarem muita emoção, afinal as duas franquias querem conquistar o primeiro título de sua história.
Por Bruno Oliveira