Enfim, chegamos à decisão da Stanley Cup da temporada 2024/25. E com ela, também chega a expectativa de uma série de 7 jogos de tirar o fôlego com um embate entre o Florida Panthers e o Edmonton Oilers, reeditando o duelo do ano passado, que foi conquistado pelos Panthers em um jogo 7 inesquecível. Ainda, vale destacar que enquanto a equipe da Flórida busca estabelecer uma dinastia com dois títulos seguidos, os Oilers têm a esperança de acabar com um jejum canadense que já perdura por mais de trinta anos.
Desde 1993, quando o Montreal Canadiens ergueu o troféu, nenhuma equipe canadense conseguiu conquistar a Stanley Cup, sendo a maior seca do país na história da NHL. Além disso, a seca é ainda pior para os Oilers, já que a franquia que dominou a liga na década de 1980 com cinco conquistas – liderados por Wayne Gretzky e Mark Messier – não vence um título desde 1989/1990. 35 anos de sina.
Florida Panthers: uma defesa sólida e um forte ataque coletivo
Os Panthers alcançaram sua terceira final consecutiva, marcando um feito muito incomum na NHL contemporânea. Depois de conquistar a Stanley Cup em 2024 e perder para os Vegas Golden Knights em 2023, o time dirigido por Paul Maurice demonstra solidez defensiva e uma versatilidade ofensiva impressionante. Na temporada regular, Flórida teve um ótimo desempenho, com 47 vitórias, 31 derrotas e 4 derrotas na prorrogação (47–31–4), assegurando o segundo lugar na Divisão do Atlântico.
Já nos playoffs, a equipe se provou em séries muito parelhas e venceu com autoridade o clássico da Flórida contra o Tampa Bay Lightning em cinco jogos, o Toronto Maple Leafs em um série duríssima de sete partidas e o Carolina Hurricanes em cinco confrontos com poucos sustos. Mas o que mais impressionou os fãs foi a defesa dos Panthers. O time conseguiu restringir os oponentes a uma média de 2,11 gols sofridos por jogo (melhor marca da NHL), graças a um sistema defensivo bem estruturado. O trio de defesa formado por Gustav Forsling, Aaron Ekblad e Brandon Montour vem sendo muito eficiente na obstrução de chutes, além da força física e visão de jogo.
Mas o grande destaque é o goleiro Sergei Bobrovsky que, aos 36 anos, tem um percentual de defesas de 92,3% nos playoffs e uma média de 2,05 gols sofridos por partida, se mostrando crucial nas vitórias contra franquias com outros goleiros de alto nível como Andrei Vasilevskiy, Jeremy Swayman e Igor Shesterkin.
No setor ofensivo, destaque para Sam Reinhart, com 81 pontos (42 gols e 39 assistências) na temporada regular e a manutenção da boa performance durante os playoffs. Junto a ele, Aleksander Barkov, indicado novamente ao Selke Trophy, é a alma da equipe, sendo um dos principais líderes desse grupo, além de Matthew Tkachuk, que vem ganhando muitos duelos nesta pós-temporada
Por fim, vale destacar o reforço de Brad Marchand, veterano do Boston Bruins. Sua chegada não trouxe apenas experiência em playoffs, mas também uma mentalidade competitiva e agressividade que se adapta perfeitamente ao estilo dos Panthers.
Edmonton Oilers: em busca de redenção e o fim de uma seca
Agora, é hora de falar dos Oilers. Vindos de uma temporada regular que resultou em 48 vitórias, 29 derrotas e 5 reveses na prorrogação (48–29–5), terminando em segundo na Divisão do Pacífico, o alto nível persistiu durante os playoffs, ao vencerem uma série contra o Los Angeles Kings, superando uma desvantagem inicial de 0–2 e finalizando em seis jogos. Em seguida, eliminou o campeão de 2023, Vegas Golden Knights em cinco jogos e passou pelo Dallas Stars, também em cinco.
A força do time se baseia na excepcional dupla Connor McDavid e Leon Draisaitl. McDavid (para muitos o melhor jogador dessa geração) foi o líder da liga com 74 assistências e acumulou 116 pontos ao longo da temporada, enquanto Draisaitl, conquistou o Troféu Rocket Richard ao anotar 52 gols, sendo um dos principais artilheiros da liga. Também vale destacar o defensor Evan Bouchard que teve uma temporada espetacular que culminou em 82 pontos (18 gols e 64 assistências), tornando-se um dos melhores jogadores de power play na NHL. Seu desempenho vem sendo crucial para o sucesso tanto ofensivo quanto defensivo de Edmonton.
Entretanto, nem tudo são flores. Zach Hyman, que liderou a equipe nos playoffs, marcando 14 gols, não participará da final após uma cirurgia no joelho realizada durante a série contra o Dallas Stars. Apesar de sua ausência ser um grande baque, a equipe celebra o retorno de Connor Brown, que retorna de uma lesão no tornozelo.
Por fim, Stuart Skinner se firmou como o titular indiscutível do gol dos Oilers, com um percentual de defesas de 91,5% e uma média de 2,67 gols sofridos por jogo durante os playoffs. Contudo, ele enfrentará seu maior desafio frente ao versátil e forte ataque dos Panthers.
Análise no rinque: Intensidade contra técnica
Taticamente, a série apresenta dois estilos opostos. O Florida Panthers adota uma estratégia física, com um forecheck agressivo que força erros na zona neutra para aproveitar oportunidades em contra-ataques. Seu sistema defensivo é um dos mais eficazes da NHL, criado para neutralizar os principais jogadores adversários.
Enquanto isso, Edmonton foca na técnica e na velocidade. Sua transição ofensiva, conduzida por McDavid, é a mais letal da liga e o power play, com 29,7% de aproveitamento na temporada regular, é outro ponto de extrema atenção. A ausência de Hyman, entretanto, pode diminuir a presença física e a eficácia nos rebotes ofensivos.
Palpite: Florida Panthers em 6 jogos.
A consistência defensiva, aliada à profundidade ofensiva e à experiência dos Panthers, deve prevalecer. Se conquistarem o bicampeonato, a franquia da Flórida não apenas consolidará sua dinastia, mas também reafirmará o modelo de sucesso baseado em defesa sólida, equilíbrio tático e liderança veterana.
Por Bruno Oliveira
