Redskins e Free Agency: As necessidades vistas sob os olhos do torcedor quase acéfalo

Parte 1: Ataque

No próximo dia 14 de março inicia-se o período para assinatura de jogadores via free agency para todas as franquias da NFL (na realidade, as conversas iniciam-se em 12 de março, mas só pode haver assinaturas a partir do dia 14).

Como só os Redskins importam aqui nestas linhas quase acéfalas, resolvi expor alguns comentários acerca de nossas necessidades e qual destas necessidades se encaixam melhor para este período.

Não vou falar de nosso histórico neste período, que o colega Junior Gomes irá delimitar em artigo a ser publicado um pouco mais próximo da abertura do mercado, mas vou citar apenas um nome que dá arrepios em qualquer torcedor pele-vermelha que acompanhe a NFL há algum tempo: Albert Haynesworth.  Procurem no Google.  Este nome dá arrepios em minha espinha até hoje.

Como a idéia é expor nossas necessidades e quais deveriam ser nossos pontos nodais na free agency, para caso o amálgama Allensnyder¹ venha a pensar em nossa franquia seriamente.  As necessidades do elenco são diversas – como em quase qualquer franquia –, mas têm um denominador comum: muitas delas podem ser já supridas pelo próprio elenco que já temos assinado hoje, bastando os jogadores se manter saudáveis.

Por outro lado, com o final da novela Kirk “Kurt” Cousins, já temos uma certeza: teremos por volta de U$31milhões disponíveis para novos contratos, já descontado o valor que teremos de pagar referente ao nosso novo melhor QB de todos os tempos porque joga no meu time, o glorioso Alex Smith.  Só faltam as necessidades – e vamos a elas, começando pelas referente ao ataque.

A primeira necessidade ofensiva que se verifica em nosso elenco, até porque o ataque via aéreo é algo muito mais visualizável do que as linhas, é que nossos wide receivers são um corpo deficiente:  temos um WR que evoluiu em sua, efetivamente, primeira temporada conosco  e pode vir a ser grande (Josh Doctson); temos um backup decente no WR Ryan Grant, que evoluiu e mostrou que pode vir a ser um bom 4º WR no roster.  Temos um slot receiver que regrediu durante 2017 no WR Jamison Crowder, mas que traz uma dúvida: até onde os fumbles podem ter significado uma quebra em sua confiança?  A meu ver, tirar do Crowder as atividades de kick e punt returner acabou fazendo com que ele, no final da temporada, viesse a recuperar um pouco da confiança e voltar a jogar razoavelmente bem.

Um bom reflexo desta necessidade de wide receivers se mostra em comentários feitos pelo técnico Jay Gruden após o final da temporada regular, que mostrou sua preocupação com a falta de um WR rápido, para esticar o campo em jogadas. Josh Doctson, apesar de em ascensão, não parece ser o mais indicado para a função, sendo que suas principais características são bolas disputadas, face sua agilidade e domínio do corpo no ar – não a velocidade.  E quais são os free agents que podem fazer esta função, estarão disponíveis na free agency e que teremos possibilidade de contratar?

O primeiro nome “dos sonhos” seria o WR Jarvis Landry, atualmente em Miami.  Excelente recebedor, faz todas as funções em campo, incluindo esticar o campo – apesar de não ser muito rápido (ainda vejo DeSean Jackson correndo e o paradigma desta função), ele tem grande aceleração e ótimas mãos, livrando-se dos defensive backs até 10 jardas da linha de scrimmage em ótimos double moves ou se aproveitando de seu porte.  O problema?  É caro, um contrato de por volta de U$18/20 mihões anuais que terá um impacto mínimo de uns U$10/15 milhões no primeiro ano.  Entretanto, Miami já anunciou que irá exercer a franchise tag, teremos que buscar outras opções.

O segundo nome “dos sonhos” é o WR Allen Robinson.  Vindo de uma lesão de rompimento de ligamento dos joelhos – o que pode gerar um contrato de por volta de U$14/16 milhões anuais, com impacto mínimo de U$10 milhões no primeiro ano –, é rápido e tem boas mãos.  Seu problema? Além da lesão – que, sinceramente não me preocupa muito –, seu contrato pode ser inflado pelo mercado para valores acima do quanto acho que ele vale, tornando seu custo-benefício mais complicado de digerir.

Allen Robinson, wide receiver do Jacksonville Jaguars

O terceiro nome que pode ser encarado como “dos sonhos”, em minha opinião, seria o WR Paul Richardson, do Seattle Seahawks: rápido, novo (26 anos, isto é, a dois anos de seu potencial máximo) e uma ótima aposta para o futuro.  Porém, seu máximo foram 703 jardas recebidas, o que ocorreu na temporada passada, sendo que, no esquema errático do ataque aéreo dos Seahawks, vemos que ele é ótimo em improvisações em scrambles do QB – o que não vejo ocorrendo com muita frequência ano que vem, já que teremos (toc, toc, toc, batendo na medeira) nossa linha ofensiva sadia novamente –, devendo correr rotas com mais naturalidade.  Sua previsão de contrato seria por volta de U$12/14 milhões anuais, com impacto mínimo de U$8 milhões no primeiro ano.

Há algumas outras opções: o WR Josh Gordon, para mim o mais talentoso da free agency, mas um grande ponto de interrogação com seu histórico de abuso de substâncias não permitidas pela liga – o que, diga-se, é um grande impeditivo para ele vir para DC, por motivos até certo ponto corretos de Allensnyder; o WR Marqise Lee, que gostava muito no draft de 2014, mas que não parece ter muita velocidade; o WR Mike Wallace, que é rapidíssimo, mas tem problemas com drops que enervam mesmo os não-torcedores da franquia que ele está; e o WR Cameron Meredith, que vem de lesão, mas tem potencial para ser uma zebra (a franquia de Filadelfia acabou com a palavra underdog para mim, por puro motivo de rivalidade) com um grande upside.

Além do corpo de recebedores, vejo como necessidade ofensiva também um novo Left Guard.  Sempre quis um bom Center para nossa linha ofensiva, e parece que Chase Roullier está se tornando um imenso steal.  A classe de draft de 2018 tem bons nomes para a posição e, caso o G Quenton Nelson esteja disponível, não há que se pensar duas vezes – havendo inclusive depth para aguardarmos a segunda ou terceira rodada antes de endereçarmos a necessidade.  Mas a free agency também tem alguns nomes interessantes para compor nossa OL.

Nestas linhas quase acéfalas, o melhor Guard disponível na free agency é Andrew Norwell, dos Panthers. Para mim, o único que valeria um gasto de verdinhas forte: um contrato de U$12/14 milhões anuais, com um impacto mínimo de por volta de U$10 milhões no primeiro ano.  Justin Pugh, por sua vez, é a andorinha única da linha ofensiva dos nossos rivais nova-iorquinos, e traria um upside: iríamos enfraquecê-los ainda mais – mas não vale o mesmo que Norwell, apesar de ainda ter 28 anos.

Andrew Norwell, guard do Carolina Panthers

Não vejo um terceiro nome que possa ser contratado como impacto imediato nessa posição e possa ser uma opção melhor que o draft: os outros nomes disponíveis ou têm no run blocking sua maior deficiência (Josh Kline, Zach Fulton), ou têm lesões sucessivas (Jack Mewhort, Evan Smith), o que não me parece ser uma boa idéia de contratações.

A última necessidade ofensiva que temos seria na posição de running back.  Minha impressão quase acéfala, entretanto, é contrária a esta visão.  Samaje Perine veio evoluindo em suas corridas e visão de jogo ao longo da temporada e deve ser o principal RB da equipe na temporada que vem, auxiliado por Rob Kelley (que, por conta de lesões, não foi mais efetivo, mas vinha correndo bem) e por Chris Thompson, esse baixinho excepcional que, para mim, ultrapassará 1400 jardas de scrimmage em 2018.

Mas minha posição é minoritária entre os torcedores, que não aguentam mais um jogo corrido não efetivo (nosso último RB com mais de 1000 jardas foi Alfred Morris, há algum tempinho já).  Mas há algum free agent que possa, efetivamente, colaborar em nosso jogo corrido?  Sim, há.

Não vou comentar aqui sobre Le’Veon Bell.  Além de caríssimo, duvido que saia dos Steelers, e não gosto de escrever linhas inócuas – será que seriam?  O próximo da lista é Dion Lewis, um running back que teve sua primeira temporada completa sem lesões em 2017 – justo em seu último ano de contrato com New England.  Excelente com a bola e em recepção de passes, ele seria uma ótima adição ao nosso backfield, e acredito que por U$8/10 milhões anuais ele seria contratável.

Carlos Hyde?  Ótimo, mas eu o vejo como um RB melhor encaixado em um sistema de zone blocking, que não é nossa principal característica.  Vejo dois RBs com melhores fit em nosso sistema de bloqueio para corridas: Isaiah Crowell (Browns) e Jerick McKinnon (Vikings).  O primeiro, que muitos não vêem com bons olhos, caiu em desgraça com o – péssimo – técnico de Cleveland, que deixou de utilizá-lo apesar de sua ótima média de 4,4 jardas por corrida;  o segundo, um running back completo, com potencial para ser o Kareem Hunt de nosso Alex Smith.  Seus valores seriam equivalentes, em minha opinião, aos de Dion Lewis.

Temos assim, em minha visão, praticamente três necessidades de ataque – ou duas, se concordarem com minha opinião sobre os running backs.  Duas destas três necessidades têm resposta mesmo que não consigamos assinar neste período, pois há depth no draft – a maior exceção, a meu ver, é na posição de wide receiver: além da adaptação para a NFL ser lenta na posição, vejo apenas um blue chip da posição neste draft 2018, Calvin Ridley.

Que Touro Sentado ilumine os contatos e os contratos de Allensnyder nesta free agency.

Para o ataque, é isso.

#HTTR

texto por Antonio Cruz
revisão por Diogo Miranda

___
¹ Bruce Allen e Daniel Snyder, presidente e dono dos Redskins, a dupla de dirigentes que compete para ser a pior de todos os tempos da NFL. Novamente: procurem no Google.  Albert Haynesworth.  É sério.

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