O Baltimore Ravens chegou a Foxboro para tirar a má impressão que ficou do último jogo contra Miami. Mas o que se viu em campo no domingo da semana 3 não foi nada satisfatório. Pelo andar da carruagem nesse ritmo, é perigoso dizer que são questionáveis as chances de playoffs do time.
Defesa ainda tá devendo
Correndo o risco de ser repetitivo, podemos começar pela tragédia que se tornou a defesa contra o passe. Chegando como a pior da NFL no quesito, Baltimore se esforçou para dar uma melhora nos números de Mac Jones. Já no primeiro tempo, com menos de 10 passes completos, o quarterback de New England já tinha mais de um campo inteiro de jardas.
Tudo bem, o QB dos Patriots foi interceptado três vezes, mas nada justifica a partida que Davante Parker fez no jogo. Foram cinco recepções com média de 31 jardas por recepção. Isso explica o fato de o time ser o pior de todos atualmente contra o jogo aéreo adversário.
Também vimos que o pass rush do time, sem Justin Houston, não existe. O front dos Ravens quase não promoveu desafio contra a linha ofensiva. e pouco fez para parar Rhamondre Stevenson, que produziu média de 6.1 jardas por carregada em 12 corridas.
O mais frustrante de tudo isso é que vimos um ataque pouco criativo dos Patriots comandados por Matt Patricia. Tudo muito simples, pouco criativo, coisa que um time com uma defesa mais decente pararia com facilidade. Porém, Baltimore não teve condições de contar o esquema ofensivo adversário.
Para não dizer que tudo foi só tragédia, a unidade conseguiu descolar 3 turnovers, além de um fumble forçado do calouro Kyle Hamilton, o safety que já vinha chamando a atenção da orcida negativamente por ainda não mostrar os resultados que produziu no college football.
Com lamar inspirado, ataque ainda tá entregando
Sem poder contar com a defesa dando campo curto dessa vez, ficou por conta de o ataque ter de fazer bastante pontos ou torcer para que New England fosse muito incompetente com a bola na mão. E aí a coisa se complicou para Lamar Jackson.
Em termos de passe, o que teve um começo promissor se tornou um martírio. Sem Mekari do lado esquerdo, que deixou o jogo por conta de lesão, a linha parecia fragilizada, deixando Lamar muito exposto. Precisou de duas campanhas fracassadas e a primeira virada do adversário para que o esquema ofensivo resolvesse fazer o óbvio.
O óbvio nesse caso foi aproveitar o retorno de J.K. Dobbins e fazer o que o time sabe fazer melhor: correr com a bola. Foi assim que o time retomou a liderança do placar no fim do primeiro tempo e deu um jeito na atuação apagada dos WR’s na tarde. Justice Hill foi outro que soube aproveitar a oportunidade e se destacar no jogo.
Rashod Bateman fez muito pouco em campo. Já Devind Duvernay teve bastante destaque, principalmente como retornador. Infelizmente, a principal oportunidade que Devin Duvernay teve em campo de produzir mais foi frustrada por um passe horrível de Lamar Jackson. Passe este que foi interceptado e capitalizado pelo ataque dos Pats que anotou o primeiro touchdown do time.
Apesar de momentos marcantes, Mark Andrews teve atuação modesta, assim como Isiah Likely. A bem da verdade, o calouro vem colecionando atuações de modestas a apagadas desde a semana 1, se mostrando, até aqui, apenas um pre-season wonder.
O que sobrou
Os destaques positivos de Baltimore acabam por ser, além de Devin Duvernay, o jogo corrido do time que conseguiu manter o ataque de Baltimore produtivo enquanto a defesa permitia que Davante Parker avançasse um caminhão de jardas em campo para equilibrar o placar de um jogo que, em tese, deveria ser fácil.
Também temos que falar de Lamar Jackson. Depois de uma relação conturbada com a OL, o QB se achou no jogo e terminou a partida com 62% de aproveitamento (18/29) para 218 jardas e 4 touchdowns, além de 11 corridas para 107 jardas, média de 9.7 por tentativa. Não posso afirmar se a vontade de ser pago tem a ver com isso, mas de fato parece que o camisa 8 veio determinado para esta temporada.
O Baltimore Ravens encerra sua incursão pela AFC East semana que vem contra o favorito ao Super Bowl, Buffalo Bills, um jogo que será o teste de fogo para a defesa.
