Neste fim de semana teremos os Divisional Rounds e vamos conhecer os finalistas de cada conferência. Na NFC, teremos dois grandes duelos: um deles será entre Saints e Buccaneers, ou seja, Drew Brees contra Tom Brady. A expectativa é grande, mas o que esperar de cada time?
New Orleans Saints
O time de Nova Orleans passou pelo wild card atropelando o Chicago Bears. O começo do jogo até foi equilibrado com as defesas se sobressaindo, contudo, após algumas falhas do adversário, o time liderado por Drew Brees dominou o jogo e passou sem sustos.
Ataque forte e equilibrado
É verdade que Brees não é mais o mesmo, ele tem sido muito mais cauteloso nos passes, evitando tantas big plays como em outros anos. Sua média de jardas por passe na temporada foi de 7.5, mas um gênio como ele sabe se reinventar. O QB teve apenas 24 passes para touchdowns neste ano, em 12 jogos, ume média de dois por partida.
Em compensação, apenas seis interceptações, mostrando um cuidado especial com a bola.
Além disso, Brees tem uma porcentagem sensacional de passes completados (70.5%), a segunda melhor da liga, mostrando que mesmo sem tentar tanto o fundo de campo ele sabe como fazer seu time andar.
A linha ofensiva de New Orleans merece um destaque especial. Uma das top dez da liga, a OL fez um grande trabalho dando tempo para seu QB trabalhar, mesmo que o miolo da linha ainda precise – e deva – evoluir. Além de proteger Brees de forma competente, fizeram um incrível trabalho abrindo espaços para o jogo corrido.
No geral, os Saints foi o quinto time com mais pontos na liga (482), o sexto em jardas corridas (2265) e o 19° em jardas aéreas (3758). Sendo um dos cinco times que terminaram a temporada regular com média superior a 30 pontos por jogo. Se o ataque aéreo já não é mais tão pujante, o jogo corrido compensa e equilibra as ações.
Alvin Kamara
Não dá para falar do ataque de New Orleans sem falar de Alvin Kamara. O RB é o motor da equipe, sempre atraindo atenção das defesas adversárias. Foram 932 jardas correndo em quinze partidas no ano, média de cinco por tentativa. Mas, ele também é uma grande ameaça no jogo aéreo, tendo somados incríveis 756 jardas de recepção na temporada.
Além disso, Kamara foi o terceiro melhor em jardas de scrimmage no ano (1688). Sendo o jogador com mais TDs em toda a NFL (21), com dezesseis corridos e outros cinco recebendo passe. Ou seja, Alvin Kamara é uma das principais armas dos Saints.
A Defesa que Brees sempre mereceu
Durante vários anos houveram criticas ao sistema defensivo dos Saints, alegando que este não era compatível a qualidade do ataque e que, por isso, o time teria falhado tantas vezes nos playoffs.
Porém, este ano não é o caso. A Defesa foi uma das melhores da NFL durante a temporada regular e já mostrou estar atenta à intensidade que a pós-temporada exige. Foram 4974 jardas totais cedidas, a quarta melhor marca da liga, a quinta em jardas aéreas (3472) e também quarta nas terrestres (1502).
A equipe forçou 26 turnovers na temporada regular (18 interceptações e 8 fumbles forçados), ficando, novamente, com a quarta melhor marca da NFL. Sem um único grande destaque, a secundária tem feito um bom trabalho. Para se ter uma ideia, o time tem três jogadores com três interceptações cada, Malcolm Jenkins (S), Janoris Jenkins (CB) e Marcus Williams (S).
Além do bom trabalho na secundária, a pressão está chegando aos QBs adversários. Nesse sentido, foram 45 sacks durante a temporada, oitava melhor marca, sendo que o DE Trey Hendrickson liderou o time neste quesito com 13.5.
Portanto, tudo leva a crer que não será a defesa a principal vilã em uma eliminação dos Saints.
Tampa Bay Buccaneers
Depois de 12 anos longe dos playoffs, os Buccaneers tiveram a tarefa de enfrentar o Washington Football Team no wild card, e, apesar de alguns sustos, se classificaram com relativa tranquilidade.
Força Aérea
Não que os Bucs não corram com a bola ou tenham atletas capazes, mas a força do time está no jogo aéreo e na capacidade de Tom Brady em distribuir TDs. Tampa teve a segunda maior média de jardas aéreas por partida (289.1), ficando atrás apenas dos Chiefs de Patrick Mahomes. Além disso, apenas Green Bay teve mais passes para touchdowns que os Bucs (48 contra 42).
E o que dizer de Tom Brady? Mesmo aos 43 anos, o QB fez grande temporada. Foram 4633 jardas, terceira melhor marca da liga, mais 40 passes para TD, sendo o segundo melhor no quesito.
Porém, nem tudo são flores para Brady, o QB teve problemas lançando sob pressão, cometendo erros que não eram de seu feitio, inclusive acumulando um total de doze interceptações.
No geral, os Bucs foram o terceiro time com mais pontos na liga (492), o terceiro em jardas aéreas (4626), mas o quinto pior em jardas terrestres (1519). E assim como o Saints, um dos cinco times que terminaram a temporada regular com média superior a 30 pontos por jogo. Desta forma, seu ponto mais forte no ataque é exatamente o oposto de seu adversário.
Múltiplos Alvos
Parte do sucesso de Brady se deve ao excelente corpo de recebedores da equipe. Quatro jogadores passaram das 500 jardas recebidas, são eles: Mike Evans, Chris Godwin, Rob Gronkowski e Scotty Miller. Não bastasse, o Bucs adicionaram Antonio Brown e este chegou a 483 jardas de recepção em apenas oito partidas.
Dentre tantas ótimas opções, uma se destaca: Mike Evans. O WR foi o alvo mais procurado por Brady, com 109 passes em sua direção, totalizando 70 recepções e 1006 jardas, melhor marca do time. Além disso, foram sensacionais 55 primeiras decidas conquistadas, isso tudo sem sofrer sequer um fumble. Evans tem uma capacidade fenomenal na execução das rotas, podendo ser utilizado tanto no slot como em profundidade.
Defesa desequilibrada
A defesa de Tampa foi a sexta melhor da liga em jardas totais cedidas (5234), mas o desequilíbrio é um problema. Contra o jogo corrido, a eficiência é esplendida, sendo a melhor na NFL em jardas cedidas, com apenas 1289. Mas a secundária tem deixado a desejar, colocando o time apenas no 21° lugar contra o jogo aéreo. Mesmo conseguindo 15 interceptações no ano, o time sofreu com jogadas em profundidade e com a dependência do CB Carlton Davis, líder da equipe em passes desviados (18) e interceptações (4).
Mesmo assim, de forma geral, é uma boa defesa. Sendo a oitava que menos cedeu pontos aos adversários durante a temporada e conseguindo forçar 25 turovers. Entretanto, precisa ser mais regular e atenta em relação ao jogo aéreo.
O que esperar do Jogo
Claro que uma das principais atrações e chamativos deste confronto é mais um, e talvez o último, embate entre Brees e Brady.
Os times já se enfrentaram duas vezes na temporada regular, com duas vitórias bem convincentes dos Saints, mas nos playoffs o papo é outro. Brady domina todas estatísticas possíveis de QBs em pós-temporada e tem a experiência necessária para vencer o jogo.
Todavia, isso não será possível se a OL dos Bucs não segurarem a pressão da ótima defesa de Nova Orleans, um dos principais méritos nas duas vitórias durante a temporada. Brady sofreu demais com a pressão nos dois jogos e claro que Sean Payton sabe exatamente o que fazer para repetir isso e tentar a vitória.
Nos ataques, devemos ver um Saints priorizando o jogo corrido e passes curtos, mesmo sabendo da eficiência da defesa adversária neste ponto. Afinal, não da para deixar de usar sua principal arma em um jogo deste tamanho. Já o Buccaneers e Brady vão continuar colocando seu potente jogo aéreo em ação e tentando explorar o fundo do campo, mesmo enfrentando uma das defesas mais equilibradas e eficientes da liga.
Em jogos como esse, a quantidade de turnovers sempre influencia muito, e os Saints parecem mais preparados para essa batalha. Enquanto isso, Bruce Arians terá de reforçar para seu experiente QB o quão importante é sair, de preferencia, zerado em número de erros para assim se sagrarem vencedores.