Em um dia de poucos erros, o Baltimore Ravens, mesmo sem importantes titulares em campo, conseguiu fazer um jogo convincente contra o Cincinnati Bengals. O placar apertado de 27 a 24 talvez não reflita como o Baltimore Ravens conseguiu ser consistente. A vantagem até poderia ser maior se o time não tivesse cometido algumas gafes importantes durante a partida. Mesmo assim, o que rolou em campo foi o suficiente para dominar o adversário na própria casa.
A nova cara do ataque
Se na semana passada as coisas pareciam fora de eixo, na semana 2, o ataque comandado por Todd Monken parece ganhar finalmente a sua cara. A distribuição da bola tanto para as corridas quanto para os passes denota que o coordenador ofensivo finalmente fez progressos no ataque aéreo, achando o ponto de equilíbrio ideal do ataque, sem mesmo abrir mão da qualidade atlética de Lamar Jackson. Qualidade esta que se mostrou fundamental em vários momentos para manter o setor ofensivo em campo.
Isso nos leva a pensar o que poderiam ter sido as estatísticas do jogo se tivessem em campo Ronnie Stanley, Tyler Linderbaum, J.K. Dobbins e Odell Beckham Jr, que deixou o campo na segunda metade da partida por conta de uma lesão no tornozelo. O jogador deixou o jogo com 3 recepções e uma média de 9,7 jardas.
A volta de Mark Andrews também serviu de parâmetro para termos uma ideia do que já desconfiávamos: com alvos tão importantes ao seu redor, Andrews perderia um pouco de espaço no volume de alvos, uma vez que Lamar teria uma possibilidade maior de distribuir a bola. Uma vez que a confiança do camisa 8 com seus recebedores aumenta, este ataque se torna mais versátil e perigoso.
Deram WD-40 para Lamar Jackson
Agora que está desenferrujado, vimos o jogador que quebra quadris e entorta pernas dos adversários para ganhar espaço em campo. Mas não só isso: se ainda há críticos de Lamar como passador, esse foi mais um jogo para calar a boca. Foram 73% de passes completos (24 de 33 totais) para 237 jardas e 2 touchdowns. E quando se pensou que ele estava meio impreciso nos passes em profundidade, Lamar acha uma bomba de 54 jardas para Zay Flowers e botar o jogo nos trilhos para Baltimore.
Inclusive, Zay Flowers é um capítulo à parte neste jogo. O segundo com mais recepções do time, Flowers conseguiu produzir uma média de 15.5 jardas por recepção (foram 4 ao todo), mostrando sua capacidade de esticar o campo e conquistar jardas após receber a bola. Depois de tanto tempo insistindo, começa a se desenhar que Eric DeCosta pode ter enfim acertado na posição de Wide Receiver.
Envergou, mas não quebrou
Mesmo com a secundária desfalcada, sem Marlon Humphrey e Marcus Williams, a defesa do Baltimore Ravens conseguiu dar conta do recado, principalmente com o campo mais curto. O jogo poderia ter acabado 30 x 17, não fosse os especialistas terem ganhado um destaque particular: um FG de 59 jardas perdido por Justin Tucker e um retorno de punt de 81 jardas dos Bengals para o touchdown.
Fora isso, a defesa conseguiu neutralizar bem o ataque do time da casa, com um destaque especial para Patrick Queen, com uma capacidade boa de leitura do QB para neutralizar jogadas próximo à linha de scrimmage e dando pouco espaço para uma virada de momentum.
Verdade seja dita que alguns problemas crônicos de Baltimore ainda estavam lá, como o apressamento de passe. Joe Burrow teve uma média de pouco mais de 2 segundos para poder procurar seus alvos e realizar suas jogadas. Também vimos Brandon Stephens entregar alguns passes em profundidade – embora esse tipo de problema não tenha sido exclusividade só dele.
Entretanto, tudo isso foi compensado pela inteligência de Patrick Queen como dito acima, a interceptação de Geno Stone em um passe na redzone de uma campanha que já era dada como um touchdown certo, além de permitir uma atuação tímida dos recebedores. Ja’maar Chase foi pouco produtivo na partida e a válvula de escape do ataque adversário se concentrou nas corridas de Joe Mixon.
O próximo compromisso do Balimore Ravens será dia 24, no M&T Bank Stadium contra o Indianapolis Colts, às 14h
