O último dos heróis

Quinta-feira, 28 de julho de 2022. O Orioles encerrava sua série contra o Tampa Bay Rays e vencia o jogo por 1-0 na parte baixa da oitava entrada. No dia em homenagem ao super fã, Mo Gaba, Trey Mancini rebatia a bola para o campo direito central.

Ela ficou pendurada, é verdade. Parecia ser uma eliminação de rotina. Mas quis o beisebol que aquele momento fosse diferente. O sol atrapalha o defensor que acaba recebendo uma bolada na bochecha. Não só Austin Hays anota a corrida como Mancini chega salvo no home plate para capitalizar um inside-the-park Home Run. O primeiro depois de 10 anos.

O estádio veio abaixo. Aquela ali seria a última vez de um jogador que, para uma torcida que está sedenta depois de anos nos escombros da MLB, significava muito mais do que um simples jogador de beisebol.

Joseph Anthony “Trey” Mancini III. Ou simplesmente, Trey. Na franquia desde 2013, se tornou um símbolo de luta, perseverança, resiliência e persistência. Ele é mais do que os números em uma planilha para nós, torcedores do Orioles.

Os negócios no beisebol são difíceis e de certa forma irracionais quando se trata de um jogador tão identificado como foi Mancini para Baltimore. Não só pelo Home Run nos primeiros at-bats na MLB, por se sacrificar em atuar numa posição que não é a sua, passar por times terríveis e se manter positivo, lutar contra um câncer, vencer e dar a volta por cima.

Ele não foi apenas um primeira base/rebatedor designado. Ele foi a cara da franquia dentro e fora de campo. O envolvimento com a comunidade e o Home Run Derby de 2021 deixou tudo isso claro. Os homens de negócios do esporte podem fazer os seus movimentos visando o que eles entendem ser o melhor para o time. Mas o imensurável é sagrado. Como olhar para o lineup sem vê-lo entre os nove titulares e saber que não estará de volta e/ou se um dia voltará?

É duro escrever numa hora dessas. O retorno da troca pode vingar ou não, isso só o futuro irá mostrar. (Off: sem querer o front office do O’s News acertou parte da troca)

Ficamos felizes por você, Trey. Merecia um time que lhe desse condições reais para brigar por aquilo que você merece conquistar: a World Series. O que nos consola é que o laranja sempre cairá bem.

Para quem ficar, é construir novas histórias. Se inspirar naqueles que deixaram os bons exemplos e seguir com a vida. Mancini demonstrou tudo isso quando esteve na franquia e quem ficou pode aprender o certo e escrever novos capítulos.

Se um dia voltará, não sabemos. Mas de uma coisa é certa, pois segundo suas próprias palavras: “Uma grande parte de mim sempre será um Oriole e uma grande parte do meu coração sempre estará em Baltimore”.

Isso não tem preço que pague.

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