O preço pago por ser um underdog

O São Diego Padres não é um puro sangue ou um cavalo garantido da MLB. Pelo contrário, é um azarão. Ou, como dizem os norte-americanos, um underdog. E o maior desafio ao não ser um favorito é a criação de uma mentalidade vencedora no elenco, principalmente um plantel jovem como o nosso, com poucos atletas tendo uma World Series para chamar de sua. Ensinar a vencer leva tempo, Bob Melvin está fazendo bem o seu trabalho, mas tropeços inesperados acontecem.

E foi exatamente o que aconteceu no Arizona, no primeiro jogo da breve série de dois jogos entre Diamondbacks e Padres. Um tranquilo 6 a 0 na sétima entrada que virou um walk off por 7 a 6 na nona, sequer tendo a necessidade de entradas extras. A velha mania de buscar vilões tende a crucificar Hosmer, mas nunca se esqueçam que o beisebol é um jogo de detalhes e o primeira base cometeu um erro por estar fora de seu posicionamento no famoso shift. Não treina aquela situação de jogo, ao contrário do segunda base e do shortstop. Manaea novamente entregou um bom jogo. Atuou por 6.0 entradas, com três rebatidas e três corridas cedidas, mas eliminando sete adversários por strikeout. Costuma ser um ás que atua entre sete e oito entradas num jogo, dependendo da contagem de bola. E foi na sétima entrada que o nosso Aquaman deu uma leve definhada e cedeu as primeiras corridas para a jararaca do deserto. Verdade seja dita, se você quer matar uma cobra, precisa pisar na cabeça dela. Os Padres não fizeram. Pior, os apaziguadores colocaram mais gasolina na fogueira e de caçadores viraram caça. Hill e García foram engolidos pelo ataque do D’backs, forçando a entrada do fechador Rogers ainda na oitava entrada. Conseguiu reparar parte do estrago, mas na parte alta da nona não teve jeito. Foi uma derrota merecida, mas doída, que ofuscou as boas atuações de Alfaro, Voit e Kim no ataque. E talvez a melhor entrada em toda temporada, com seis pontos anotados.

 

 

Clevinger assumiu o montinho no segundo jogo e, como ele mesmo falou em entrevista à Annie Heilbrunn, cada vez que os Padres levam um soco no estômago, conseguem reagir logo na partida seguinte. Comandou a defesa café e ouro por 6.0 entradas, sem ceder corridas. Obteve seis strikeouts e permitiu apenas uma rebatida, dando uma clara amostra do porquê os Padres aguardaram tão calmamente o seu retorno. É uma joia da coroa. Martinez fechou as três entradas restantes, na parceria que está dando muito certo. No ataque, Jake Cronenworth foi o cara. Com duas rebatidas duplas, duas corridas impulsionadas e uma corrida anotada, foi o maior responsável pela vitória por 4 a 0. Respondeu diretamente por três pontos, todos obtidos entre a quinta e a nona entrada. CJ Abrams rebateu por duas vezes, impulsionou a outra corrida e vai se firmando novamente na Major. Resta saber se desta vez será para ficar.

 

 

Mesmo com a inesperada derrota, os Padres seguem com um aproveitamento alto contra o Arizona. Em nove jogos na temporada, vencemos sete. E as duas derrotas foram fora de San Diego. Com 46 triunfos e 31 revezes, ocupando de momento a segunda colocação na NL West, os café e ouro agora desafiam o time da cidade dos anjos numa série melhor de quatro jogos. Ainda sem Tatis e Myers, com Machado sendo uma incógnita, em disputa não estará apenas a liderança divisional, mas tudo aquilo que foi dito no início do texto. Na gíria do turfe, chegou a hora de deixar de ser um azarão e virar um favorito. Façam as suas apostas…

Autor: Henrique Porto

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