No purgatório, com destino ao paraíso

Junho será difícil para o torcedor do San Diego Padres. Pela primeira vez, desde o início da temporada, devemos fechar um mês com mais derrotas do que vitórias. E isso não é de todo mal. Chegamos a 50, dos 162 jogos previstos para a temporada regular da MLB, ou seja, estamos saindo do primeiro para o segundo terço da temporada, mais ainda tem muita água para correr e bolinha para voar. Ainda é uma época de testes nas posições de campo, de conhecimento das potencialidades dos atletas e de ajustes nas passagens ao bastão. E a série contra o Saint Louis Cardinals foi recheada de variantes neste sentido. Kim sendo testado e errando bastante na terceira base, enquanto Machado foi poupado pensando na sequência da temporada. Cronenworth sendo testado na primeira base, mas seus dez centímetros a menos de estatura se comparado a Hosmer fizeram falta. Azócar mostrando ter um braço poderoso no outfield. E por aí vai… Enfim, existem varridas que nos deixam tristes, para baixo. Mas esta frente ao Cardinals foi diferente. Por pior que a equipe tenha sido ao bastão, houve entrega, houve luta.

No primeiro jogo da série, realizado na segunda (30), Ramirez mais uma vez quebrou um galho como arremessador abridor. Desta vez não foi tão bem e o Saint Louis aproveitou-se bem deste fato. Em jornada pouco inspirada da defesa e ainda menos inspirada do ataque, a verdade é que os Padres conseguiram arrastar o jogo de forma equilibrada até a sétima entrada. Mas o home run de duas corridas anotado por Goldschmidt trouxe o desequilíbrio. Contra um Wilson ainda soltando o braço, em seu décimo arremesso, o primeira base não perdoou e rebateu a bola no bullpen dos Padres. Wilson seguiu mal no montinho e cedeu a sexta corrida na mesma entrada, praticamente selando a sorte de San Diego no jogo. Praticamente porque na nona entrada Machado impulsionou a corrida de Azócar e com dois em base e apenas um eliminado, o empate ainda era possível. Mas Hosmer rebateu mal e uma dupla eliminação fechou o jogo logo na sequência.

 

 

O segundo jogo da série foi manchado pela pífia apresentação do umpire Chris Segal, que claramente pendeu para os donos da casa. Conforme a conta @umpirescorecard, do Twitter, os Cardinals foram favorecidos em 0.93 corridas pelo homem de preto. E numa partida que terminou em 3 a 2, fica evidente a sua interferência. Sem falar nas exclusões de Bob Melvin, de Manny Machado e dos ridículos 84% de acuidade na zona do strike, o que é muito pouco para alguém que só vive de fazer isso e é muito bem remunerado para tal. E apesar de Segal, os Padres conseguiram arrastar o jogo para a décima entrada. Mais uma vez Grisham apareceu com um home run salvador, desta vez de duas corridas, para empatar o jogo na oitava entrada. Mas na entrada extra não deu para Rogers, que acabou cedendo a corrida que valeu a vitória por walk off ao Cardinals. Um verdadeiro pecado, em um jogo de superação dos Café e Ouro.

 

 

Fechando a série, na tarde da quarta-feira (1º), os Padres pularam na frente logo na primeira entrada, com Machado impulsionando uma corrida de Profar da segunda base ao home plate. O empate dos Cardinals veio na quarta entrada, com uma corrida impulsionada por Yepez. Na sexta entrada, Arenado rebateu um home run de duas corridas para colocar marcador em 3 a 1. O Café e Ouro teve a chance de voltar empatar na sétima, quando colocou dois em base, mas não conseguiu capitalizar em corridas. O castigo veio na oitava, com Arenado rebatendo para impulsionar a quarta corrida, o que custou a saída de Darvish do jogo após 94 arremessos. Custou também o seu quality start. Crismatt entrou no seu lugar, mas Yepez voltou a castigar os Padres e Arenado completou a quinta corrida em favor dos donos da casa. A nona entrada começou com Luke Voit conectando um home run solo, para renascer as esperanças dos fiéis. Depois, as bases ficaram lotadas com Kim, Nola e Grisham. Com dois eliminados e chance única de tomar a dianteira no placar, Bob Melvin tomou uma decisão polêmica. Sacou o novato Azócar, com 24% de aproveitamento ao bastão, para a entrada do veterano Canó, um rebatedor de potência, mas que está performando apenas 15%. E por muito pouco a estratégia não deu certo, com uma rebatida que chegou ao limite do campo, mas acabou na luva de Dickerson.

 

 

Como foi dito no início do texto, esse mês será difícil para nós, fiéis. Os resultados esportivos tendem a nos fazer lembrar do San Diego Padres de outrora, mas será diferente. A diferença está na entrega, no suor, em não desistir nunca de uma partida. E o torcedor pode ficar tranquilo. Certamente estaremos forjando um time forte e competitivo para a reta final da temporada regular pois, para se chegar ao paraíso, primeiro é preciso passar pelo purgatório. Com 30 vitórias e 20 derrotas na temporada, os Padres seguem na estrada nesta semana, sem direito a day off. Agora vão ao Wisconsin encarar os cervejeiros de Milwaukee, entra quinta (2) e domingo (5), numa melhor de quatro jogos.

Autor: Henrique Porto

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