De ilusão a realidade, a dupla Jared Goff e Todd Gurley começa a trilhar um caminho de sucesso na NFL. Com boas atuações no início da temporada 2017/2018, o quarterback e running back do Los Angeles Rams resgaram ao torcedor os bons tempos da “The Greatest Show on Turf”.
Começo difícil
Goff chegou aos Rams através da 1ª escolha geral do draft de 2016. 6 anos após draftar Sam Bradford na mesma situação, a equipe buscava renovar a posição, que carecia de um bom talento desde Kurt Warner. De cara, muita desconfiança caiu sobre o jogador, ainda mais por conta das boas atuações de Carson Wentz, 2ª escolha geral do mesmo draft, jogando pelos Eagles.

As comparações eram inevitáveis. Enquanto um era titular absoluto e fazia partidas vistosas e com bons momentos, o outro era reserva e não tinha muito respaldo da comissão técnica. Como na maioria dos casos de equipes em reformulação, Goff assumiu a titularidade por necessidade. Case Keenum piorava a cada semana e a pressão para que o calouro resolvesse a situação vinha de todos os lados.
Se sem pressão a adaptação à NFL é difícil para os novatos, com ela o cenário torna-se praticamente insustentável. Nas 7 partidas em que atuou como titular, Goff não fez nenhum jogo memorável, e sua capacidade técnica foi colocada em cheque diversas vezes. Com 1089 jardas, 5 touchdowns, 7 interceptações e 54,6% de aproveitamento nos passes, o quarterback terminou a temporada com o rating de 63.6, o pior dentro todos com pelo menos 200 tentativas de passe.

Correr é a solução?
Muito da pressão em cima do calouro vinha também pelas más atuações do secundanista Todd Gurley. Depois de surpreender a liga com uma temporada inicial fantástica, que culminou no prêmio de calouro ofensivo de 2015, se esperava que o running back evoluísse, mas não foi o que se viu em campo. Nenhuma partida com mais de 100 jardas terrestres, apenas 6 touchdowns, inconsistência na hora de quebrar tackles e fazer as leituras, e a falta de big plays mostraram algumas fraquezas de Gurley. Não era à toa.
O corredor ficou visado depois de seu primeiro ano. Sempre lembramos como é difícil para os novatos se adaptarem, porém, as equipes adversárias também precisam agir, pois quem está do outro lado é um atleta com poucos scouts e que vem de um esquema de jogo diferente. Pode não parecer, mas também é uma tarefa complicada.
Comumente os jogadores da NFL têm uma segunda temporada mais complicada. Com material para analisá-lo, os adversários puderam verificar suas fraquezas e neutralizá-las. Posicionamento, manias, costumes, hábitos. Tudo isso é checado e levado em conta na hora de montar um plano defensivo contra determinados jogadores, e o running back era um desses. Todos sabiam que a arma do ataque de Los Angeles era Gurley, portanto, tinham que pará-lo. E conseguiram.

A falta de sinergia entre Goff e Gurley ficou evidente. Das 205 tentativas de passe do quarterback em seus 7 jogos ano passado, 25 endereçaram o running back, sendo 17 completos, para 125 jardas e nenhum touchdown.
A volta por cima
Em 2017 o cenário é diferente. Goff mirou Gurley 17 vezes, completando 13 passes, para 140 jardas e 2 touchdowns. Se os números se mantiverem na média atual, a dupla chegaria, em 7 jogos, a 327 jardas e 5 touchdowns aéreos, um crescimento de 262% no número de jardas e 500% em TD’s comparando com o mesmo período em 2016.
Antes desacreditados, a dupla ofensiva de Los Angeles vem mostrando atuações consistentes e com números impactantes. A adesão do left tackle Andrew Whitworth, e do center John Sullivan na linha ofensiva dão segurança na proteção de Goff e abrem brechas para as corridas de Gurley, e a mudança na comissão técnica e a parceria com Sean McVay, head coach de apenas 31 anos, já colhe frutos.

Este é o melhor início de temporada dos Rams em pontos marcados (107) desde 2001, quando em 3 partidas a equipe anotou 119 pontos. Apesar de as defesas enfrentadas não serem das melhores, o time conseguiu mostrar consistência, algo que faltava há anos. O futuro é incerto, mas Goff e Gurley estão, aos poucos, provando seu valor na NFL. Resta saber até quando a boa fase permanecerá.