A beleza do beisebol de abril – parte II

 

Essa é a parte dois do texto cobrindo o que de mais importante aconteceu durante o saudoso e amado beisebol de abril, quando a zebra corre solta pelos campos de toda a liga, e nesse pequeno texto vamos reportar as surpresas da temporada até aqui, sejam boas, sejam más.

 

   Meias encardidas e desbotadas

Não vem sendo um começo de ano fácil para os times das meias, o Chicago White Sox e o Boston Red Sox. No ano passado, o Chicago White Sox passeou, desfilou qual carro alegórico na avenida do sambódromo, soberano e absoluto frente aos seus rivais, mas parece que isso tem ficado no passado mesmo. O time vem sendo apenas uma sombra daquilo que foi ano passado, quando foi o quinto melhor arremessando e o sétimo melhor ofensivamente. A única coisa que aparentemente vem funcionando bem pro time é o Bullpen, que também caiu de rendimento, mas é sólido e vem garantindo alguma estabilidade pra equipe, porém, de nada adianta não ceder corridas se o ataque continuar anêmico desse jeito. Para ter uma ideia de como o ataque do White Sox está frio nesse inicio de temporada, o time só anotou 5 corridas ou mais em quatro jogos, e tem a quarta pior média de corridas por jogo da liga, com 3.29. Na questão do arremesso, o time está um pouco acima da média da liga, mas nada que impressione muito. Lendo isso parece que o time é horrível e uma terra arrasada, mas não, White Sox ainda é o franco favorito para a divisão, e é esperado que logo reencontre o seu bom beisebol.

reprodução: covering the corner

Já no estado do Massachussetts, o Boston Red Sox, que ano passado quase foi pra World Series, hoje está completamente descaracterizado, irreconhecível. Reitero para o Red Sox tudo aquilo que eu falei do White Sox, só que muito piorado. Red Sox ano passado foi o terceiro melhor ataque da liga, hoje é um dos cinco piores, com míseras 3.46 corridas por jogo em média. O montinho foi surpreendentemente bom ano passado (foi mediano na verdade, mas eu esperava muito menos do que entregaram), e nesse ano vem sendo surpreendentemente ruim. Os arremessadores starters vem sendo bastante sólidos, com exceção de Nick Pivetta, todos os outros tem menos de 2.5 ERA (corridas sofridas por jogo) e menos de 1 WHIP (walks ou hits por entrada), mas o Bullpen…

O time lidera a liga em blown saves e losses in relief, ou seja, pra vencer o Red Sox, basta cansar os arremessadores starters pra depois da sexta entrada fazer a festa. Bullpens ruins não costumam se consertarem ao longo da temporada, por isso, esse time vai de novo viver e morrer pela espada, ou anota 5 corridas todo jogo ou vai perder. Vou esperar o mês de maio para opinar sobre o Red Sox, mas pela selvageria que será essa divisão leste da Liga Americana, quem mais vai sofrer parece ser o Red Sox.

reprodução: sportsnews

 

Ventos novos na Flórida

Já dizia Bob Dylan: “Os tempos, eles estão a-mudando”, e eu acredito que ele falava da divisão leste da Liga Nacional quando escreveu essa música. A surpresa positiva desse mês de abril é o Miami Marlins, o time não era visto com grandes pretensões nas previsões antes da temporada, mas vem sendo sólido e com seus jogadores jovens se destacando. No montinho o time vem está muito sólido nesse início, contando com atuações de gala do seu ace, Pablo Lopez, que lidera a liga em ERA, com 1.29 (!!!). Já o ataque vem sendo exatamente médio, pouco brilho individual exceto pela sua grande estrela, Jazz Chisholm Jr., que é de longe o nome mais legal da liga. Vou recomendar o texto que o Guto escreveu sobre times que podem surpreender nos próximos anos e a análise que ele fez sobre o Marlins. Esse time não é pra agora, mas é bom ver que estão dando os passos certos em direção ao futuro.

reprodução: facebook

 

  A várzea da divisão central da Liga Nacional

Várzea. Essa é a única palavra cabível dentro da língua portuguesa para descrever essa divisão. Tirando o Milwaukee Brewers, que eu já falei na parte I, e o Saint Louis Cardinals, que é Nolan Arenado + 8 (e ainda joga com um a menos no ataque, pois se Paul DeJong (SS) é jogador de beisebol, então eu sou o próprio Peter Gammons) nada nessa divisão merece o seu lugar ao sol.

reprodução: denver post

Abaixo desses dois, está simplesmente o que de mais terrível pode ser uma equipe de beisebol, times tão fracos que se existisse o rebaixamento no beisebol, estariam facilmente disputando a High-A, e prova disso é o terceiro colocado na divisão é o Pittsburgh Pirates.

Pittsburgh Pirates é um time inexplicável, eles tem o terceiro pior ERA da liga e apenas 0.638 de OBP, e ainda assim estão em terceiro na divisão, como? Não sei, mas não duvido em nada que continuem ali, não por mérito próprio, mas por demérito dos outros times. Chance de Playoffs? Negativa, mas é um time que será muito interessante no futuro.

reprodução: bucsdogout.com

Em quarto lugar vem o time dos amigos do Seiya Suzuki, também chamado por ai como Chicago Cubs. Os ursinhos carinhosos (como gosto de chamar) vêm razoavelmente bem no ataque, quer dizer, um pouco acima da média, o que já é notável para um time que trocou todos os jogadores bons no ano passado por um pacote de Baconzitos. Já no arremesso, o time é completamente disfuncional, nada funciona, nenhum arremessador com mais de 20 IP tem menos de 5 ERA. Não esperem melhora desse time, ele é ruim, quer dizer, no site da Forbes ele é ótimo, problema é quando entra em campo.

Eu me recuso a falar sobre o autoproclamado time Cincinnati Reds.

 

     Pedras rolantes não criam limo

Nada é mais beisebol de abril que essa campanha do Colorado Rockies. Se por um lado o time é uma tragédia anunciada quando o arremessador põe o pé no montinho, no ataque o time vem pegando fogo e sendo muito produtivo. Chad Kuhl e C. J. Cron são os alicerces desse time, que vem batendo de frente com os grandes times da sua divisão, seguindo a máxima de que no beisebol ganha quem anota mais corridas. Não, esse time não vai ir pros playoffs, mas ao que parece vai assumir o lugar que o Cincinnati Reds ocupou no ano passado, de ser o time divertido, que anotava muitas corridas e sofria muitas corridas. Meu conselho, sempre que puderem assistam o Rockies, vai valer a pena.

reprodução: rox pile

 

Aqui termina a parte II do texto, espero não ter esquecido nada. Nos próximos dias vai sair a terceira parte, em que eu vou elencar o top 5 momentos da temporada até aqui. Enfim, hidratem-se, usem máscara, usem protetor solar, e curtam a temporada, ela promete ser fogo!

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