Não vou gastar palavras nessa introdução para falar a respeito do que a quadrilha vermelha de Cincinnati vem fazendo com os seus torcedores. Nesse texto, vou resumir de forma realista tudo o que aconteceu nesses primeiros quinze jogos da temporada, e tentar não chorar enquanto isso. É sobre isso e não está tudo bem.
“Where you gonna go?”
Talvez o grande acontecimento desse início de temporada tenha sido a desacorçoada entrevista do chefe de operações e filho do dono do time, Phil Castellini. Ao ser confrontado com a opinião ruim dos fãs sobre os rumos da franquia na intertemporada (leia o meu texto de análise aqui), ele disse:
“Bem, onde você quer ir? Vamos começar por isso. Quero dizer, vender o time para quem? […] Vocês querem falar sobre isso? Se você quiser pesquisar o que faria essa franquia mais rentável, ganhar mais dinheiro, ser competitiva nesse atual sistema que o jogo exige, seria mudar a franquia para outro lugar. Então, tome cuidado com o que você pede, estamos fazendo o nosso melhor com os recursos que temos. […] E é isso que estamos aqui para fazer. Mas, a conclusão que chegamos é que tínhamos que mudar a disciplina, tentamos muitas coisas que não funcionaram. Elas quase funcionaram, mas ninguém precisa me lembrar que não funcionaram. Então, acho que aprendemos com essas coisas. Confie em mim, Nick [Krall, general manager do Reds] tem uma missão.”
Nojo. O dono de um time, que desde 2006 (quando compraram o time) teve 10 temporadas perdedoras e foi apenas quatro vezes aos playoffs (e não venceu nenhuma série), ao ser indagado sobre as expectativas frustradas dos fãs, diz que quer ganhar mais dinheiro. Eu não quero atacar a índole desse cidadão, nem desejar o seu mal, por isso vou me abster de tecer mais comentários sobre o assunto, pois temo não me conter.
“Vender pra quem?” Ora, pra quem você quiser! O Reds foi comprado por 260 milhões em 2006, e hoje a franquia é avaliada em mais de 1,2 bilhão. O último time a ser vendido foi o Kansas City Royals, por 1,1 bilhão, em 2019. Compradores interessados terá, não tente jogar esse papinho de que as pessoas não querem se rebaixar a comprar o Reds, como se você estivesse fazendo um favor aos fãs por administrar a franquia. O Reds é uma grande marca dos esportes do Estados Unidos, e tem uma torcida apaixonadíssima, choveria interessados se você quisesse realmente se desfazer do time. Na verdade, aqui está uma boa ideia, que tal você e a família Castellini venderem o time, já que o odeiam?
Me estendi um pouco demais nesse assunto, vamos passar a análise dos jogos.
As séries
Começamos jogando contra o atual campeão Atlanta Braves numa série de quatro jogos em Atlanta. Vencemos o primeiro e o quarto jogo, nosso ataque produzia bem e o montinho vinha quente, o Bullpen parecia bem. O destaque da série foi o nosso catcher e atualmente o único jogador que produz alguma coisa, Tyler Stephenson. Eu estava começando a me empolgar, mas logo a realidade bateu muito, muito forte mesmo.
Depois, chegamos em Cincinnati, para jogar dois jogos contra nosso co-irmão Cleveland Guardians. Era a série de abertura da temporada, festa na cidade, todo mundo festejando, Joe Burrow fazendo o first pitch, tudo lindo e maravilhoso, só esqueceram de avisar o Reds que tinha que jogar baseball naquela tarde. Os dois jogos foram uma vergonha para os nossos arremessadores, principalmente para o Bullpen, que cedeu 7 corridas nas últimas 3 entradas dos dois jogos, sendo 6 em um só jogo. Destaque positivo vai para o nosso arremessador rookie Nick Lodolo, que foi bem para um rookie e é um luxo nesse lixo de time.
Depois, viagem para Los Angeles para enfrentar o Dodgers, e já que desgraça pouca é bobagem, aproveitamos para sermos vergonhosamente varridos, sem demonstrar qualquer perigo ofensivo e sendo completamente dominados por todo o tempo. Quatro derrotas muito feias. Único destaque vai para o nosso outro arremessador rookie, Hunter Greene, que lançou 39 arremessos de 100+mph e dominou o lineup do Dodgers, até entrar o nosso bullpen. Tão contando? Estamos 2-8.
Descendo um pouco a California, enfrentamos o Padres em San Diego e, bem, perdemos, fazer o quê? Destaque para o time todo, que foi completamente disfuncional em todas as áreas do jogo, pareciam perdidos, acuados, com medo de jogar, e o resultado foram 3 derrotas protocolares, sem qualquer luta ou competitividade. Destaque positivo para ele, Tommy Pham, que rebateu 2 home runs em dois jogos, só porque era lei do ex, e logo depois voltou a ser o jogador terrível que ele vinha sendo antes.
Estamos atualmente no meio da série em casa contra Saint Louis, e acho que o ministério da saúde logo vai proibir as pessoas de assistirem os jogos desse time, pois eu estou sendo muito sério quando digo que não faz bem pra saúde mental assistir esse autoproclamado time praticar neobeisebol. De três jogos já perdemos dois, tomara Deus que ganhemos o último para que pelo menos não sejamos varridos em casa pelo nosso maior rival.
Saldo Total e Considerações Finais
Todas essas estatísticas precisam ter um contexto para serem entendidas. Temos 14 jogadores na IL e muitos dos nossos titulares, como: Jonathan India, Tyler Stephenson, Nick Senzel, Mike Minor, Jose Barrero, Lucas Sims etc.
Nosso time foi, quase literalmente, com a triple A pra campo nesses últimos jogos. Por isso eu afirmo, não, nós não somos tão horríveis quanto os últimos jogos mostram, temporada passada quase tivemos 90 vitórias e por detalhes ficamos de fora da pós temporada. O time tá demorando a esquentar, mas uma hora vai conseguir e vai recuperar esse tempo perdido. Minha previsão do início da temporada se mantém, vamos ter uma temporada de 70 ~ 75 vitórias, mas não vamos ficar em último na divisão.
Por isso, eu prego a paciência aos torcedores, vamos melhorar e pior do que tá não fica. Lembrem-se, estamos em abril, até o final de maio eu garanto que já estaremos .450%.
Resumindo tudo, ame o time, ame os jogadores, odeie os donos desse time. Independente de se o Bob vender ou não o time, esse aqui (eu) ainda vai pertencer aos vermelhos.