8 principais erros e acertos da NBA na temporada 2019/20

Texto: Redação Fumble na Net

A temporada 2019/20 da NBA, iniciada ainda em outubro de 2019, chegou em sua fase derradeira com as finais entre Los Angeles Lakers e Miami Heat. Para muito além do resultado esportivo, esta season estará marcada para sempre na história como o título da ‘Orlando Bubble’.

Tudo porque a pandemia de coronavírus que assolou o mundo suspendeu a competição ainda em março de 2020. A solução para viabilizar o término da temporada foi a criação de uma verdadeira ‘bolha’ de isolamento no complexo de hotéis e quadras da Disney em Orlando.

A iniciativa realizada pela NBA apresentou acertos que serviram de modelo para o esporte mundial, ensinando a lidar com a pandemia em meio às competições e a preservar a segurança dos atletas. Porém, também mostrou falhas difíceis de se evitar em um cenário tão desfavorável.

Veja um pouco de cada ponto positivo e cada ponto negativo da temporada 2019/20 da NBA!

Medidas eficientes de prevenção ao coronavírus

 

Foto: Joe Murphy/NBAE via Getty Images

A principal preocupação das entidades representantes dos atletas e dos órgãos de saúde responsáveis pela elaboração da bolha era impedir o contágio de coronavírus entre os profissionais envolvidos. As medidas sanitárias funcionaram e, em mais de três meses de treinamentos e de jogos, a NBA não registrou casos entre os jogadores das 22 equipes participantes desde o retorno da temporada 2019/20, em julho. As ocorrências de Covid-19 foram registradas antes do isolamento na bolha, ainda durante a fase de preparação.

O protocolo eficiente criado pela NBA envolveu testes diários, regras de higiene e medidas pesadas de distanciamento social, inclusive com a distribuição de chips pessoais que ‘acusavam’ a aproximação de outros indivíduos. A liga chegou a financiar pesquisas da Universidade de Yale para o desenvolvimento de testes cada vez mais rápidos com o objetivo de identificar casos com antecedência.

O engajamento dos atletas na prevenção

Foto: GETTY IMAGES / KATELYN MULCAHY

Enquanto os EUA passam por uma grave crise, com milhões de casos e a liderança mundial no número de mortes, a NBA conseguiu se isolar em uma bolha alheia ao próprio país onde está, produzindo um ambiente seguro que não se assemelha ao caos do território norte-americano. De acordo com o diretor médico da liga, Leroy Sims, o engajamento dos atletas foi fundamental para o sucesso do protocolo.

O jornalista do Grupo Globosat, Guilherme Roseguini, foi deslocado de New York para Orlando com a missão de cobrir as finais das Conferência Leste e Oeste. Em entrevista a um portal catarinense, o repórter apresentou detalhes sobre o funcionamento da bolha da NBA.

O que mais impressionou de largada foi como eles conseguiram construir um sistema que é, na verdade, um grande acordo coletivo baseado em protocolos de segurança e sanitários que todo mundo tem que seguir. Mas eles não têm uma redoma que protege todo mundo do vírus, depende da participação das pessoas. E eles conseguiram esse engajamento numa época em que isso era bem difícil. Conseguir convencer as pessoas de um projeto e que isso tem que ser levado muito a sério. Deu super certo. Está todo mundo cuidando, pensando no todo, no bem maior. Você não pode perder os testes”, citou Roseguini, que ainda completou.

No caso dos jogadores, diariamente, reportar os sintomas, fazer o monitoramento muito preciso do que você está sentindo, como está o seu corpo. Do nosso grupo, que não tem acesso à quadra, mas está dentro da bolha, a gente faz testes a cada 72 horas, tem que relatar se você está sentindo alguma coisa, uma medição de temperatura sempre que sai do hotel para ir a algum lugar aqui dentro. Essa participação em massa e todo mundo seguindo os protocolos chamou bastante a atenção”, disse o jornalista.

Nem tudo são flores: a solidão e a falta de conforto da bolha

AP Photo/Ashley Landis

Apesar do sucesso no controle das medidas de prevenção ao coronavírus, a bolha não foi exatamente uma maravilha para os atletas. No início do isolamento, principalmente, as reclamações sobre a qualidade da comida e das instalações foram constantes. Os jogadores utilizaram suas redes sociais para falar sobre o assunto, em certos momentos, até com bom humor.

Os profissionais também apresentaram dificuldade para lidar com o rigor do protocolo, sobretudo com a ‘solidão’ e com o distanciamento da família, conforme explica o brasileiro Raul Neto, do Philadelphia 76ers, em depoimento à Revista Época.

No começo não foi fácil. Ficava fechado no quarto, sem contato, só saía para os treinos. Passava boa parte do dia vendo TV, sem ter o que fazer. Fizemos muitos testes de Covid-19. Testes diários, protocolos de higiene e segurança. Era necessário, mas o desgaste mental e emocional foi enorme”, citou Raul em texto escrito por Mauricio Xavier.

Houve desigualdade de tratamento na bolha?

Foto: Kevin C. Cox | Crédito: AP

Ainda no início de setembro, familiares de atletas em concentração para os playoffs foram autorizados a realizarem visitas. Os árbitros também puderam encontrar os entes mais próximos; o que não se estendeu para os técnicos. Um dos comandantes do Denver Nuggets, Michael Malone, reclamou publicamente sobre o fato, tecendo críticas duras à organização da NBA.

Eu digo: ‘vergonha de você, NBA’. Isso é maluquice. Eu sinto saudades da minha família. Creio que falo por mim e provavelmente por todos os treinadores aqui. São 60 dias e não temos o privilégio de ter nossas famílias vindo para cá é de uma natureza criminosa”, declarou Michael.

À época, o sindicato prestou apoio a Michael. Assim, apesar da concordância de atletas e de outros profissionais envolvidos, a sensação de conformidade com os protocolos não parece ser uma realidade completa na bolha da NBA, já que tais personagens voltaram-se publicamente contra a organização do torneio.

A temporada conseguiu ser competitiva e trazer bons jogos

Foto: Garrett Ellwood/Getty Images

A “bolha” criada pela NBA nos complexos de quadras e hotéis da Disney conseguiu segurar a competitividade das partidas, mesmo sem a alternância entre mandantes e visitantes. Até algumas surpresas foram possíveis, como a vitória do Miami Heat na série de finais da Conferência Leste, enquanto todo o favoritismo dos sites de apostas apontava para o Boston Celtics.

Falando sobre gambling, a ausência de total previsibilidade contribuiu para a recuperação das principais casas de apostas, que passaram por meses difíceis sem as grandes competições norte-americanas, reduzindo consideravelmente a sua arrecadação. A volta triunfal da NBA com jogos competitivos incentivou os apostadores a acessarem as empresas de apostas online e presenciais, movimentando um mercado tão importante para o esporte do país.

O envolvimento político e social dos atletas

ASHLEY LANDIS – POOL/GETTY IMAGES

Entre o fim de maio e o começo de junho, uma onda de protestos tomou conta dos EUA. O movimento foi motivado pelo assassinato do cidadão negro George Floyd, de 40 anos, morto durante uma abordagem policial. Os cidadãos do país foram às ruas contra o racismo presente na esfera das autoridades do país. Na internet, a hashtag #BlackLivesMatter tomou conta das redes sociais, tornando-se o slogan do movimento.

O tempo passou e os protestos não cessaram. Já em agosto de 2020, após novos casos de assassinatos policiais contra cidadãos negros, os atletas da NBA decidiram pausar o campeonato como forma de protesto. As equipes do principal torneio de basquete dos EUA se recusaram a entrar em quadra, acertando em acordo com a liga após alguns dias para a retomada dos jogos.

Inconstância de audiência na TV

Foto: Yahoo.com

Após a volta da temporada, a NBA apresentou índices variáveis de audiência, com altos e baixos. Algumas partidas, como o confronto entre Rockets e Thunder, alcançaram bons números; outras ficaram bem aquém do que se espera para o principal torneio de basquete do país.

De acordo com as pesquisas do The Harris Poll, 39% dos fãs de esportes estão assistindo menos jogos. As questões políticas, ironicamente, são motivações para a recusa de telespectadores. Os EUA vivem momentos tensos de embates de ideias, e os protestos dos atletas afastaram os consumidores que não se identificavam com o ponto de vista levantado. O próprio presidente norte-americano, Donald Trump, criticou a liga em sua conta no Twitter.

Já em outros países relativamente distantes dos conflitos do cenário norte-americano (pelo menos sem as mesmas características), como o Brasil, os números de audiência cresceram. A expectativa da ESPN, detentora dos direitos de transmissão no país, é que a temporada 2019/20 tenha alcançado um público 50% maior do que a edição anterior do torneio.

A falta da torcida e dos jogos em casa

Foto: ESPN

Tal ponto negativo não é culpa da NBA especificamente, mas sim do retorno do esporte em geral no meio da pandemia. A ausência de torcedores nos estádios modifica a experiência das partidas, para muitos fãs, até tirando o ‘brilho’ de um grande confronto esportivo. Em sua declaração à Revista Época, o jogador brasileiro Raul Neto falou sobre o assunto.

Foi esquisito entrar em quadra sem público, sem a energia da torcida, sem aquela atmosfera a que estamos acostumados. Depois vieram os torcedores virtuais nos telões ao redor da quadra e, se não era o cenário ideal, ao menos proporcionava um pouco mais de vida à arena”, citou Raul.

Além disso, os jogos em quadra neutra retiraram os benefícios – e os problemas – de jogar em casa ou no campo do adversário. É fato que todas as equipes aceitaram tal cenário, porém, as perdas esportivas de não disputar um jogo onde se conhece completamente são um tanto quanto irreparáveis.

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