A rivalidade mais antiga — e talvez a mais emblemática — da NFL é entre Green Bay Packers e Chicago Bears. Ao longo de mais de 100 anos, essa disputa moldou não apenas os dois times, mas também a própria história da liga.
Desde os anos 90, no entanto, o domínio passou a ser dos Packers. Isso se deve, em grande parte, à estabilidade na posição de quarterback: contar com Brett Favre e, na sequência, Aaron Rodgers por três décadas fez toda a diferença. Os Bears, por outro lado, passaram esse mesmo período tentando — quase sempre sem sucesso — encontrar uma solução para a posição mais vital do jogo.
Entretanto, nem sempre foi assim. Durante boa parte do século passado — especialmente entre as décadas de 1920 e 1980 — Chicago liderava o confronto direto com certa folga. A única exceção relevante foi a década de 60, quando Vince Lombardi transformou Green Bay em uma potência. Ou seja, enquanto hoje os Packers dominam, o passado guarda memórias de uma era em que os Bears eram temidos.
E agora, no presente, o que mudou?
Atualmente, o famoso grito “The Bears still suck!” ainda ecoa entre os torcedores de Green Bay. Porém, até quando ele seguirá verdadeiro?
Em Green Bay, Jordan Love foi escolhido para suceder Aaron Rodgers. Após um fim promissor em sua primeira temporada como titular, veio um segundo ano marcado por altos e baixos — resultado, entre outros fatores, de lesões e inúmeros drops dos recebedores. Ainda existem dúvidas, é verdade, mas há também motivos para otimismo.
Enquanto isso, em Chicago, a história recente tem sido mais turbulenta. Depois da era decepcionante de Mitchell Trubisky e do desastre que foi a gestão de Justin Fields, todas as esperanças agora estão depositadas em Caleb Williams — primeira escolha geral do último Draft. Trata-se, sem dúvida, de uma aposta ousada, mas que pode finalmente mudar os rumos da franquia.
A offseason de 2025, aliás, trouxe uma dose considerável de empolgação para ambos os lados. Os Bears trouxeram Ben Johnson como novo head coach, reforçaram posições-chave na free agency e apostaram alto no Draft. Já os Packers parecem ter voltado suas atenções para a linha ofensiva — talvez indicando uma estratégia mais voltada ao jogo terrestre. Além disso, a escolha de um wide receiver na primeira rodada animou a torcida, principalmente após o próprio presidente da franquia, Mark Murphy, subir ao palco para anunciar a pick.
Na defesa, Green Bay entra no segundo ano sob comando de Jeff Hafley como coordenador defensivo. Apesar de existirem expectativas, o desempenho do pass rush e a profundidade da linha defensiva ainda geram dúvidas legítimas.
Enquanto isso, Vikings e Lions observam de perto. Assim, o futuro dessa rivalidade centenária parece mais imprevisível do que nunca. De um lado, Chicago renova as esperanças com um novo quarterback e uma abordagem agressiva na offseason. Do outro, Green Bay segue apostando em um elenco jovem e promissor, em busca de respostas e continuidade.
Portanto, fica a pergunta: Will the Bears still suck?
Quero acreditar que sim. Mas, por via das dúvidas, sigo confiando na reconstrução dos Packers. E até lá…
GO PACK GO!