Pós jogo: O epitáfio do Baltimore Ravens

Há um ditado que diz que Deus ajuda os bêbados e as crianças. Contando com o fato de que todo mundo no time dos Ravens já passou fácil dos 21 anos, só posso crer que o time entrou bêbado em campo. Viajando para Londres, o Baltimore Ravens enfrentou o Tennessee Titans e, contando com a sorte, venceu um jogo que poderia ter sido resolvido muito fácil.

Limparam os drops

Diferente de semana passada, os recebedores do time estavam com as mãos bem firmes. O que dificultou as coisas para o nosso lado, dessa vez, foi o plano de jogo. A falta de criatividade do esquema fez com que o placar da partida, que poderia facilmente chegar mais elástico no segundo tempo, estivesse apertado até o final. Foram, ao todo, sete viagens à redzone e apenas um touchdown, anotado por Zay Flowers – o primeiro do calouro. Todo o restante ficou por conta dos pés de Justin Tucker, que se viu obrigado a trabalhar por conta da previsibilidade das chamadas ofensivas.

E no caso do que aconteceu neste domingo, não há como justificar isso colocando a responsabilidade no Lamar ou nos recebedores. A bola foi até bem distribuída, e o próprio Lamar teve 70% dos passes completados (21 de 30) para 223 jardas. Um pouco mais de audácia teria feito bem aos nossos corações.

E por falar em audácia

Eu vou defender a última decisão, onde o time precisava colocar pontos no placar para abrir a vantagem, e com o jogo já desenhado, era mais fácil confiar na defesa e acreditar que, se o ataque precisasse, ele compareceria. No entanto, levando em consideração que na sideline estava um dos técnicos que, até temporada passada, era um dos que mais arriscava quartas descidas, o duelo contra Tennessee foi uma certa amostra de apatia.

John Harbaugh chegou a declara, na coletiva após o jogo, que não arriscou por confiar na equipe e nas ultimas semanas as conversões não estavam encaixando. Bom, a primeira parte é compreensível. Ryan Tannehill teve uma atuação fraca como de costume e, descontando uma corrida de mais de 60 jardas, Derek Henry teve uma média de praticamente 3 jardas por tentativa. Esse deveria ser o mote perfeito para se arriscar as quartas descidas e ampliar a vantagem. No fim, a quantidade de FG anotados só serviu para, em cima das falhas da equipe, Tennessee conseguir manter o jogo parelho.

Caos no segundo tempo

Para entender o que aconteceu, o ataque voltou em marcha lenta na segunda metade. O primeiro drive do time no terceiro quarto teve um total de -1 jarda, culminando em um 3 and out. Drive seguinte, Lamar Jackson foi interceptado em uma segunda descida, quando tentava conectar Rashod Bateman em uma rota comeback mal executada. No outro drive, também 3 and out com um total de -1 jarda de avanço.

Tudo isso descrito poderia passar como um detalhe se o time não tivesse deixado de marcar 16 pontos deixados para trás por apenas anotar field goals na maioria das viagens que fez à redzone. Incluindo aí, é claro, as quartas descidas que poderiam ter sido facilmente convertidas, mas a comissão preferiu a alternativa conservadora.

A especialidade da casa

E para fechar este tópico, vale lembrar que o time de especialistas entregou uma oportunidade de ouro na virada do primeiro para o segundo quartos. Em uma arrancada impressionante, Devin Duvernay conseguiu um retorno de punt de 70 jardas, posicionando o ataque na linha de 13 jardas do campo de ataque. Poderia ter sido o primeiro touchdown de Baltimore, mas o drive majoritariamente terrestre emperrou nos finalmente e só restou à equipe se contentar com mais 3 pontos.

O Baltimore Ravens, depois de uma tour, finalmente volta para casa na semana que vem para enfrentar o líder da divisão norte da conferência nacional, o Detroit Lions.

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