No último domingo o Indianapolis Colts foi derrotado pro 37×34 pelo Houston Texans, no Lucas Oil Stadium. Mesmo com uma partida muito boa de Andrew Luck e recorde histórico para Adam Vinatieri, ocorreram muitos erros que impediram uma vitória que seria essencial para as pretensões de playoffs. Vamos aos pontos positivos e negativos deste confronto divisional.
PONTOS POSITIVOS
ADAM VINATIERI, G.O.A.T.!
O maior kicker da história segue quebrando recordes. Nosso camisa #4, com os dois FGs anotados, quebrou o recorde de fieldgoals convertidos na história da NFL. Aos 45 anos e com uma confiança de dar inveja a qualquer calouro, Vinatieri terá mais um recorde a alcançar: precisa de 26 pontos para ser o jogador que mais pontuou na liga. Certamente veremos isso nesta temporada, resta saber quando. Parabéns GOAT!
Ataque aéreo
Se nos dois jogos anteriores não tivemos o desempenho esperado, ontem foi diferente. Andrew Luck conduziu um primeiro drive perfeito que terminou no touchdown recebido do Nyheim Hines. A partir daí o ataque deu uma cochilada, que foi capital para a reação e a virada dos Texans. Mas no segundo tempo, os Colts conseguiram marcar 21 pontos, sendo 14 no último quarto, e forçaram a prorrogação.
T.Y. Hilton, mesmo saindo do jogo com uma lesão na coxa, terminou como líder em jardas do recebidas do time, totalizando 115. Chester Rogers e Zach Pascal apareceram muito bem no segundo tempo, agarrando todas as bolas em suas direções. O #80 teve 85 jardas em 8 recepções, já o #14 recebeu 5 passes para 64 jardas. Nyheim Hines teve dois touchdowns, além de um para Zach Pascal e outro para Eric Ebron, que vem se tornando um alvo importantíssimo na redzone. Para não deixar dúvidas sobre sua capacidade de lançar bolas longas, Luck teve uma oportunidade de hail mary no último segundo do tempo regulamentar. A bola viajou umas 50 jardas, mas a defesa apenas desviou o passe.
Na prorrogação, o time de Indiana até largou na frente com um FG do Adam Vinatieri (vale ressaltar um drop miserável do WR Marcus Johnson, que daria o firstdown aos Colts). Na posse de Houston, mais uma vez, a defesa conseguiu limitar os oponentes a um chute de 3 pontos. Em seguida os Colts falharam ao tentar converter uma 4th & 4 ainda no campo defensivo. Bola nas mãos dos Texans que, com o field goal, alcançou a primeira vitória na temporada.
Apesar da derrota, nosso #12 alcançou suas maiores marcas na carreira: 40 passes completos (igualou a maior marca do Colts) em 62 tentativas (recorde do time), 464 jardas (recorde pessoal) e 4 TDs. É um pecado um quarterback com estes números não sair vencedor da partida. Outra marca expressiva alcançada foi a de 20 mil jardas passadas na carreira. Luck está empatada em segundo lugar (atrás de Matt Stafford e igualando Dan Marino) como o QB a atingir a marca mais rapidamente na história, num total de 74 jogos em uma média de aproximadamente 273 jardas por jogo.
Sacks em Deshaun Watson e interceptação
Nossa defesa conseguiu 7 sacks no QB dos Texans, poderia ter sido 10, 11, não fosse a agilidade do rival em escapar. Denico Autry, que voltou de lesão, conseguiu dois sacks. Walker, Leonard, Hunt e Ward ficaram com um cada. Turay e Sheard dividiram outro sack. Mesmo a defesa não estando no mesmo nível dos dois jogos anteriores, a unidade criou situações desconfortáveis para o ataque texano. Os Colts, pela primeira vez desde 2004-2005, conseguiram partidas consecutivas para mais de 5 sacks. A interceptação do Pierre Desir acabou não sendo capitalizada de forma efetiva, pois o ataque não conseguiu pontuar na campanha seguinte ao turnover.
Conversão de terceira descida e eficiência na redzone
Ao contrário do último jogo, o ataque conseguiu 58% de conversões em terceiras descidas (10/17). Bom número, para manter acima dos 50% na temporada. Além disso estivemos perfeitos na redzone. Nas quatro oportunidades os Colts conseguiram o touchdown. Houve evolução e isso deverá ser mantido para a temporada caso o time almeje algo a mais.
PONTOS NEGATIVOS
Ataque corrido (DE NOVO!)
Apenas 41 jardas o jogo inteiro. Nenhuma jogada explosiva. Não tem muito que falar sobre isso. Estamos muito longe do jogo corrido top 10 da liga que Reich queria ter.
Linha Ofensiva
As pressões vindas de JJ Watt e Jadeveon Clowney foram um problema enorme para a progressão do ataque em campo. Ambos tiveram dois sacks cada, sendo o último do camisa #90 importantíssimo para conter o avanço dos Colts no overtime. Apenas Matt Slauson e La’Raven Clark foram razoáveis. Denzelle Good foi presa fácil para os DEs adversários, especialmente Watt.
Quenton Nelson estava até ok no jogo, mas no sack mencionado acima, o calouro foi batido vergonhosamente, não dificultando em nada a vida do Clowney. Não é algo que se espera de um novato, cujo scouting report o apontava como um dos maiores prospectos de OL do século. Pouca coisa isso não é. Ryan Kelly cometeu o maior erro da carreira neste último jogo. Após um punt sensacional de Trevor Daniel, os Colts iniciariam a campanha na linha de 2 jardas do campo defensivo. Na segunda jogada, Kelly fez um snap horroroso (horroroso soa como um elogio) para nosso QB que estava em posição de shotgun. O snap saiu fraco e Jadeveon Clowney recuperou a bola na endzone para empatar a partida em 7-7 naquele momento. Seria esse o butt fumble 2.0?
A partir deste momento foi um sofrimento atrás do outro, drive após drive. JJ Watt forçou dois fumbles, sendo um perdido e um recuperado por Luck. No segundo tempo, quando viram que era necessário dobrar a marcação em ambos os DEs, o ataque melhorou mas não o suficiente para vencer o jogo.
Wide Receivers adversários à vontade.
DeAndre Hopkins é sempre muito perigoso, mesmo com atenção redobrada a defesa cedeu 169 jardas e um touchdown de passe para ele. Keke Coutee teve 109 jardas, sempre conseguindo firstdowns importantes. Nossa secundária foi prejudicada com a concussão do Kenny Moore II. Em apenas alguns drives a defesa conseguiu boas jogadas, vide interceptação do Desir. Não é todo jogo que a unidade defensiva conseguirá fazer um jogo excepcional. Mas ceder 466 jardas totais ao adversário nunca é bom.
Faltas e marcações MUITO controversas
Ao todo foram dez faltas cometidas pelos Colts. A mais decisiva na prorrogação, onde o TE Mo Alie-Cox cometeu um holding no que seria um firstdown do Hines. A bola estaria na linha de 47 do campo de defesa, 17 jardas seriam o suficiente para entrar em zona de FG. A 2nd & 1 se tornou 2nd & 11, e em seguida Clowney derrubou Andrew Luck em sack para perda de 10 jardas, o que praticamente matou a campanha.
Numa recepção do Will Fuller V o WR claramente colocou o pé esquerdo fora de campo. Reich desafiou, mas as zebras mantiveram a marcação de campo. Até o ex-árbitro e atual comentarista da CBS Gene Steratore não concordou com a manutenção da chamada de campo. A pior foi o intentional grounding onde Andrew Luck CLARAMENTE teve um toque no braço, o que tirou a força da bola, mas os árbitros acharam que o #12 se livrou da bola dentro do pocket.
Nem parece que os árbitros apitando são mesmos nos drives de um time e nos drives do outro. Em alguns momentos são rigorosos e intolerantes, marcando até faltas que não existem, em outros ignorando um delay of game do time de Houston em conversão de quarta descida. Está ficando difícil não criticar a arbitragem, que parece ficar cada dia pior…
Dado o desempenho nas partidas anteriores e o baixo desempenho dos Texans, esperava-se uma vitória, ainda mais jogando em casa. Muitos erros ocorreram, o ataque demorou demais a retomar o ritmo do jogo e a defesa até conseguiu boas jogadas, mas insuficientes para conter Deshaun Watson. Em todas as três derrotas da temporada, os Colts tiveram a bola nas mãos para conseguir virar o jogo. E por diferentes motivos o time não conseguiu a comeback.
Na próxima quinta-feira, dia 4 de Outubro, no Gillette Stadium, os Colts irão enfrentar o New England Patriots. Jogo extremamente difícil. Muito complicado esperar vitória neste confronto. A defesa terá que voltar à forma da partida contra os Redskins para conseguir complicar a vida de Tom Brady e companhia. O retorno de suspensão de Julian Edelman reforça o poderio ofensivo adversário. Cabe ao coaching staff montar um plano de jogo muito para anular as peças adversárias que fazem a diferença em campo. Além disso, incomodar Brady é essencial. Com 17 sacks o Colts está na segunda posição na NFL no quesito. Pressionar o QB adversário tem sido o fator mais decisivo para os times que bateram os Patriots nos últimos anos.
No lado do ataque, os Colts poderão ter a volta do RB Robert Turbin. Reich reforçou que, ainda que a participação do jogador seja limitada, ele será uma arma importantíssima em descidas curtas. Apesar disso a lista de inativos é extensa: Jack Doyle, Denzelle Good, T.Y. Hilton, Kenny Moore II, Quincy Wilson, Marlon Mack e Hassan Ridgeway. Fica muito difícil esperar vitória com tantos titulares fora. No entanto, pode ser que Anthony Castonzo faça sua estreia na temporada. Andrew Luck precisará fazer um bom jogo, assim como fez contra os Texans. Protegendo a bola e vencendo a batalha dos turnovers dá para conseguir bons momentos no jogo. O favoritismo é todo da franquia de Boston, mas surpresas acontecem… Esperamos que no Thursday Night Football, com transmissão da ESPN, os Colts consigam ao menos ser competitivos. GO COLTS!!! (1-3).
Para ver os melhores momentos, mais estatísticas e números do jogo, acesse o Gamebook oficial da NFL, disponível em: https://bit.ly/2Orhoiv
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