Pós-jogo: Colts @ Titans – Semana 2

Diferente da semana 1, a visita contra os Titans teve um melhor resultado. Na quente Nashville os Colts conseguiram ganhar seu primeiro jogo da temporada e assumir a liderança da AFC South pelos critérios de desempate.

 

OS PONTOS POSITIVOS

Jordan Wilkins e o jogo corrido

Mais uma vez, em pouco mais de uma temporada, Jordan Wilkins protagonizou uma jogada explosiva pelos Colts. Durante o jogo, Marlon Mack foi bastante utilizado e exatamente por isso o jogador precisou de descanso em alguns momentos. Em uma das cinco oportunidades que teve correndo com a bola, Wilkins conseguiu tirar o Colts do sufoco no último quarto, conseguindo 55 jardas em uma carregada. A jogada, além de bela por si só, ainda foi extremamente importante para deixar os Colts em ótima posição de campo para virar o jogo. Jordan ainda teve outra corrida para 15 jardas, no segundo quarto, sendo uma arma importante para surpreender a defesa adversária em um dia previsível do ataque dos Colts.

Dessa vez foi Wilkins que liderou o time com 82 jardas corridas, tendo média de 16.4 jardas por carregada. Marlon Mack não brilhou no jogo contra a forte defesa dos Titans, mas ainda assim foi capaz de contribuir com 51 jardas terrestres. Como Frank Reich repetiu ao longo de toda a offseason, os Colts tem se empenhado no jogo corrido, especialmente para aliviar a pressão sobre Jacoby Brissett. Mack ainda figura no Top 3 em jardas corridas (225 totais, 112.5 por jogo) e os Colts tem o segundo melhor ataque terrestre da liga com 370 jardas, sendo 185 por jogo (ao lado dos Vikings).

Linha defensiva

Após uma primeira semana apagada, assim como todo o interior da linha defensiva dos Colts, Autry parece ter chegado para 2019. Na temporada anterior o jogador surgiu como um nome alternativo no mercado e teve impacto imediato na linha dos Colts. Com isso esperava-se que em 2019 a contribuição de Denico aumentasse ainda mais, o que não foi visto no primeiro jogo. Já contra os Titans, Autry conseguiu dois sacks em Marcus Mariota, quatro tackles, dois tackles para perda de jardas, dois hits no quarterback adversário e um fumble forçado.

Marcus Mariota sendo sackado por Denico Autry (AP Photo/Wade Payne)

A boa atuação dos edges do jogo anterior, além de se repetir, ainda teve o acréscimo do bom trabalho do interior da linha. Os Colts somaram mais quatro sacks, com destaque para os sete alcançados apenas por jogadores de linha. Grover Stewart foi outro jogador que contribuiu pressionando Mariota, conseguindo um sack e um hit, surpreendendo com sua atuação. Em seu terceiro ano de Liga o jogador que era muito questionado começou a se mostrar capaz de contribuir em campo após ótima pré-temporada. Quem contribuiu por duas semanas seguidas com sacks foi Al-Quadin Muhammad, outro jogador com pouca expectativa que vem vem sendo útil desde a temporada passada.

Khari Willis
Khari Willis em tackle sobre Derrick Henry.

Bem-vindo a NFL, Khari! Após poucos snaps defensivos no primeiro jogo da temporada contra os Chargers (25% dos 64), Willis viu seu tempo em campo praticamente dobrar contra os Titans (50% dos 60 snaps). Com maior participação em campo, contribuiu com sete tackles, sendo um deles muito importante no drive defensivo que deu a vitória aos Colts. Além da adaptação ao jogo profissional e dos ajustes que o próprio jogador admitiu precisar após a Semana 1, um fator que pode ter contribuído em sua participação foi a redução de snaps para Geathers. O veterano, que recentemente renovou com os Colts, viu seus snaps caindo consideravelmente da primeira semana para a segunda (de 89% para 70%).

Ainda que o jogador seja um dos capitães do time e pareça ter a confiança do coaching staff, suas atuações não tem sido das melhores desde a temporada anterior e as lesões recorrentes despertam muita desconfiança. Com os problemas de Clayton Geathers e a provável evolução de Willis, podemos estar vendo o caminho da titularidade ser pavimentado para o calouro até mesmo antes do fim da temporada. Ou ponto importante que pode ser destacado é o fato dos técnicos não considerarem jogadores intocáveis, sem pudor de colocar até mesmo um capitão no banco. O aumento dos snaps para Willis reforça o discurso de competitividade pregado pela franquia.

O alvo mais seguro

Apesar de números pouco expressivos em termos de jardas contra os Titans, T.Y. novamente foi um dos alvos de segurança de Brissett. Com um touchdown e 10.8 jardas por recepção, Hilton foi o líder em jardas recebidas do time (apenas 43). Na ocasião o jogo aéreo tenha sido pouquíssimo acionado contra uma forte secundária. Ainda que os Colts tenham um dos piores ataques aéreos da NFL, T.Y. tem sido muito consistente e importante para Brissett quando as situações de jogo pedem por alvos confiáveis.

Defesa aparecendo na hora certa

Um dos fatores que mais irritam em um jogo dos Colts é a quantidade de jardas cedidas em descidas longas. Estamos praticamente habituados em ver o time cedendo muito campo em snaps onde o ataque precisa de mais de 10 jardas para a primeira descida. Apesar de alguns erros a defesa conseguiu ser praticamente impecável em terceiras descidas. Na Semana 2, apenas uma das 10 tentativas de terceira descida terminaram com êxito para os Titans, sendo ela ainda no primeiro tempo. Além disso, na única tentativa de quarta descida dos Titans a defesa segurou o adversário forçando um passe incompleto.

A quarta descida que quase ninguém vai falar

Como a nossa memória é boa, não poderíamos deixar de lembrar de um dos momentos mais importantes do jogo. No último quarto os Colts se depararam em uma situação de “vida ou morte” novamente em um jogo contra um rival de divisão. Novamente Frank Reich seguiu seu estilo agressivo e tentou uma conversão de quarta descida em um momento importante. Caso a conversão não acontecesse os Titans teriam a bola já no campo de ataque e com tempo suficiente para matar o jogo. Dessa vez, para algumas polegadas, os Colts avançaram em campo com um QB sneak muito bem executado contra uma forte linha defensiva. A diferença é que dessa vez pouco se falou sobre o sucesso na jogada…

OS PONTOS NEGATIVOS

A idade pesa sim, Adam Vinatieri

Apesar de não passar pela cabeça do jogador, talvez seja a hora da aposentadoria do maior K de todos os tempos. Foram mais dois chutes de ponto extra errados contra os Titans. Novamente os pontos deixados para trás poderiam ter feito diferença no resultado do jogo, com uma possível derrota. Com a diferença de apenas dois pontos no placar o time passou dificuldades para não ceder campo suficiente para um chute de field goal que daria a vitória ao adversários. É verdade que dessa vez Cairo Santos acabou nos ajudando ao errar um chute de três pontos mais cedo no jogo, mas os dois chutes errados de Vinatieri poderiam ter dado mais tranquilidade e uma liderança de quatro pontos no placar.

Felizmente, desta vez, os erros não custaram a vitória, mas os Colts precisam olhar com mais atenção para o problema. Alguns jogadores já foram chamados para testes, dentre eles Cole Hedlund, que já participou do training camp do time. Vinny deve ter mais uma chance no jogo em casa contra os Falcons e, estando num estádio fechado, os acertos dos pontos extras são no mínimo obrigação, isso sem contar os FGs. Se nem o estádio fechado ajudar Adam, então os Colts terão um enorme problema nas mãos (se não já tiverem).

Dificuldade contra passes curtos

A tônica da temporada passada foi repetida no jogo contra os Titans. A maioria dos passes certos de Mariota exploraram muito bem o miolo de campo dos Colts. Ainda que Leonard tenha atuado mais próximo do que atuou na temporada passada, Anthony Walker Jr. está irreconhecível. Nosso linebacker conseguiu apenas um tackle no jogo, sendo notável o número de tackles perdidos durante a partida. Na imagem abaixo, da NFL Next Gen Stats, podemos observar o local onde os passes de Mariota foram completados (em verde) e não completados (em branco), além do touchdown (em azul). Na ocasião do touchdown, quando observamos a jogada, fica claro o erro de cobertura de Walker, que “mordeu a isca” de uma corrida e abriu espaços para o recebedor dos adversários.

Mark Glowinski

Junto a outros jogadores que renovaram contrato na última offseason, Mark Glowinski não tem ido nada bem nessa temporada. Novamente foi responsável por ceder pressões e sacks pelo lado direito da linha, ainda que tenha se portado bem em jogadas de corridas. Especialmente na carregada para 55 jardas de Jordan Wilkins fez um bom trabalho, assim como o restante da linha ofensiva. Entretanto, olho aberto para Frank Reich e Chris Strausser sobre as atuações do jogador.

Concussão de Darius Leonard e lesão de Pierre Desir

Frank Reich confirmou que nosso linebacker All-Pro sofreu com alguns sintomas de concussão após o jogo contra os Titans. Com isso o jogador será avaliado durante a semana no protocolo de concussão, correndo sérios riscos de estar fora do jogo contra os Falcons. Já Pierre Desir sentiu uma lesão no joelho durante o jogo e não parece ser uma preocupação a longo prazo. Ainda assim, será difícil enfrentar um corpo de recebedores com Julio Jones, Calvin Ridley e Mohamed Sanu sem um dos melhores cornerbacks do time.

 


Para ver os melhores momentos, mais estatísticas e números do jogo, acesse o Game Center da NFL.

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Fotos: disponíveis no site oficial dos Colts.

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