Pensamentos sobre Marquise Brown

Parece que a movimentação mais bombástica do primeiro dia de draft ficou por conta do Baltimore Ravens. Enquanto a coisa ainda rolava entre as escolhas de 15 a 20, nos bastidores o general manager Eric DeCosta negociava o futuro da sua primeira escolha após aposentadoria de Ozzie Newsome.

A troca de Maquise “Hollywood” Brown para o Arizona Cardinals parece ter sido movida por uma energia de insatisfações dos jogadores em ambos os times. Do lado roxo, especulou-se muito sobre o fato de Marquise não estar nada feliz com a permanência de Greg Roman no cargo de coordenador ofensivo.

Brown já manifestou publicamente no Twitter (mesmo tendo apagado depois a postagem) sua insatisfação por não ser um alvo tão acionado quanto gostaria. E nisso, ele tem certa razão, apesar de ser o WR mais acionado do time no jogo aéreo. Ainda assim, é difícil falar que Hollywood produziu bastante, levando em conta a clara preferência de Roman pelo jogo terrestre e o alvo principal no desenho das jogadas ser lo TE Mark Andrews.

Print de Marquise Brown insatisfeito com seu uso em campoLá no deserto, o clima parece não ser dos melhores entre os Cardinals e Kyler Murray, que inclusive adotou o procedimento padrão de todo jogador de NFL incomodado com alguma coisa e apagou suas fotos do instagram.

A troca

A ida de Brown parece resolver os anseios de ambos os lados. Murray se reúne com seu recebedor da época do College e agora os Cardinals têm em mãos uma das duplas de QB-WR mais bem sucedidas dos Sooners. Enquanto isso, Baltimore adianta seu futuro se livrando de uma potencial dor de cabeça contatual para o ano que vem, haja vista que a renovação de Lamar Jackson bate à porta, e ainda conseguiu um capital de draft interessante, recuperando a escolha de primeira rodada que havia investido em 2019.

Relembrando: com a troca (Marquise Brown e a escolha 100), os Ravens voltaram para a fila do primeiro dia na escolha 23. Escolha essa que foi trocada com os Bills para descer mais duas posições e adquirir a escolha 120. Na pick 25, o Baltimore Ravens draftou o center Tyler Linderbaum, de Iowa.

Os fatos sobre Marquise Brown

Em termos de talento por escolha, a troca parece interessante. Hollywood Brown nunca conseguiu render o que se esperava dele quando foi recrutado em 2019, frustrando o sonho do time de ver um ataque vertical e explosivo em campo, tal qual aquele icônico lance contra o Miami Dolphins logo na estreia do jogador em sua primeira temporada. Já Linderbaum é o melhor prospecto da classe na posição e vem se somar a um grupo de linha ofensiva que se desenha para ser um dos mais fortes da liga muito em breve.

O grande problema, e talvez ainda seja cedo para fazer qualquer avaliação a respeito, visto que podem rolar várias outras movimentações e o draft sequer acabou, é que o time acabou de criar um buraco em um setor que, apesar dos pesares, parecia um elenco completo e com um teto interessante.

Hollywood nunca se mostrou o astro que a torcida queria que fosse, principalmente pelo valor investido nele. Recebendo passes, suas mãos eram inconsistentes e, de fato, nunca tivemos a oportunidade de ver com frequência o atleticismo e a capacidade de separação apresentados em Oklahoma. Porém draft é sobre esperança e às vezes as coisas não saem como planejado. E está tudo bem se, ainda assim, o time souber extrair o que pode de melhor do atleta.

As consequências

Nesse sentido, insisto que Hollywood poderia ser um WR2 de qualidade neste elenco. Isto, é claro, dado o cenário atual onde temos que contar com Devin Duvernay imediatamente atrás de Rashod Bateman na posição.

Hollywood ainda é alguém capaz ainda de conseguir separação com pelo menos 4 alvos em campo, alguém que pode ser usado em situações esporádicas de screen pass como já foi demonstrado em alguns jogos, além do fato de que 2022 seria o ano onde, em teoria, veríamos a melhor versão do jogador, dada a evolução de seu jogo desde 2019 para cá.

Vamos lembrar que no primeiro ano, Marquise jogou remendado, 2020 foi o ano da explosão física e 2021 vimos ele fazer atuações memoráveis. Mais uma vez, faltou constância para manter uma sequência de boas atuações, mas ainda assim lembre-se que já vibramos muito com ele.

Se me permitem uma bold, me atrevo a dizer que, em Arizona, olharemos para Hollywood Brown e nos perguntaremos onde estava esse cara o tempo todo que nunca apareceu em Baltimore.

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