A offseason da NFL está surpreendendo os fãs do futebol americano. Muitas mudanças de casa, trocas grandes e times se fortalecendo cada vez mais. Mas, com certeza, o maior choque foi que um dos maiores quarterbacks de todos os tempos não vestirá mais a camisa dos Patriots. Com isso, Brady irá para Tampa Bay.
O quarterback de 42 anos assinou com o Buccaneers num valor de $30 milhões anuais por dois anos. O maior campeão da NFL terá pela frente o maior desafio de sua carreira e promete jogar até os 44 anos, mantendo o seu alto nível da época gloriosa de Pats.
Mas quais são os principais desafios de Brady em Tampa Bay? Como um atleta de 42 anos pode impactar em uma equipe que ainda busca seu lugar ao sol?
Recrutamento de torcida
Tampa Bay é uma cidade localizada na Flórida, que conta com mais dois times: Dolphins e Jaguars. E entre eles, os Piratas são a menor torcida.
Pode até ser uma torcida fanática e muito cativante, mas é uma torcida bem localizada; que não se dissolve no estado e muito menos pelo país. A falta de ida aos playoffs e a difícil divisão (com Falcons, Saints e Panthers) faz com que os Buccs continuem a ser um time “mediano” na NFL e sem muita relevância.
Com a contratação de Brady, os holofotes viram-se para a costa oeste da Flórida. Só para se der uma ideia, após o anuncio da contratação de Brady, os Buccs ganharam mais de 1 milhão de seguidores da noite pro dia no Instagram.
Com um grande nome da liga em seu elenco, os Piratas voltam a chamar a atenção não só dos Estados Unidos, mas de todo mundo. Se Brady ainda conseguir levar a equipe aos playoffs e até a um título de conferência e Super Bowl; a tendencia é que a equipe vire a nova queridinha da NFL.
Volta aos Playoffs
Desde 2007 sem jogar em janeiro, os Buccs são um dos times com mais tempo fora dos playoffs. Depois da temporada magnifica de 2002; com Jon Gruden no comando da equipe, o DPOY Derek Brooks e o título do Super Bowl XXXVII; foram apenas duas temporadas com mais de 10 vitórias, o que fez o time da Flórida entrar em marasmo e esquecimento na liga.
Na temporada passada, a campanha 7-9 mostrou que apesar de uma equipe mediana, o comando de Bruce Arians já surgiu um efeito imediato ao time. O antigo quarterback, Jameis Winston, foi o primeiro em jardas passadas com 5,109 jardas na temporada e o primeiro em interceptações lançadas, com 30.
A chegada de Brady em Tampa Bay dá a equipe um quarterback costumado a cuidar bem da bola. Com a dupla de wide receivers Godwin-Evans, Brady poderá montar um ataque infernal para as secundarias adversárias. A defesa demonstrou bons jogos e vem sendo reforçada na offseason.
Entrosamento com Arians
Foram 20 anos, apenas dois anos fora dos playoffs (em um deles Brady estava machucado), oito aparições no Super Bowl e seis títulos durante a era Belichick e Brady. Para muitos, a maior dupla entre quarterback e head coach da história da NFL. Mas como será com Arians?
Sua principal frase é: “No risk it no biscuit, You can’t live scared.” (Sem riscos, sem biscoitos. Você não pode viver com medo). Considerado um coach nada conservador; ele preza muito pelo jogo aéreo desde seus primeiros anos dirigindo seus ataques. Gosta de colocar a bola na mão de seu quarterback e só bomba pra frente.
Mas, será que um quarterback de 42 anos e acostumado com outro sistema bem diferente poderá se encaixar na filosofia de Arians? Sabemos que o braço de Brady não é mais o mesmo e colocar a bola mais de 30 vezes em sua mão não é uma escolha inteligente. Ou seja, cabe a ambos estudarem e decidirem como será o esquema ofensivo dos Buccs.
Idolatria em jogo
Na Nova Inglaterra, Brady é considerado quase um santo. Mesmo em temporadas medianas, os torcedores nunca deixaram de apoiar o marido da Gisele. A idolatria ante ao quarterback talvez será a maior da história da NFL perante a um time.
Sem história nenhuma na Florida ou nos Buccs, controlar a impaciência da torcida poderá ser algo que atrapalhe o inicio do trabalho de Tom Brady. O torcedor Pirata quer ver aquele Brady de dois anos atrás, quando foi MVP da NFL; e não o Brady da temporada passada, onde cometeu decisões questionáveis e turnovers que o torcedor patriota não estava acostumado a ver.
A paciência pode não ser tão grande como a acostumada e Brady poderá se ver em território hostil caso não demonstre em campo que ainda é um quarterback de elite. Seu contrato anual de $30 milhões também poderá pesar nessa pressão, tendo em vista que Russell Wilson, um quarterback de elite, ganha apenas $5 milhões a mais. Com isso, caso seu futuro nos Bucs não seja promissor, Brady poderá estar cavando a pro pria cova e sua idolatria no mundo do esporte.
O êxtase da torcida é enorme e mesmo sem ainda nem ter pisado em campo Brady já é um ídolo dos Piratas. Será ele capaz de manter o sentimento ou não permanecer em New England pode ter um efeito negativo à longo prazo? Veremos.