Oklahoma City Thunder campeão da NBA: Apenas o começo?

Após anos de um rebuild intenso, com várias trocas de jogadores e acúmulos de picks, o Oklahoma City Thunder coroou sua jornada com um título que ficará para sempre marcado na sua história. A árdua vitória por 4-3 sobre o Indiana Pacers nas Finais consagrou um projeto baseado na paciência, na inteligência de gestão e no desenvolvimento de jovens talentos. Liderados por Shai Gilgeous-Alexander, Chet Holmgren, Jalen Williams, comandados pelo técnico Mark Daigneault e orquestrados pelo cara que tornou tudo possível, o GM Sam Presti, OKC se tornou o novo modelo de sucesso na liga.

Engrenagem 1: A mente por trás de tudo

Mas não pensem que o título veio por um sucesso repentino. Voltemos até a década passada, quando houve a contestada decisão de desmontar o antigo núcleo que contava com Russell Westbrook, Paul George e, anteriormente, Kevin Durant e James Harden. Após as trocas que enviaram Russ para os Rockets e PG para os Clippers, o Thunder acumulou um número histórico de escolhas de Draft. O responsável por essa estratégia “maluca”? Sam Presti, GM da franquia desde 2007. Enxergando o futuro com muita lucidez, Presti entendeu que a reconstrução não seria rápida, mas que renderia frutos a longo prazo. Ele investiu em jogadores mais jovens, contratos flexíveis e oportunidades de mercado. A contratação do técnico Mark Daigneault em 2020, um nome pouco conhecido à época, se provou mais uma das decisões acertadas da sua gestão.

Engrenagem 2: Os astros do show

Chegando à temporada regular 2024-25, o Thunder mostrou que já havia deixado de ser apenas um “time para o futuro”. Terminando com uma campanha de 68 vitórias e 14 derrotas, nadou de braçadas no Oeste, finalizando com a melhor campanha da conferência com 16 jogos de vantagem, apresentando um jogo coletivo versátil e extremamente físico, com uma defesa sufocante e uma rotação de ataque que envolvia todos os jogadores em quadra. Shai Gilgeous-Alexander, o principal nome da equipe, foi o MVP da temporada, com médias superiores a 28 pontos, 6 assistências e 5 rebotes por jogo, entregando alto nível técnico, criativo, além de ser extremamente confiável em momentos decisivos. Mais importante que os números, sua consistência e maturidade contagiaram o grupo.

Ao seu lado, Jalen Williams elevou seu jogo para outro patamar, se consolidando como o segundo principal playmaker da equipe, entregando versatilidade defensiva, chutes de todos os cantos da quadra e uma ótima capacidade de infiltração, mantendo o ataque fluido mesmo quando SGA estava descansando no banco. Mas o nome que mais surpreendeu foi o de Chet Holmgren. Em sua segunda temporada, o camisa 7 mostrou por que era tão badalado desde a época do College. Com muita habilidade, arremesso de três pontos e proteção de aro, Chet se tornou um dos defensores mais eficientes da NBA, além de contribuir com mais de 16 pontos por jogo.

Outros jogadores como Lu Dort e Alex Caruso foram peças fundamentais na defesa, contribuindo demais em séries de playoffs tão físicas. Vale destacar também a presença de Isaiah Hartenstein, que trouxe uma experiência extra para o banco.

Engrenagem 3: O articulador da equipe

Mas para treinar jogadores tão jovens, é preciso um técnico com mais experiência, certo? Bem, Sam Presti discorda. Com apenas 39 anos, Mark Daigneault se tornou um dos técnicos mais respeitados da liga. Conhecido por sua capacidade de desenvolver jogadores e montar esquemas táticos flexíveis, ele fez do Thunder uma equipe que conseguia se moldar ao adversário sem perder sua identidade. Suas formações “sem posição”, cheias de alas e armadores altos, foram uma verdadeira dor de cabeça para os adversários. Constantes trocas defensivas, um ataque com muita movimentação e improvisos por dribles foram ações desenvolvidas há alguns anos e que chegaram ao auge da execução em 2024/25. Daigneault não só preparou um sistema tático eficaz, mas também criou um ambiente leve e focado, onde o ego não entra em quadra.

Engrenagem 4: O caminho para a final

O caminho até o título teve altos e baixos. Na primeira rodada, o Thunder não tomou conhecimento do Memphis Grizzlies e aplicou a famosa varrida sem dó, nem piedade. 4-0. Nas semifinais do Oeste contra o Denver Nuggets, uma série de tirar o fôlego, resolvida apenas após o 7° jogo, em que SGA marcou simplesmente 35 pontos. Na final do Oeste, enfrentaram o fortíssimo Minnesota Timberwolves liderados por Anthony Edwards, mas não tomaram conhecimento: 4×1 sem muito esforço.

Engrenagem 5: O tão sonhado título

Em uma final quase que imprevisível, OKC e Indiana marcaram uma das finais mais jovens da história. De um lado, Tyrese Haliburton, Aaron Nesmith e Pascal Siakam. Do outro, SGA, Holmgren e Jalen Williams. O campeão levantaria um título inédito para sua franquia (OKC venceu em 1979, mas sob o nome Seattle Supersonics. Como Thunder, nunca havia vencido).

A série foi extremamente equilibrada do começo ao fim, com os times trocando vitórias em casa nas seis primeiras partidas, Haliburton tendo game winner no jogo 1, Jalen Williams destruindo no jogo 5 e muita entrega de ambos os times . Chegou-se ao Jogo 7 em Oklahoma City. Em uma atmosfera surreal, Oklahoma conseguiu reverter a desvantagem do 1° tempo e tomou conta do terceiro quarto, abrindo 21 pontos de vantagem. Apesar de uma tentativa de reação dos Pacers – que estavam abalados após Haliburton ter rompido o tendão de aquiles no primeiro quarto – o Thunder contou com mais uma atuação de ouro de SGA e venceu por 103-91 para levar o tão sonhado Larry O’Brien Trophy.

Agora a pergunta que não quer calar: é apenas o começo para uma equipe tão jovem e com tantas picks de Draft nos próximos anos?

Por Bruno Oliveira

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