O Baltimore Ravens entrou no primeiro dia do Draft de 2022 da NFL tendo como principais necessidades em EDGE, CB e OL. O torcedor via que pelo menos uma dessas lacunas fosse preenchida com a escolha 14, mas que talvez não fosse o jogador mais adequado para esse valor, uma vez que os times que iriam selecionar antes tinham necessidades semelhantes e poderiam pegar os melhores talentos disponíveis.
Durante o evento, próximo da escolha 10, o caos se instaurou com diversas trocas que colocaram Saints, Lions e Eagles na frente do Ravens. Nisso, um dos prospectos mais cotados a ser selecionado pelo time roxo e preto foi escolhido antes pelo time da Philadelphia. Entretanto, Eric DeCosta, com seus truques de mágica, fez um dos melhores drafts já vistos, segundo vários especialistas.
Kyle Hamilton
No podcast recém-lançado do CB Marlon Humphrey, Studio 44, ele entrevista o GM Eric DeCosta e pergunta: “quem será draftado quinta à noite?”. A resposta foi que selecionaria “o melhor jogador disponível”. Dito e feito. Com o Eagles subindo para pegar o atlético DT Jordan Davis na 13ª escolha geral, Ravens selecionou na 14ª Kyle Hamilton, safety de Notre Dame.
Hamilton era cotado no top 5 do draft por ser um jogador que já impactaria na NFL a partir de seu primeiro jogo. Possui a versatilidade que a defesa de Baltimore adora ter, podendo cobrir muito bem os espaços que é designado, além de ser muito intimidador com sua agressividade para cima da bola. Sendo assim, fará uma ótima dupla com o safety Marcus Williams.
Tyler Linderbaum
Quando se achava que o draft acabaria mais cedo para Baltimore, eis que Eric DeCosta tira o coelho da cartola e manda o WR Marquise Brown em uma troca com Arizona envolvendo a escolha 23, que ainda foi trocada para Buffalo pela 25.
Depois de todo o troca-troca, Ravens finalmente seleciona outro jogador que estava no mocks de vários analistas na 14: Tyler Linderbaum, center de Iowa. Também considerado um prospecto top 10, é um dos melhores OLs da classe tendo cedido somente 2 sacks em cerca de 2300 snaps na carreira universitária. É um jogador cujo físico (envergadura e peso) preocupa mais que suas habilidades técnicas, mas não deixa de ser uma mega proteção a Lamar Jackson.
Nem tudo são flores
Apesar do primeiro dia do Ravens ter sido bem avaliado por ter trazido 2 talentos em escolhas que não estão de acordo com o projetado, o GM ainda tem muito trabalho a fazer para preencher as lacunas nos mesmos setores que tinha quando estava entrando pro dia 1 e ainda procurar por um WR veterano ou no draft.
Claramente que Hamilton e Linderbaum vão trazer uma melhoria quase que imediata para o time, mas ainda ter a ausência de alguém de qualidade no pass rush e uma rotação ainda fraca com os CBs, por exemplo, não é o ideal se for pensar num time que está na disputadíssima AFC North e que enfrenta os times cada vez mais reforçados da conferência americana durante os playoffs.
Como dito nos últimos podcasts aqui da Casa do Corvo (episódios 167 e 168), ainda assim existem muitas escolhas boas disponíveis para o segundo dia de draft e que podem preencher as necessidades do time.
Existe uma falsa sensação de que um jogador que não é escolhido no primeiro dia “não é bom”, mas dois exemplos claros de que isso não é puramente verdade dentro do time são J. K. Dobbins (escolha 55 de 2020) e Mark Andrews (escolha 86 de 2018).
Como torcedores, o que nos resta agora é acompanhar o Draft, torcer para que tenha bons jogadores disponíveis na hora de Baltimore escolher e confiar que o general manager Eric DeCosta vá fazer um bom trabalho.