No dia 1º de julho de 2019, o arremessador do Los Angeles Angels, Tyler Skaggs, foi encontrado morto antes de uma partida contra o Texas Rangers, em Arlington. Um relatório toxicológico feito no jogador de 27 anos revelou fentanil e oxicodona em seu sistema. A causa da morte foi listada como intoxicação por álcool, fentanil e oxicodona com “aspiração terminal de conteúdo gástrico” ou engasgo com o próprio vômito.
Fentanil e oxicodona são semissintéticos parcialmente derivados de uma espécie de papoula, a flor usada para fazer ópio e heroína. Por isso, esse medicamento e seus similares naturais, como a morfina, são conhecidos como opioides. A depender da dosagem, eles variam entre anulação da dor e uma mistura de relaxamento e euforia, que pode ser extremamente viciante. São conhecidos por viciar tanto quanto drogas e matar mais do que armas de fogo nos Estados Unidos.
A morte de Tyler Skaggs em quarto de hotel, foi a estrondosa revelação de algo extremamente problemático que vinha acontecendo nos bastidores da franquia californiana e só veio ter um “fim” na última quinta-feira (17). Após uma hora e meia de sessão, o ex-funcionário Eric Kay foi considerado culpado da distribuição de uma substância controlada resultando em morte. “De acordo com as evidências apresentadas, o Sr. Kay distribuiu as pílulas que mataram o Sr. Skaggs”, concluiu o juiz federal.
No julgamento ainda foram escutados outros jogadores que teriam recebido as pílulas do ex-funcionário dos Angels. CJ Cron, Mike Harvey – suspenso por uso de drogas anos atrás – Mike Morin e Cameron Bedrosian confirmaram que Eric Kay distribuiu pílulas azuis de 30 miligramas de oxicodona para eles também. Testemunharam ainda que ele era a única fonte dessas pílulas e realizava as transações dentro do Angels Stadium.
“Ninguém está imune a esta droga mortal. Um arremessador amado, Tyler Skaggs, foi derrubado no meio de uma carreira ascendente. O Departamento de Justiça tem orgulho de responsabilizar seu traficante pela perda inimaginável de sua família e amigos”, disse o procurador Chad Meacham.
Kay agora enfrenta entre 20 anos e prisão perpétua em uma prisão federal. Sua sentença foi marcada para 28 de junho de 2022. Após a leitura do veredicto, o réu foi imediatamente detido sob custódia do United States Marshal Service.
Ademais, em uma das homenagens prestadas pelo Los Angeles Angels ao falecido jogador, foi posto o número 45 no montinho em uma partida que acabou com um no-hitter combinado contra o rival de divisão, Seattle Mariners. Marcando assim, a despedida prematura de uma das histórias tristes que o beisebol nos contou.