Análise para a pós-temporada: Buffalo Bills

Com o fim da temporada regular da NFL, é hora de analisarmos os times classificados para a pós-temporada a suas chances nos playoffs. A começar pelo campeão da AFC East, que depois de 12 anos não é mais o New England Patriots. Dessa vez, o único representante da divisão será o Buffalo Bills, liderado por Josh Allen e companhia.

A temporada

Com uma temporada regular maravilhosa, o Buffalo Bills quer mais. Portanto, o que será que Josh Allen e companhia podem entregar?
Credit: Rich Barnes-USA TODAY Sports

Buffalo entregou mais do que os fãs esperavam nessa temporada. Por mais que a expectativa sobre seu quarterback e o futuro da franquia fosse animador, poucas pessoas imaginavam que ao final de tudo, os Bills seriam campeões de divisão com apenas três derrotas e com 100% de aproveitamento contra adversários diretos. Até porque, algumas pessoas imaginavam que, por mais desfigurado que estivesse, o favorito ainda era o Patriots.

Entretanto, as “surpresas” vão além da divisão. Com um ataque explosivo, responsável por 60 touchdowns na temporada – o melhor da NFL – e uma defesa até certo ponto sólida, os Bills fizeram estragos para todos os lados. Venceram adversários improváveis, como Seattle, Rams e Steelers, e até mesmo quando perderam, jogaram bem (com exceção da partida contra os Titans).

Ataque explosivo

Isso tudo se deve a evolução de Josh Allen, que já era esperada, mas talvez não tão explosiva como foi. Nesta temporada, ele foi o quinto quarterback da liga em jardas passadas (4.544), quinto em touchdowns (37) e teve o quarto maior QB Rating (107,2). Isso tudo contribui para que sua equipe seja a terceira com mais jardas passadas na regular season.

Além disso, tem em Stefon Diggs o wide receiver que mais teve recepções (127) e jardas recebidas (1.535). Outro ponto a se destacar sobre o recebedor é a quantidade de passes destinados a ele e a porcentagem de recepção. De longe, ele é o alvo mais usado do seu QB, com 166 bolas lançadas no total e 76,5% de bolas recebidas. Ou seja, com um QB que produz tanto e um WR em perfeita sincronia, a chave para o sucesso está aí.

Mas, por outro lado, se pelo alto o jogo funciona perfeitamente, pelo chão as coisas não vão muito bem. Isso porque, Singletary (25º em jardas) e Zack Moss (44º) passam longe de ser eficientes o bastante para vencer jogos seguidos. Isso, talvez, explicaria o motivo de Josh Allen lançar tanto a bola. No geral, Buffalo é apenas a 20ª equipe com mais jardas corridas na temporada.

Entretanto, mesma com as limitações em relação ao jogo corrido, o HC de Buffalo e candidato a treinador do ano, Sean McDermott soube localizar seus pontos fortes e fracos e utilizá-los. Nesse sentido, a motivação de chamadas de passe ser maior do que as chamadas para corridas são completamente explicáveis (596 x 411).

Defesa que não compromete

Ter uma defesa que não compromete não necessariamente é o bastante para um time ser campeão, mas já é um começo – ainda mais se seu ataque for tão bom. Mas, nesse caso, é necessário algumas atualizações, ainda mais que na pós-temporada um jogo define o futuro.

Durante o ano, o Bills ficou com marcas medianas na grande maioria das estatísticas defensivas, por mais que ocupe a 7º posição de interceptações totais (15). Foi o 15º times da NFL que mais cedeu passes (369); 14º que mais cedeu jardas por jogo (352,5); 16º que mais cedeu pontos por jogo (23,4); 6º time que mais sofreu touchdowns terrestres (21); e apenas o 15º que mais fez sacks (38).

Em suma, os próprios números mostram que se trata de uma defesa “ok” e com nomes bons. Como o cornerback Tre’Davious White (líder em interceptações), o safety Jordan Poyer (líder em tackles) e o linebacker A.J Klein (líder em sacks). Mas, é preciso mais. É preciso ser mais efetivo, principalmente mandando blitzes ao QB adversário.

De acordo com o Pro Football Reference, em termos de porcentagem, Buffalo manda pressão em 35,5% das vezes (9º maior da NFL), mas é a sexta pior equipe em obrigar o QB adversário a soltar a bola com mais rapidez ou sair do pocket, fazendo isso em 7,9% das vezes. Ou seja, se quiser deixar o adversário mais desconfortável, é preciso melhorar.

O que Buffalo pode entregar na pós-temporada?

Credit: Rich Barnes-USA TODAY Sports

Agora, após uma temporada quase que perfeita e com uma evolução drástica no setor ofensivo do campo, Buffalo precisará manter o nível nestes playoffs. Com uma campanha 13-3, talvez seja, hoje (04/01/21), o time que mais parece estável e com capacidade para tentar tirar o título das mãos de Kansas City.

Isso porque, Steelers, que esteve invicto por um bom tempo nesta temporada, e Ravens mostraram algumas falhas e inconsistências que não apareceram nos Bills. Mas, apenas fazer uma temporada regular incrível não é o suficiente. Até porque, sabemos que o playoff é outro tipo de campeonato e, nem sempre, ter o melhor time é o suficiente.

Agora, Josh Allen precisará mostrar que além de ser um bom quarterback, com um futuro brilhante pela frente, é um bom líder para comandar sua equipe em jogos que perder não é uma opção. Caso o sarrafo seja o mesmo mostrado durante a temporada regular, as expectativas são de que, pelo menos, Buffalo vá longe o bastante para brigar de igual para igual contra os Chiefs.

A primeira batalha é no sábado, contra o Indianapolis Colts, que também tem inúmeros pontos fortes e podem complicar a partida para os Bills. Além disso, o duelo colocará Allen “frente a frente” com Philip Rivers, um quarterback 14 anos mais velho (lê-se: mais experiente) que ele. Nada melhor do que confronto contra um veterano para se provar, não é?

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