Análise: a trajetória de Larry Walker até o Hall da Fama da MLB

Um bom tempo atrás, escrevi um texto sobre Larry Walker e a sua candidatura ao Hall da Fama da MLB. Na época, a chance desse objetivo se tornar uma realidade era muito remota, mas aqui estamos e Walker foi elegido junto com Derek Jeter para a Classe deste ano.

Para se ter uma idéia da improbabilidade desse feito, em 2019 após vários anos no ballot, Walker recebeu apenas 34.1% dos votos; menos da metade do total necessário (75%). Entretanto, com um grande apoio da comunidade analítica do baseball; que vem ganhando força nos últimos anos e foi a principal responsável pela entrada de Tim Raines em Cooperstown há alguns anos; Larry foi eleito com 76.6% dos votos em 2020.

No entanto, a falta de candidatos nesse ano certamente influenciou na quantidade de votos que Walker recebeu; mas isso não tira o seu merecimento de forma alguma. Vamos agora revisitar alguns pontos da carreira de Larry.

Números da carreira de Larry Walker

  • Linha da barra: 313/400/565
  • 11,4 BB% / 15,3 K%
  • .252 ISO / .332 BABIP
  • .412 wOBA / 140 wRC + 68,7 WAR
  • 2160 Hits / 383 HR / 230 SB / 1988 Jogos / 8030 PA

Essas, da fato, são estatísticas merecedoras do Hall da Fama.

Curiosidades

  • Você sabe quantos rebatedores na história do esporte têm uma média de .310 ou mais com um K% de pelo menos 15? A resposta é três: Miggy Cabrera, Joey Votto e Larry Walker

O que isto nos diz? Rebatedores com um K% nessa região geralmente rebatem com potência; e conseguir isso com uma média tão alta é um feito e tanto.

  • Ele é um de dois 2 jogadores com ISO de 0.250 ou mais; um On-Base Percentage de pelo menos .400; e no mínimo 200 bases roubadas. O outro é Barry Bonds.

Este feito nos diz que Walker alcançou um nível de potência, média e velocidade tão alto que apenas Barry Bonds o igualou.

  • Por fim, ele é um de oito rebatedores de toda a história do beisebol a obter pelo menos 67 WAR com menos de 2000 jogos disputados.

Contextualizando as estatísticas

A média de carreira de .313 de Walker o coloca à frente de lendas como Ichiro Suzuki; Manny Ramirez; Edgar Martinez; Derek Jeter; e Mike Trout. Além disso, ele é um de seis jogadores na história da MLB que terminou com:

  • uma média (AVG): .300 ou mais
  • On-Base Percentage: (OBP) .400+
  • Slugging Percentage: (SLG) 550+
  • Rebatidas Duplas: 450+
  • Triplas: 60+
  • Home Runs: 350+
  • Corridas Impulsionadas (RBI): 1250+

Os outros cinco são: Stan Musial; Babe Ruth; Jimmie Foxx; Ted Williams e Lou Gehrig.

Seu .965 OPS é o 16º na lista de todos os tempos, que é ajudado pelo ar rarefeito de Denver. Correto, mas considere isso.

Além disso, Walker tem na sua carreira um wRC+ de 140; estatística que leva em conta o ambiente no qual o rebatedor joga. Este número o coloca na frente de Vladimir Guerrero; Joe Morgan; Ken Griffey Jr; George Brett; Fred McGriff; Wade Boggs; Rod Carew; Tony Gwynn; Jim Edmonds; Carl Yastrzemski e vários outros.

Por fim, a última pá de cal para destruir completamente qualquer argumento de que seu sucesso era produto de Coors Field (é claro que seus números eram significativamente melhores em casa do que na estrada); mas isso é mais uma prova de quão incrível ele era no Colorado do que de qualquer outra coisa e não deveria ser usado contra ele.

 

Números na carreira:

Larry Walker fora de casa:
– 278/370/495
– .865 OPS

Carlos Beltran:
– 279/350/486
– .837 OPS

Beltran era um CF, uma avaliação diferente do valor de um jogador; mas os números mostram que apenas como rebatedor, Walker era uma versão melhor do Beltran, um dos melhores center fielders da história recente da Major League Baseball.

Portanto, tudo isso aponta definitivamente para que a presença de Walker em Cooperstown é mais do que merecida e não merece contestação.

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