Por Pedro Jorge Marinho
Colaboração: Carol Vago
O Colts desde 2012 até a semana 6 de 2017: 51-34, 3-3 nos Playoffs. Quem vê de fora pensa que são estatísticas razoáveis para um técnico, mas só quem é torcedor do Indianapolis Colts sabe que essas 37 derrotas vieram de forma amarga e grande parte das 54 vitórias são muito mais por conta do nosso camisa #12 que pelo dedo de Charles David Pagano, o nosso “amado” CHUCK PAGANO.
Após a temporada desastrosa de 2011-2012, Pagano veio com status de mente defensiva a fim de ter sua primeira chance como Head Coach na NFL, mas que foi interrompida logo que descobriu uma leucemia. Após um 9-3 sob o comando do então OC Bruce Arians, Pagano retorna e termina a temporada com uma derrota no Wild Card para o Baltimore Ravens, que viria a ser o campeão do Super Bowl XLVII.
Em 2013, já 100% recuperado, Chuck conduz o time a 11 vitórias e 5 derrotas na temporada regular. Após uma performance memorável e de extrema recuperação mental, o Colts consegue a segunda maior virada da história dos playoffs, após estar perdendo por 28 pontos para o Kansas City Chiefs. Pena que no Divisional Round, LaGarrette Blount, com 166 jardas corridas, e o Patriots destroem a defesa e o sonho de ir ao Super Bowl é interrompido mais uma vez.
Em 2014, vimos o ápice da performance de Andrew Luck com a camisa do Colts, com 40 TD e exatas 4761 jardas. O ataque do Colts era uma máquina, terminamos em 1º em jardas aéreas (4.894, 305,9 por jogo), 3º em jardas por jogo (406,6), 6º em pontos por jogo (28,6) e 2º com mais jogadas no ataque (1.105). Mas mais uma vez, caímos para o New England Patriots, desta vez no AFC Championship Game, com uma dolorosa derrota por 45×7.
Em 2015, choque de realidade: um 8-8 para mostrar o quão medíocre nossa defesa era e o quanto Luck carregava o time nas costas. Após tantos sacks e contatos defensivos, nosso QB ficou fora de combate por nove jogos. A incapacidade da comissão técnica em montar uma OL minimamente decente para proteger nosso #12 provocou esta situação. Não bastando o ataque sofrer pela falta de proteção ao Luck, a defesa também pouco colaborava na tentativa de parar os adversários (e vamos combinar que uma defesa que tinha Greg Toler não poderia ir a lugar algum). Chuck perdia ainda mais a credibilidade com a torcida, que começou a pedir sua saída. Irsay o segurou no cargo…
Em 2016, o Colts viu que precisava fazer alguma coisa para não matarem Andrew Luck. Ainda que tenhamos conseguido boas peças para a OL, é verdade que a primeira metade da temporada não mudou tanto o panorama de sacks nos QBs, mas na parte final isso foi acertado. Enquanto isso no lado defensivo o terror continuava. Com o fraquíssimo TJ Green no fundo do campo, nossa defesa era um paraíso de big-plays. Dessa vez, Luck não pode fazer nada, mesmo tendo seu segundo melhor ano na liga. Mais uma temporada 8-8, mais um ano desperdiçado. Nosso HC ficou ainda mais pressionado e com a saída do imbecil Ryan Grigson, parecia ser uma questão de tempo até Chuck ser igualmente demitido.
Com a contratação de Chris Ballard, Pagano tem possivelmente seu último ano a frente do time. Assim que chegou, Ballard já queria trocar o comando técnico do time, mas Jim Irsay intercedeu por Chuck, dando a ele uma sobrevida no Colts. O nome de Dave Toub foi muito citado, já que o técnico de Special Teams do Kansas City Chiefs é considerado um dos melhores de todos os tempo em sua atual função (trabalhou com Devin Hester no Chicago Bears). Além de fazer um excelente trabalho na franquia é um velho conhecido de Chris Ballard, por terem trabalhado juntos.
A última lesão de Andrew Luck não é nem um pouco favorável ao Chuck, pois ele mesmo sabe que Luck ganha os jogos. Até este texto ser escrito, estamos 2-4 na temporada, com a vitória obrigatória sobre o Browns e a suada vitória contra o 49ers na prorrogação. Nestes cinco jogos, mesmo com três derrotas, percebe-se um pouco de evolução defensiva, através das aquisições de Malik Hooker e Quincy Wilson no Draft e Jabaal Sheard, John Simon, Johnathan Hankins e Al Woods na Free Agency. Pelo menos agora voltamos a ter um pass-rush bom o suficiente para deixar os QBs adversários desconfortáveis no pocket. O antigo problema de início lento nos jogos agora parece ser outro: apagões e falta de ajustes após o intervalo. Pagano e os coordenadores parecem não serem aptos a realizarem ajustes de acordo com o adversário, vide a infinidade de blitzes em que a defesa do Tennessee Titans, comandada pelo mestre Dick LeBeau, mandou em cima de Jacoby Brissett na segunda metade do jogo da semana 6.
Com o fortalecimento da AFC South, o Colts deixou de ser favorito unânime na divisão. O Titans vai se fortalecendo cada vez mais e desenvolvendo bem Marcus Mariota. Jacksonville está a um QB de realmente brigar por algo a mais na NFL. Houston parece ter encontrado seu franchise quarterback com Deshaun Watson e, mesmo com as lesões de JJ Watt e Whitney Mercilus, o Texans tem um time bem sólido. A franquia de Indiana parou no tempo, ainda estamos em 2014 torcendo para Luck fazer milagres e nos levar o mais longe que puder.
Chuck Pagano já é um vencedor na vida por ter combatido o câncer, isso eu o aplaudo de pé. Mas no campo infelizmente ele não consegue desenvolver o jogo. Jogadas esquisitas (me nego a comentar aquilo contra o Patriots, o vídeo irá falar por mim), jogadores contratados e draftados que nem merecem pisar num campo de futebol americano tendo chances de jogar (LaRon Landry, Greg Toler, Gosder Cherilus, TJ Green, Björn Werner, Trent Richardson), derrotas por mais de 30 pontos em 22 dos 91 jogos, as mais esfarrapadas desculpas após as derrotas… Todas tem o dedo do técnico. O Colts chegou aos playoffs no triênio 2012-2013-2014 pelo ótimo ataque que temos. Pagano está na corda bamba mais do que nunca e só o Super Bowl (talvez) salvaria seu emprego, mas do jeito que anda a carruagem é capaz de sermos Top 5 no Draft do ano que vem.
Fake punt contra o New England Patriots
A seguir são mostradas algumas estatísticas do time entre 2012 e 2016: