O que aconteceu com o Baltimore Ravens em 2020?

2020 continua sendo um ano atípico na NFL, e uma das coisas que mais surpreendeu o fã do esporte esse ano pode ter sido o regresso absurdo do Baltimore Ravens a um time que atualmente se encontra fora dos playoffs da AFC. Mas o que aconteceu com o melhor ataque da liga, e o que aconteceu com o MVP de 2019?

Greg Roman com um esquema raso?

Foto: Kenya Allen/PressBox

Roman assumiu o cargo de coordenador ofensivo em Baltimore no ano passado, após o ano de calouro de Lamar Jackson, com a missão de moldar um ataque para o quarterback. Nesse sentido, o objetivo foi atingido logo na semana um, com criatividade nas chamadas, diversidade nas formações e um ótimo aproveitamento das áreas fortes dos Ravens.

O problema aqui é que nem todo playbook é infinito, e chega um momento onde toda jogada se torna repetitiva e óbvia de se defender. Com os playoffs em 2018 e 2019, mais as derrotas de Baltimore na temporada regular, foi formada uma fórmula clara para parar Jackson e suas mil habilidades. O plano consiste de igualar a fisicalidade do time, limitando jogadas explosivas. Além disso, ao mesmo tempo rebatendo com velocidade, tirando jogadores que não tem a agilidade para atravessar o campo e substituindo-os por defensive backs que consigam manter Lamar e o jogo corrido em uma situação mais sufocante.

Explosão ou implosão?

2020 continua sendo um ano atípico na NFL. Mas uma das coisas que mais surpreendeu o fã do esporte pode ter sido a queda do Baltimore Ravens.
Foto: Will Newton/Getty Images

Tirando o esquema em si, o ataque ainda se via fadado a um certo regresso, levando em consideração que o Baltimore Ravens de 2019 foi, literalmente, históricos pelas performances corrida. Por isso, com o time tão dependente na corrida, ainda mais agora, as quedas em performance refletem no desempenho geral do time.

Mark Ingram fechou 2019 com a marca de cinco jardas por tentativa, número que nesse ano caiu para 4.1, terceira pior marca em seus nove anos na liga. Gus Edwards foi de 5.3 para 4.4, apesar de ter recebido mais oportunidades nesta temporada do que na anterior. J.K. Dobbins pode ser um calouro, mas atualmente ele se encontra como segundo no time com 5.3 jardas por carregada, atrás de seu quarterback. Lamar Jackson é o melhor exemplo do que ocorreu de um ano para cá, seus números caíram de 6.9 jardas por tentativa em 2019 e 1206 jardas totais, para 5.6 em 2019 e com uma projeção otimista chegando logo abaixo das 1.000 jardas totais no ano. Em outras palavras, o time inteiro vem decepcionando.

Apesar de algumas perdas significativas como o Guard Marshal Yanda (2x All-Pro e membro do All-Decade Team dos anos 2010s), não existe algo que explique tamanha queda de performance a não ser que os jogadores estejam, em conjunto, passando por um ano ruim.

O MVP encontrou uma parede?

Como todo quarterback toma responsabilidade pelo sucesso de um time, é provável que ele também leve a culpa caso o time fracasse; com Lamar, não é diferente, e sua performance também não deixa muito espaço para desculpas.

Apesar de apenas Mark Andrews ter se mantido no ritmo do ano passado, Lamar tem sofrido bastante com uma NFL mais adaptada a seu estilo. O jogador em seu terceiro ano não vem lidando muito bem na cara da pressão, e apesar de sua linha ofensiva estar sim com vários buracos, o quarterback acaba caindo em um estado de pânico mais do que deveria muitas vezes. Seu impulso em tentar gerar jogadas com as pernas esse ano tem acabado mais em sacks ou jogadas feias para o ataque do que os highlights para o MVP do ano passado.

Sua habilidade passando a bola também caiu pela ladeira, Jackson tem menos conforto e muito menos ajuda do resto do elenco em situações importantes. Então, mesmo com uma precisão que Lamar nunca possuiu em sua carreira, talvez seja difícil gerar jardas a partir de tão pouco material.

No fim das contas, o que mais carece em Baltimore são as jogadas explosivas. Se o time não conseguir voltar ao nível especial que chegou no ano passado, talvez seja necessário achar um meio termo confortável. Ou seja, onde o time consiga mais consistência ao invés de estar no topo da montanha ou no fundo do poço.

Então, o que funciona?

2020 continua sendo um ano atípico na NFL. Mas uma das coisas que mais surpreendeu o fã do esporte pode ter sido a queda do Baltimore Ravens.

Muitas coisas ainda podem dar errado para o Baltimore Ravens esse ano, mas o futuro não precisa ser tão triste assim. Independente do destino do time até o final da temporada, os Ravens não têm muito com o que se preocupar daqui para a frente, pelo menos ainda não.

Orlando Brown Jr. e Mark Andrews continuam sendo dois jogadores absurdamente baratos para suas performances consistentes; J.K. Dobbins também já parece um calouro especial; e Lamar consegue voltar a render performances boas em 2021 com o retorno de um dos melhores tackels da NFL, Ronnie Stanley.

A defesa também continua decente, na medida do possível. Jimmy Smith é um dos melhores cornerbacks da liga e Marcus Peters continua sendo um playmaker; Calais Campbell foi vendido por um preço muito baixo e só ajudou a linha defensiva a melhorar durante seu tempo em Baltimore.

E é claro, Justin Tucker continua sendo um absurdo.

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