Quem foi o Watson de Clemson e Texans e o que esperar do Watson em Cleveland

Training Camp oficialmente iniciado para todo o elenco, semana que vem já é mês de agosto, jogos de pré temporada, jogos do college football já acontecendo e esperamos que finalmente tenhamos o desfecho da novela de suspensão envolvendo Deshaun Watson. Aliás mais uma pré temporada onde existem assuntos por fora do futebol onde nos faz virar uma página de fofoca e que infelizmente envolveu casos pesados e esse texto não iremos analisar nada sobre esses acontecimentos, precisamos começar a falar de futebol americano de dentro do campo e precisamos falar de muitas histórias por trás dessa ansiedade antes dos jogos começarem.

Sobre a adição de Deshaun Watson não falamos ainda quase nada sobre o que ele trará para a franquia de dentro de campo, todos falam desse “upside”, onde pode ter sido a peça final a fazer o Browns favorito de uma vez por todas, outros tem bastante insegurança quanto a falta de jogo que ele vem tendo desde os casos judiciais, mas como nunca analisamos individualmente ele, precisamos falar sobre quem era Watson vindo da NCAA, quem foi Watson em tempos de Texans e quem poderá ser Watson para esses longos anos como jogador do Browns.

Watson já fez suas gravações para as filmagens da temporada com a jersey do Browns

WATSON VINDO DE CLEMSON

A grande jóia preciosa daquele Draft de 2017 era Deshaun Watson, um dia o Browns pensou muito sobre selecionar o quarterback, aliás de todos era o que mais estava pronto para jogo imediato daquela lista, vindo logo de Clemson uma tradicional universidade no futebol americano ele era o que tinha as características mais refinadas em um contexto coletivo a chegar para a NFL como antecipação, leitura de campo, presença de bolso..certos quarterbacks tinha um tal característica melhor que ele mas se juntasse tudo dentro do jogador talvez não ganhasse como perspectiva de Watson.

De todas as características a de antecipação da bola era a sua melhor vindo do college, algo que a gente assistiu muito em Houston, ele era ótimo em pagar jogadas para atacar certas coberturas, Watson chegava à linha de scrimmage, ganhava uma compreensão da defesa, descobria a rota que gostava, examinava a forma como a defesa reagiu e atacava a partir dali. Muito acontecia que o defensor estava fora do intervalo da jogada tudo pelo o que o Watson fazia com a preocupação do defensor.

Um belo resumo de quem era o Watson rumo a NFL seria a de que um cara aberto ganhando sua disputa individual a receber o passe para Watson poderia ser tarde demais onde ele ama essa antecipação de seu alvo mas se ele estiver jogando para um jogador em vez de um ponto de passe é provável que o passe seja impreciso.

Experiência era um ponto importante dele, antes de se declarar para o Draft, ele já havia feito 35 partidas como titular, os Tigers fizeram jogos consecutivos de final de campeonato ACC e aparições nos playoffs de futebol universitário, perdendo para o Alabama no jogo do título de 2015, mas derrubando o Tide em ’16 com lance decisivo de Watson nos segundos finais. Nesses dois jogos contra o Alabama, Watson jogou para um total de 825 jardas, sete touchdowns e uma interceptação. Watson terminou em terceiro na votação de Heisman no segundo ano. Colocar muito estoque em cima de estatísticas ou vitórias e derrotas é uma maneira perigosa de elaborar uma análise do jogador especialmente em jm quarterback e ignorar o desempenho de Watson nos maiores palcos do futebol universitário e como ele respondeu com as costas contra a parede criava uma lacuna que só iria ser respondida na NFL.

Seu ritmo atlético foi algo já compreendido desde esses tempos, foram 26TDs mas um número grande de corridas para acima de 10 jardas, quando os jogos tendem a ficar um pouco agitados no quarto período por exemplo desde essa primeira versão de Watson, ele podia enfatizar ainda mais as defesas com a ameaça de decolar e correr. Pedir a ele para jogar em movimento não foi um problema nesse começo já que Watson já tinha o atletismo para rolar por fora do pocket, naturalmente atraindo os defensores para mais perto da linha era algo bem visto nele já que ele vendia muito bem para os DBs em olhar e usando suas pernas.

Os números de interceptações foram muito altos durante sua carreira universitária, particularmente os 17 que ele disparou como júnior em 2016 combinados nas temporadas 2015-16, Watson jogou interceptações em aproximadamente 2,8% de seus passes, esse nível já seria considerado alto perto de chegar aos quarterbacks com mais porcentagens naquele ano na NFL, para se dar um exemplo a mesma marca traduzida para a NFL faria ele estar entre os 10 piores da liga nisso.

Sobre dar passes, ele por mais que acertava janelas fechadas ele era inconsistente nisso, partidas onde Clemson ganhava com facilidade apagavam um pouco isso de vista, além do mais sua tomada de decisão era inconsistente também, para o college funcionava esse ritmo mas leituras um pouco mais lentas contra boas defesas faziam de Watson uma bomba relógio com seu heroísmo em jogo.

WATSON DO HOUSTON TEXANS 

Watson não foi jogado ao fogo em Houston, ele entrou durante a temporada apenas quando Tom Savage se machucou durante um jogo contra o Jaguars. Na temporada passada a de estréia dele os Texans tiveram uma taxa de pressão de 36,9%, que foi a última na NFL e quando Watson foi pressionado no ano de calouro a porcentagem estava em 41,9% de seus dropbacks, a maior taxa da liga. A taxa média de pressão na temporada foi de 31,6% para você ter uma noção. Uma estatística que sempre amei era a de DVOA (onde mede a eficiência de uma equipe comparando o sucesso em cada jogada com a média da liga com base na situação e no oponente. Uma estatística bem beisebol), e sobre pressão Watson se manteve em décimo em DVOA, isso já seria impressionante se ele não fosse o número 1 nisso sem pressão. 

Por duas vezes ele chegou a 5 TDs recorde como um calouro em um único jogo da NFL, ele iniciava seu lado físico correndo para touchdowns e lutou em vários jogos com placares grandes, ele mudou a aparência desse ataque, Watson foi capaz de manter as defesas sob controle com sua capacidade de executar a bola, esse foi o maior atributo de Watson para o ataque, fazendo com que as defesas comprometessem outro jogador no jogo de corridas ou no jogo de passes para ficar de olho nele, esse é o aspecto que um quarterback quer arrancar do adversário e ele conseguiu rapidamente dentro da liga. Enquanto Watson estava saudável o ataque tinha uma das melhores médias em pontuação .

Bill O’Brien evoluiu como chamador de jogadas muito por causa do jogador que ele tinha em mãos, mas Watson ainda evoluindo de forma gradativa durante a temporada precisaria ter diminuído o ritmo de ser agressivo, ainda se parecia muito com o Watson um pouco irresponsável do college, se arriscando acima do nível contra defesas de mais alto nível. O maior atrativo de Watson foi seu arremesso de bola profunda aprimorada ainda mais, que o classificou como o 8º melhor passador da NFL com 47,5% em passes profundos. Já entre 10-19 jardas sua conclusão de passe foi bastante baixa, de 44% de passes completos nesse nível de campo. 

Em 2 de novembro daquele ano, Watson rompeu o ligamento cruzado anterior em uma jogada sem contato durante os treinos, encerrando prematuramente sua temporada de estreia. Em sete jogos (seis como titular) durante seu ano de estreia, Watson acumulou 1.699 jardas, 19 touchdowns e oito interceptações enquanto corria para 269 jardas e dois touchdowns. 

2018 foi um ano tenso com dúvidas por cirurgia mas o torcedor do Texans havia saído dele com a certeza que Watson era seu titular incontestável. Ainda sim foi um ano com bastante lesões, costela quebradas e pulmão atingido foram lesões que estiveram presentes durante aquele ano, a proteção entorno dele ainda não estava se caminhando para ser a melhor possível. Para se ter uma idéia, Watson liderou a liga em tempo médio gasto no pocket e foi o segundo em tempo médio antes de arremessar já que ele enfrentou o maior número de dropbacks sob pressão (281) e empatou com o quinto maior número de sacks sofridos em uma única temporada com 62. Watson terminou a temporada regular com 4.165 jardas, 26 touchdowns, 9 interceptações, 551 jardas e 5 touchdowns terrestres, enquanto Houston teve um recorde de 11-5 e conquistou o título da AFC South. A sua versão após um segundo ano era de alguém que estava tentando mesmo no meio de um caos, se manter bem mais dentro do pocket e o número de interceptações estava baixo comparado com a perspectiva esperada.

Na primeira aparição de Watson na pós-temporada, os Texans receberam o Indianapolis Colts na rodada do Wild Card . Watson completou 29 de 49 passes para 235 jardas e os Texans perderam por 21-7. O projeto ainda não estava bem alinhado mas ir aos playoffs já mostrava resquícios bons do que se esperava.

Em 2019 depois de terminar 10-6, mais uma vez o Texans se deparou com jogar em janeiro mas agora por via Wild card onde encontraram na rodada divisional os Chiefs onde perder uma vantagem de 24-0 para perder por 51-31 foi bastante impactante negativamente. Antes dessa eliminação Watson estava na WC revertendo um déficit de 16 a 0 sobre o Buffalo Bills vencendo o jogo na prorrogação em um jogo onde foi sackado por 7 vezes e no lance que garantiu a boa posição pro FG da vitória se configurou com ele escapando de dois defensores em um quase sack duplo para conseguir o passe. Em 2019, Watson foi ao Pro Bowl pela segunda vez em seus três anos de carreira e apesar de perder um jogo (por descanso), ele terminou em segundo lugar na NFL no total de touchdowns com 34, passando para 26, correndo para sete e recebendo um TD recebendo. Watson lançou para 3.852 jardas, 26 touchdowns e 12 interceptações com uma taxa de conclusão de 67,3% em 2019, bom para uma classificação de 98 passadores. As interceptações aumentaram e algo que estava claro em seu tape foi a quantidade de quase interceptações, esse número poderia ter sido maior, sua capacidade de tomar sack não melhorou tanto, ele recebeu 44 e novamente em seu tape muitos deles foi por uma demora significativa de Watson tentando estender aonde não tinha opção viável.

Um destaque infeliz após esses três anos de NFL seria a de estatísticas de Watson em playoffs vs números na temporada regular. As estatísticas de Watson diminuem quando a pós-temporada começa: ao longo de sua carreira na temporada regular, Watson tem uma porcentagem de conclusão de 66,8%, uma taxa de touchdown de 5,9% e uma média de jardas por passe de 8,1 quando nos playoffs esses números caem para uma taxa de conclusão de 63,5%, uma taxa de TD de 3,2% e uma média de 6,9 ​​jardas por passe. Talvez esses números sejam indicativos de uma filosofia de plano de jogo junto com chamada de jogo que mudam quando a pós-temporada começa. Em três aparições nos playoffs, Deshaun tentou 77 passes, uma média de 25,66 passes por jogo sendo que nos 37 jogos da temporada regular que começou como titular Watson lançou 1.204 passes, ou 32,54 passes por jogo. 6,88 menos tentativas de passe por jogo do que na temporada regular. Isso é um grande desvio da norma.

Nos playoffs daquele ano Watson e os Texans abriram uma vantagem alta mas perderam ela, e o questionamento ficou sobre ele contra a parede em jogos eliminatórios aí mesmo tempo que os flashes daquele Watson contra o Bills provavam um pouco ao contrário.

2020 DO WATSON E O QUE ESPERAR DELE NO BROWNS

Em 2020 o Texans optaram por exercer a opção de quinto ano do jogador, em 5 de setembro, Watson assinou uma extensão de contrato de US$ 177,5 milhões por quatro anos com US$ 111 milhões em garantias, mantendo-o sob contrato até a temporada de 2025. E esse vai ser o ano importante para analisarmos, aqui foi a última versão de quem foi ele como jogador e aqui é o mais perto do que vamos esperar dele no Browns.

Para falar do quão bom é Watson em uma situação adversa é olhar os melhores quarterbacks daquele ano, Os Buccaneers de Brady tinham uma defesa entre os cinco melhores para mantê-lo continuamente à frente do jogo em termos de posição de campo e estado de jogo. Além disso, ele tinha o melhor corpo de recepção da liga. Rodgers teve a oportunidade de encontrar recebedores abertos através do esquema de zona ampla e play-action de Matt LaFleur, e ele teve, sem dúvida, o melhor recebedor da liga em Davante Adams. É sempre difícil achar exemplos de grandes temporadas de QBs que não estivessem em bons cenários em seu entorno. Absolutamente nada foi em pró de um caminho bom para os Texans em 2020 e Watson ainda jogava rotineiramente em um nível de elite. O ex-técnico e gerente geral de Houston, Bill O’Brien, trocou o melhor recebedor de sua equipe antes do início da pré temporada. O’Brien foi demitido no meio da temporada, ele jogou com uma defesa terrível, um jogo de corrida terrível e nenhum recebedor que fosse uma estrela da posição e colocou a 19ª melhor nota de aprovação da temporada regular da era PFF (91,2). 

Estar em desvantagem nos jogos força o quarterback a tentar passes mais difíceis. Não ter um jogo de corrida coloca o quarterback em descidas e distâncias mais ameaçadoras. Não ter recebedores que possam criar separação com facilidade força o quarterback a segurar a bola, e no entanto, Watson incendiou a liga, apesar de não ter nada a seu favor. A nota acima de 90,0 de Watson pela PFF o fez se juntar com mais 28 quarterbacks com notas acima desse número desde que foi iniciado essa metragem do site e desses 29 QBs 26 tiveram mais de 10 vitórias na temporada onde conseguiu a grande nota, isso só mostra o quão difícil é passar dessa média enquanto o time não caminha junto a isso. Alias desses 29 exemplos, 28 times dos quarterbacks com nota acima de 90,0 terminaram a temporada com mais vitórias do que derrotas (com mais de 50% de aproveitamento), o único exemplo negativo foi o Texans de 2020. 

Vamos explicar quem era aquele entorno do Watson. A defesa teve o terceiro maior número de jardas por jogo cedidos (416,8) e o sexto maior número de pontos por jogo cedidos (29,0). No final da temporada, o Pro Football Focus classificou a linha ofensiva dos Texans em 23º lugar na liga. Eles ficaram em 30º como um grupo de bloqueio de corridas, que estava na marca com seu 30º ataque corrido (91,6 jardas por jogo). Os Texans adquiriram Brandin Cooks para ajudar a substituir Hopkins, e ele liderou os Texans com 81 recepções enquanto o resto do corpo de recebedores foi com Will Fuller (que nunca havia alcançado 50 recepções em uma temporada), Randall Cobb, de 30 anos, e cortes profundos como Kenny Stills, Keke Coutee e Chad Hansen. Os tight ends de Watson eram Jordan Akins (que teve 37 recepções na carreira em 2020) e o ex-Brown Darren Fells.

Watson foi sackado 49 vezes mais uma marca gigante na carreira dele ao mesmo tempo que teve o segunda melhor rating como passador da liga (112,4) e em quinto em DVOA na liga. Ele chegou a maior marca da carreira em passes completos sendo 70,2% onde foi a terceira maior margmca da liga e chegou ao seu recorde de jardas passadas e o primeiro da liga nisso com 4,823 jardas. Embora os Texans não tenham tido nenhum impulso para vencer o jogo ou reviravoltas no quarto trimestre em 2020, certamente não foi porque Watson murchou no final dos jogos. Ele ficou em quinto lugar em porcentagem de conclusão em último período ou prorrogações (73,6) e foi o terceiro em taxa de passes capturáveis ​​(91,3), de acordo com dados da Sports Info Solutions. Isso ajudou a produzir oito passes para touchdown e uma interceptação em Q4/OT. Seu EPA/jogo em finais de jogos ficou em 12º lugar, e sua porcentagem de conclusão sobre a expectativa ficou em sétimo.

Em um ano de caos onde ele consegue 7 touchdowns a mais do recorde individual dele e consegue estabelecer uma interceptação a menos da menor marca dele mostrou de uma vez por todas que ele tinha virado elite. Após a temporada de 2020, Watson solicitou uma troca pelos Texans depois de ficar insatisfeito com as mudanças no front office e na comissão técnica. Os Texans não estavam dispostos a negociar com outras equipes sobre ofertas comerciais, levando a um impasse com Watson até o surgimento de alegações de assédio sexual.

Watson terá pela primeira vez uma das melhores linhas ofensivas da liga, receber menos que 40 sacks na temporada já vai ser incrível, um corpo de recebedores que por mais das mudanças e juventude teve investimento, pela primeira vez ele terá um jogo corrido de elite, imagina Watson trabalhar com Chubb, Hunt e Johnson. A defesa que o Browns quer após tanto investir é que de tempo de descanso para Watson e dê por várias vezes manutenção de placar adquirido. O que o Browns quer é oferecer a Watson o que ele quase nunca recebeu em Houston, imagine o último ano dele lá, um nível de elite onde se conseguisse resultado seria um dos se não O CANDIDATO para ser o MVP de 2020, eu tenho a certeza que ele ter vindo foi a última peça para que o Browns se tornasse de uma vez por todas fmum favorito para competir de forma séria contra os grandes times da AFC nos playoffs e dar um passo a frente em ser um sonhador de estar no Super Bowl.

 

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