Na última semana, o atual Washington Redskins anunciou que o nome do time irá passar por uma revisão. Isso ocorreu após um pedido formal da FedEx (patrocinadora do estádio do time) e um boicote da Nike sobre produtos da franquia, vendidos no site da marca.
Money talks : a influência dos patrocinadores
Além da manifestação da FedEx, a Nike e a PepsiCo receberam cartas assinadas por 87 empresas de investimento e acionistas pedindo para que cortem laços com a equipe, se eles não mudarem de nome. As ações dos acionistas e empresas combinadas representam US$ 620 bilhões.
Diante de toda essa pressão, Dan Snyder, dono do Washington Redskins – que declarou em 2013 que nunca mudaria o nome da franquia – disse através de um comunicado oficial que este processo de revisão quer englobar não apenas a tradição e história de orgulho da franquia, mas todos àqueles relacionados a mesma, dentro e fora de campo.
I can’t breath : A força do movimento antirracista
Com a morte de George Floyd, em 25 de maio deste ano, os Estados Unidos passou por uma onda protestos antirracistas fortíssimos. A problematização dos símbolos agregados ao racismo estrutural estão acontecendo de maneira tão literal que estátuas de escravocratas estão sendo derrubadas por manifestantes.
Eleanor Holmes Norton, representante política não-votante da Casa da Representatividade de Washington, declarou que Snyder “tem um problema que ele não pode ignorar hoje”. O nome controverso da equipe tem sido pauta de reclamações e protestos há décadas, pois não faz sentido manter o nome de uma equipe que ofende a todo um povo.
Possibilidade não é garantia
A pesquisa para um novo nome é um começo para que a equipe de Washington mude sua nomenclatura. No entanto, não é uma garantia de que isso realmente irá acontecer, embora tudo indique para que sim.
Vale ressaltar que não existe, pelo menos não na sociedade atual dentro de todos os recursos de pesquisa e acesso à informação, uma razão para perpetuar o discurso racista. Ainda que este discurso seja inconsciente de certa maneira. Ou seja, que acontece de forma “inata” dentro de vernáculos da língua ou da propagação de símbolos e expressões que são ofensivos por si, como a “mascotização” de um povo.