O que se passa com a defesa de Baltimore?

Quem torce para o Baltimore Ravens está acostumado a ter uma defesa muito boa em campo, dependendo somente do ataque ser eficiente para ganhar jogos. A defesa tem sido um pilar importantíssimo, sendo que ficou entre as 10 melhores nos últimos 5 anos e desde que Don “Wink” Martindale virou o coordenador defensivo ela esteve entre as 3 melhores. Entretanto, este ano parece estar acontecendo algo de errado, como se ainda não tivesse uma identidade.

Em 2021, é a 3ª melhor contra o jogo terrestre, mas vimos alguns lapsos acontecendo. Ao mesmo tempo, teve um desempenho espetacular contra o Los Angeles Chargers (que fazia uma média de 315,2 jardas aéreas por jogo e não passou de 200 jardas contra o Ravens), mesmo sendo o 7º pior defendendo passe.

A Secundária

Com a lesão de fim de temporada de Marcus Peters e com retornos questionáveis de Jimmy Smith e Tavon Young, era de se esperar que a defesa contra o jogo aéreo adversário fosse pior que nos anos anteriores. Esse ano, 84 primeiras descidas e 9 touchdowns foram cedidos pelo ar, que não são números muito distantes do que o ataque roxo e preto produziu.

Além disso, a defesa não consegue sair tão rápido do campo, levando ao cansaço e cedendo mais pontos a partir da segunda parte da partida. O cornerback Marlon Humphrey não tem feito uma temporada muito boa, sendo contra o Chargers a única atuação boa até o momento. Talvez parte da culpa seja de ter ficado fora dos treinos de pré-temporada por conta de lesão, então é possível que daqui em diante ele continue evoluindo para melhor e mostrando o seu valor.

Além disso, DeShon Elliott não esteve presente em alguns snaps defensivos também por lesão, sendo substituído pelo calouro Brandon Stephens que tem feito um trabalho decente por enquanto, mas muito longe de ser perfeito.

Os Linebackers

Um dos setores mais complicados em 2021, entretanto, é o corpo de linebackers. Não que seja ruim – existem muitos talentos nesse setor que oscilam entre atuações boas e pobres -, mas muita marcação de blitz também possibilita que aquele que seria responsável por uma eventual cobertura, esteja apressando o passe deixando com que mais e mais rotas curtas no meio do campo sejam bem executadas ganhando bastante jardas. Um jogador que tem tido ótimas respostas a essas rotas curtas e salvando estragos é Chuck Clark.

O strong safety, que esteve presente neste ano em TODAS as posições defensivas e em todos os snaps defensivos também, tem boas leituras antes do snap e acompanha bem as rotas que marca, sendo crucial para evitar avanços de tight ends muito bons, como TJ Hockenson, Noah Fant e Travis Kelce. Essa habilidade de poder estar em todas as partes do campo é bem explorada por Martindale, deixando ataques confusos por não saberem se vem uma pressão ou uma cobertura do SS, além da belíssima capacidade de blefar em qual espaço da OL vai entrar.

Por esse motivo, acaba consertando erros de LBs responsáveis pela cobertura ou ajudando a derrubar os adversários, que tem sido um problema recorrente com Patrick Queen, por exemplo.

Sobre Patrick Queen

Nos primeiros jogos, Queen cometia alguns errinhos que não deveria em seu segundo ano de liga e só começava a jogar melhor muito tarde. Ter sido uma escolha de primeira rodada como linebacker foi algo bem questionado visto que havia pouco tempo de experiência nessa posição. Nesse ano, ele deveria mostrar melhora nos quesitos que deixou a desejar como calouro e, por enquanto, não apresenta.

O camisa 6 acaba demorando muito para entender que na cobertura dele não passa nenhuma rota e isso faz com que se distancie dos adversários. Precisa correr muito para alcançar o recebedor perdendo tackles importantes por conta da separação e do cansaço. Já contra corridas, ele tem um desempenho muito melhor conseguindo rapidamente pará-las, algo que vem mostrando desde o ano passado (e fez com que muita gente tenha se empolgado demais com ele), mas algumas vezes acaba seguindo demais o movimento do corredor perdendo um pouco de ângulo para fazer o tackle.

No caso de play actions isso pode ser um problema, uma vez que vai demorar para interpretar que é um passe. Acredito que ele tenha sido escolha de primeira rodada por acreditarem que é um talento a ser desenvolvido, mas que demoraria para desabrochar e por isso precisa da opção de 5º ano para ter uma decisão correta sobre mantê-lo. Fora isso, não acho que ele seja um jogador de primeira rodada.

Ainda dá para salvar

Ainda assim, o segundanista não é um caso perdido. Como comentado anteriormente, ele tem momentos que atua muito bem. Durante o jogo contra Chargers, mesmo jogando menos por ter se lesionado, mostrou melhora na leitura e bom posicionamento com o recebedor, o que levava ao quarterback ter que lançar a bola em outra direção.

Não foi o único jogo em que fez isso nessa temporada, mas foi no qual melhor desempenhou seu papel. Se mantiver esse ritmo, Queen será realmente um linebacker muito bom no futuro não só defendendo corridas, mas também evitando avanços por passes. Por ora, a defesa como um todo deve saber como ser efetiva em todos os jogos como foi na semana 6.

Justin Herbert comentou em coletiva que Wink mostrou um trabalho exemplar ao trazer movimentações diferentes das que ele estudou, então essa deve ser a identidade do time daqui em diante: montar esquemas diferentes a cada adversário para ser dominante contra o ataque aéreo e não errar defendendo corridas.

O problema desse time não está na falta de talento, muito pelo contrário, já que mostrou que consegue ser uma equipe muito inteligente, mas não conseguem se concentrar no jogo o que leva a erros desnecessários e a um cansaço que poderia ser evitado.

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