O Indianapolis Colts até a bye week

Depois de uma longa e tortuosa offseason, sem a certeza de que a NFL voltaria e com a esperança depositada em Philip Rivers, os Colts começaram a temporada de 2020 cheio de expectativas. Nesse início, o time contou com uma tabela favorável, alguns jogos disputados, outros nem tanto, mas todos vencíveis.

Com o recorde de 4-2 até então, os Colts se encontram em uma situação incômoda: o time não demonstra estar pronto para maiores saltos na temporada, com algumas exceções. Esse texto busca explorar algumas dessas fragilidades vistas até aqui.

A montagem do elenco

Sabemos e conhecemos a filosofia de Chris Ballard. Eu mesmo já escrevi sobre isso demonstrando a mudança de filosofia imposta por ele ao assumir o comando da franquia de futebol americano de Indianapolis.

Ballard merece todos os elogios se voltarmos ao ano em que ele chegou ao time e compararmos os elencos. Antes dele tínhamos apenas QB e algum resquício de talento em outras posições, caso de Ryan Kelly, center mais bem pago da NFL atualmente e peça indispensável na OL titular do Colts.

O atual GM montou uma equipe que compete na grande maioria dos seus jogos de igual pra igual com qualquer franquia. Sua principal arma é o Draft, onde encontrou talentos como Darius Leonard, Quenton Nelson, Braden Smith, entre outros.

No entanto, na visão deste torcedor que vos escreve é necessário ajustar certas coisas. O elenco dos Colts é jovem e possui bons talentos principalmente na defesa, quase todos advindos do Draft, mas ainda falta profundidade e contundência nas suas ações no mercado da NFL.

Comumente vemos torcedores dos Colts confundir o argumento de contundência no mercado da NFL como entrar no leilão por jogadores onde quem oferecer mais leva. Houve várias oportunidades de poder fortalecer o corpo do time com adições na free agency que não foram feitas pela franquia priorizar um modelo específico de jogador.

Um exemplo claro como a água disso é que recentemente perdemos nosso RB titular Marlon Mack, peça de extrema importância e que vinha evoluindo temporada após temporada, acompanhando o crescimento do time. Algumas semanas depois os Jets dispensaram o ótimo RB e que já foi o mais bem pago da NFL Le’Veon Bell. Um dia após a dispensa, o Kansas City Chiefs contratou o jogador por U$ 1M + 1M em incentivos. Vou repetir, um dos melhores RB da NFL foi contratado por UM MILHÃO DE DÓLARES até o fim da temporada.

Convenhamos, nem o Colts, nem a comissão, nem o próprio Jonathan Taylor esperava assumir o papel de RB1 da equipe. Apesar do crescimento, JT ainda sofre com a leitura dos gaps apesar de ser muito bom jogador.

Também não adicionamos mais talentos via FA no pass rush, esperando que fosse a temporada explosiva de Kemoko Turay e Tyquan Lewis. E o que vimos até agora é o veterano Justin Houston ainda tendo fôlego para a pressão por fora, DeForest Buckner por dentro (fazendo um belo trabalho) e Denico Autry fazendo um trabalho decente também. Enquanto isso, Turay ainda está lesionado e Lewis ainda não conseguiu contribuir da forma que a comissão e todos esperam.

Recentemente temos um bom exemplo de que (pelos meus olhos) são de um GM que está sempre ligado nas oportunidades que o mercado da NFL pode oferecer. O Baltimore Ravens conseguiu: Marcus Peters por uma 5ª rodada + um LB reserva; Calais Campbell por uma 5ª rodada do Draft e mais recentemente trocou a 3ª e 5ª condicional pelo Yannick Ngakoue que recém havia sido trocado dos Jaguars para os Vikings.

Como disse anteriormente, o elenco não é ruim (longe disso), porém falta uma profundidade que poderia ser aproveitada via FA. A pergunta que me faço como torcedor é: estamos fazendo tudo que podemos para vencer?

Manutenção de elenco de Frank Reich

Aqui há algumas considerações sobre situações que não fazem absolutamente nenhum sentido, nem pra nós torcedores, nem para a imprensa americana que cobre os Colts.

O principal exemplo disso recai sobre a utilização do TE Mo Alie-Cox. Os Colts contam com três TEs: Jack Doyle, Trey Burton e Mo Alie-Cox, em tese, TE1, TE2, TE3, respectivamente. No entanto, Mo Alie-Cox faz nada mais nada menos (segundo o PFF) que uma temporada de top 5 melhores jogadores DA NFL INTEIRA e a gente consegue olhara para o jogo do TE e perceber que isso não é nenhum exagero.

Porém, o que vimos em campo? Isso mesmo, Mo tem perdido snaps jogo após jogo para Burton e Doyle, sendo o TE que menos entra em campo e que menos é aciondo. O por quê disso? Ninguém sabe, mas nesses últimos jogos (apesar do TD vs Bears) o melhor TE do time tem aparecido cada vez menos em campo.

Outro exemplo aconteceu recentemente no jogo contra os Browns. Os Colts perderam seu LT titular Anthony Castonzo para o jogo e promoveu o T/OG La’Raven Clark para seu lugar e o que parecia ruim, piorou. O LT iria enfrentar nada mais nada menos que o melhor pass rusher ranqueado (segundo PFF) da NFL: Myles Garrett.

Eu, como torcedor, imaginava uma atenção especial a esse duelo por parte da comissão, não deixando Clark mano a mano sem ajuda dos TEs ou de um RB pra auxiliar nos bloqueios, mas não foi isso que vimos. E o que aconteceu? Isso mesmo, Clark foi jantado por Garrett o jogo todo: um sack (dois, não fosse o safety no intentional grounding de Rivers), quatro QB Hits e participação nos dois turnovers dos Colts vindos de sua pressão. Ou seja, ele foi um dos grandes motivos pra essa derrota acontecer e não tínhamos nenhum plano de contingência para isso.

O Playcalling

Começo a terceira e última parte do texto citando que os Colts têm sentido muito a falta de Marlon Mack, Parris Campbell e Michael Pittman Jr. Todos lesionados e fora do time por algum tempo, o que tem prejudicado muito o desempenho do ataque.

No entanto, é possível fazer mais. É bem verdade que Rivers não está em seus melhores dias e sua gasolina no tanque parece estar acabando, mesmo assim é possível fazer mais se o ataque for bem administrado pela comissão, o que não temos visto até aqui.

O que temos visto pode ser descrito em uma palavra: previsibilidade. O ataque dos Colts é previsível, tanto em chamadas, como em ajustes. Reich tem feito um trabalho bem ruim chamando jogadas, principalmente na red zone onde nosso desempenho simplesmente despencou do ano passado para esse. Escolhas questionáveis em pontos cruciais da partida, como em terceiras descidas onde nosso desempenho também caiu absurdamente do ano passado para esse e pouquíssima criatividade no desenho das jogadas.

Os Colts tem uma tendência em chamar corridas pelo meio da linha em situações de segundas descidas que já ficou claro pra toda liga que isso vai acontecer. Contra o Chicago Bears, Reich disse que não precisava ser tão agressivo por que confiava no trabalho que a defesa estava fazendo em campo. Contra os Browns, falou que precisávamos de agressividade. Pecamos não só nas chamadas, mas na execução, principalmente do QB, o que nos faz voltar ao ponto anterior deste texto e lembrar da não execução de um plano de contingência para parar Myles Garrett.

O ataque dos Colts tem sido fácil de marcar, a previsibilidade reina e a manutenção dos jogadores postos em campo também, caso citado anteriormente de Mo Alie-Cox, mas que também já aconteceu com Nyheim Hines e T.Y Hilton.

Conclusão

O time dos Colts, de modo geral está bem longe de ser ruim, mas nessa temporada em específico está tendo que lidar com problemas os quais o torcedor não estava esperando. Somamos o péssimo ano de Frank Reich, as lesões e a queda de nível na execução de jogadas da nossa OL, que era extremamente dominante ano passado e esse ano está apenas na média. Sem falar na falta contundência na red zone e em terceiras descidas que não foram problema ano passado.

É necessário refletir rápido e ajustar esses problemas. Já estamos indo para a Semana 8 da NFL e não há mais tempo para erros depois do recorde 4-2 e vendo um rival de divisão ainda invicto (Tennessee Titans). Caso esses ajustes não venham a acontecer, é necessário olhar para o futuro e pensar no ano que vem. No entanto, ainda acredito que esse time possa melhorar e entregar seu melhor desempenho.

 


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