NFL Draft 2018: Análise dos selecionados pelo Washington Redskins

O Draft da NFL se encerrou no último sábado (28/4) e o Washington Redskins finalizou sua participação com um total de oito escolhas. Adicionou bons reforços para o seu time, selecionando as principais necessidades do time (linha defensiva, running back, safety), entre outras. Na maioria dos casos escolhendo o BPA, do inglês “best player available”, ou seja, o melhor jogador disponível na escolha.

Round 1, Pick #13: Da’Ron Payne, defensive tackle, Alabama

Nossa primeira escolha no draft foi justamente o que mais precisávamos: um jogador de interior de linha defensiva muito talentoso, que além de fazer a posição de nose tackle, tem a mobilidade que é um ponto chave no nosso sistema. Payne é uma adição inestimável em nossa defesa contra o jogo corrido, que ano passado, pasmem, foi a PIOR da liga (#32), cedendo muitas jardas a RBs inoperantes contra qualquer outro time, ex: Orleans Darkwa, NYG (154 jardas).

Além da sua capacidade em parar o jogo corrido, Da’Ron Payne pode ser efetivo no pass rush, o que provavelmente deve ser trabalhado pelo nosso ótimo treinador de linha defensiva, Jim Tomsula. Afinal, se ele transformou o talento bruto de quinta rodada Matt Ioannidis em uma joia para nossa defesa, pode se imaginar o que ele pode fazer com o talentosíssimo Payne. Ou seja, Payne tem um teto enorme.

Além de todos esses fatores, existe a química com Jonathan Allen, seu ex-companheiro de DL em Alabama. Os dois juntos devem constantemente sobrecarregar a OL adversária, o que só deverá abrir espaço para nosso já eficiente pass rush. Big Payne chega para tirar o (saudoso?) Ziggy Hood dos 11 titulares, assim como para causar um impacto imediato.

Round 2, Pick #59: Derrius Guice, running back, LSU

Meu crush do Draft. O front office fez um trade down maravilhoso, caindo quinze posições no segundo round, e ganhando a escolha de terceira rodada perdida na troca pelo nosso franchise QB, Alex Smith. Mesmo caindo tanto, conseguimos selecionar o jogador que queríamos, e o meu crush do draft! Derrius Guice é um jogador que chega para dar um verdadeiro “upgrade” no nosso jogo corrido, como Doug Williams tanto falou a respeito no pré-draft.

Guice corre “com raiva”, como ele mesmo gosta de dizer, que consegue ler os espaços abertos pela OL para correr, que SEMPRE ganha jardas após o primeiro contato, o conferindo comparações a Marshawn Lynch. É o RB mais raçudo dessa classe, e era tido por muitos como o segundo melhor, atrás apenas do enorme talento Saquon Barkley. Ninguém sabe explicar o real motivo de Derrius Guice ter caído tanto, mas de uma coisa sabemos: foi um dos, senão o maior steal do draft.

Guice chega para tomar o lugar do Perine, se tornando nosso RB #1 e Chris Thompson, destaque do time ano passado pelas suas jogadas recebendo a bola, continuará recebendo passes, sendo o third down back. Com Rob Kelley, só o tempo dirá o que vai acontecer.. No mais, parabéns aos envolvidos!

Da’Ron Payne e Derrius Guice, em coletiva de imprensa no Redskins Park

Round 3, Pick #74: Geron Christian, offensive tackle, Louisville

Com nossa pick recebida no trade down do segundo round, selecionamos o OT Geron Christian, que será o reserva imediato para a posição de tackle (adeus, T.J Clemmings!). O jogador de linha ofensiva vem do bom programa de Louisville, e possui características interessantes, como o sua boa estatura, braços extremamente longos, trabalho de pernas interessante (jogou basquete antes do futebol americano) e é  atlético bloqueando os explosivos edges. Tem tudo a evoluir, aprendendo com Trent Williams, também conhecido como melhor LT da liga, e Morgan Moses, um ótimo RT.

Round 4, Pick #109: Troy Apke, safety, Penn State

O jogador oriundo de PSU, é filho do ex-jogador e linebacker Steve Apke. Troy jogou de WR e S no college, e em três anos, teve 1776 jardas aéreas e 20 touchdowns no ataque, e na defesa ostentou 68 tackles e 3 interceptações. O jogador é muito bom no special teams, e como possuímos uma grande fragilidade neste setor, cairá como uma luva. Tem boa consistência em seus tackles, além de velocidade, bom trabalho de pés e recuperação rápida. Porém, seu único ano de titular não é o suficiente. No início, deve jogar apenas no ST e no futuro, pode almejar uma vaga de titular em nossa defesa.

Round 5, Pick #163: Tim Settle, defensive tackle, Virginia Tech

Mais um jogador para nosso “miolo” de linha defensiva, o terceiro anista de Virginia Tech, um talento ainda bruto, mas que como já dito nesse texto, Tomsula pode transformá-lo da água para o vinho. No seu último ano no college, se fez valer dos seus ombros largos (que homem maravilhoso..) e sua velocidade pós snap para ser parte do Second Team All ACC, como NT, conseguindo 36 tackles, 12.5 para perda de jardas, e 4 sacks.

Bons números, não? Segundo Lance Zierlein, Settle tem melhor encaixe no esquema 4-3, mas pode fazer a transição para o 3-4 sem problemas. Tem potencial para se tornar um titular sólido e quem sabe Pro-Bowler, caso consiga manter o seu peso e condicionamento. Ele possui agilidade para alguém de seu tamanho, joga com uma energia diferenciada, aceita os desafios dos técnicos para manter seu condicionamento físico e infiltra muito bem no pocket. Mais uma escolha que gostei muito. Deve entrar na rotação da DL, jogando Terrell McClain e seu gordo salário para escanteio.

Round 6, Pick #197: Shaun Dion Hamilton, linebacker, Alabama

Interessante. Bem interessante. Selecionamos Shaun Hamilton, que se destaca por ter sido capitão em Alabama. Se o cara foi capitão no melhor programa da NCAA, ele é realmente um líder acima da média e futuro capitão na NFL. Na verdade, Hamilton é um bom jogador que caiu bastante por conta de lesões. Certo, ele pode até ser injury prone.. Mas também pode se tornar um dos melhores ILBs da liga e um dos melhores líderes também.

Quer mais? Se formou no Ensino Médio e foi o orador da turma. Tem uma inteligência em campo que é inestimável, reconhece rápido play-action e screens e joga com a dureza de um linebacker que ele realmente é. Se não for acometido por lesões, o céu é o limite… Deve entrar na rotação para ILB, como reserva de Foster e Brown, dividindo espaço com Vigil e Spaight.

Round 7, Pick #241: Greg Stroman, cornerback, Virginia Tech

Olha só, mais um jogador de Virginia Tech e consequentemente, dos arredores de D.C.! Greg Stroman, além de CB, joga também como retornador no special teams, peça que fez muita falta durante a temporada passada, quando nosso WR Jamison Crowder acabou não se saindo bem, sofrendo fumbles e sendo inoperante. Em 2016, foi um defensor digno de All-ACC, ostentando 20 tackles, 4 interceptações e 11 passes bloqueados.

Além disso, recebeu menção honrosa em especialista de retornos, com 397 jardas e 2 touchdowns de retorno. Possui velocidade, é um atleta natural, um ballhawk e só permitiu 25.6% de passes completos contra ele. Como sobrou para gente? Seu maior defeito são seus atributos físicos. É muito magro, possui pernas muito finas e os analistas temem que ele não consiga tacklear bem, sair de bloqueios e jogar com força. Apesar disto, deve virar o principal retornador da equipe e entrar na rotação de CB, dividindo espaço com Holsey e Moreau.

Round 7, Pick #256: Trey Quinn, wide receiver, SMU

Finalmente, chegamos ao Mr. Irrelevant do draft, ou seja, a última escolha geral. Selecionamos finalmente um WR, depois da escassez em 2017, onde nosso melhor recebedor foi nosso RB! Trey Quinn, além de belas madeixas, é um prospecto de SMU que pode jogar no slot e no wideout.

Quinn possui ball skills e consegue criar pequenas janelas para fazer recepções, porém tem limitações atléticas que o fizeram cair tanto. Possui boa força e tamanho para um slot receiver, tem bom footwork, o que o faz um jogador elusivo, criando bons ângulos para receber a bola. Não teve muitos drops (eu ouvi um amém?),  ou seja, é um alvo muito interessante no meio do campo e consegue vencer a marcação em zona.

Seus problemas? Enfrentou CBs sem tanta qualidade, dificilmente consegue YAC, ou seja, jardas depois da recepção e só teve um ano realmente bom no college. Devido a escassez de WRs na temporada passada, deve disputar vaga com Maurice Harris, Robert Davis, Simmie Cobbs Jr. (UDFA) e outros UDFA’s que forem acertados para a vaga de WR4, sendo os três primeiros Paul Richardson (adquirido via FA), Josh Doctson e Jamison Crowder.

Visão geral sobre o NFL Draft 2018

Este que vos fala, está saltitando de alegria, pois é o segundo ano consecutivo que mandamos muito bem no draft. Tudo isso com a famigerada dupla AllenSnyder comandando o barco, desta vez com Doug Williams influenciando, e pelo que pareceu, positivamente.

Se gostou ou discordou de algo, deixe sua opinião nos comentários. Faltam 130 dias para o início da temporada regular, até lá vamos debater sobre nossa querida franquia e torcer para que este ano seja de muitas vitórias!

#HTTR
#EuSouRedskins

texto por Tales Machado (tt: @RedskinsDepre)
revisão por Diogo Miranda (tt: @diogoniiiii)

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“Hail to the Redskins, hail victory! Braves on the warpath, fight for old D.C.!”

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