Não insistir no passado – Resenha Crítica Spurs vs Bucks

Não insistir no passado

“Eu não insisto no passado”, disse Pop após o jogo contra o Utah Jazz que deu fim a sequência de 22 playoffs dos Spurs, em 2020. É um exercício saudável não morar no passado. O Milwaukee Bucks foi ao Texas com uma missão: não insistir no passado e voltar a vencer. Até conseguiram vencer, mas o jogo trouxe muito mais do que a segunda vitória na temporada.

Análise – O Jogo em Si:

O que diferencia o Spurs da maioria das franquias? Cultura de basquete. Mesmo após tantos anos o San Antonio Spurs continua afiado, bem treinado e agregando muito a liga. Um adversário taticamente, mentalmente e fisicamente difícil.

No começo da partida o Milwaukee Bucks esteve sem confiança. Os ajustes táticos deixaram alguns jogadores pouco à vontade. Ex.: Giannis jogando de pivô. Vocês acreditam que dos 18 primeiros pontos dos Spurs, 12 foram de bolas triplas? Trocas lentas tornaram a defesa do perímetro um alvo fácil – como quase sempre.

No geral os Bucks foram melhores nas bolas do perímetro, porém a zona de conforto das duas equipes foram os arremessos seguros, tanto que nenhuma equipe arremessou mais que 40 vezes do perímetro. Ouso dizer que caso o time texano usasse efetivamente as bolas triplas, poderiam vencer.

Durante todo o primeiro tempo Milwaukee teve dificuldades em rodar a bola. O técnico Greg Popovich é um gênio. Ele anulou Jrue e Middleton totalmente. Ele conhece os dois jogadores que ele mesmo convocou para Tóquio. Mesmo com dificuldades as poucas jogadas trabalhas dos Bucks geraram pontos, mas houve um uso exagerado dos isolacionismos.

Crédito: Daniel Dunn-USA TODAY Sports

Somente no 3ºQ os Bucks melhoraram. Jrue Holiday – antes anulado por Popovich – se encontrou em quadra, e Khris Middleton começou a criar seus próprios arremessos – mais jogadas isoladas. Os Spurs continuaram consistentes, então o jogo permaneceu equilibrado. Um número que expõe a dificuldade do Milwaukee é o de assistências: Spurs 29 x 21 Bucks. O time do Texas conseguiu sem mais efetivo que o Milwaukee na área pintada. O pivô Poltl fez um excelente trabalho defensivo e vimos San Antonio muito efetivo no garrafão. Isso é assustador, e sabem por quê?

Vocês já ouviram a frase “é impossível abraçar mundo”? Realmente, quando seu jogo é focado na defesa do garrafão é normal que se deixe espaços no perímetro. Porém, quando nem o garrafão, nem o perímetro são consistentes, a defesa fica muito exposta e sobra para um ataque pouco consistente – como o nosso – resolver tudo em quadra. Nem sempre resolve.

Apesar da melhora dos Campeões da NBA, destaco dois pontos negativos do jogo:

1) A partida abaixo – novamente – do Giannis;

2) A quantidade excessiva de turnovers;

Além disso, Grayson Allen ainda não mostrou a que veio, e sinceramente? Paciência teremos, mas até quando? Donte faz muita falta neste momento, e o George Hill fez uma grande partida. O mundo não é mais o mesmo, Charlie. No último quarto Holiday e Middleton entraram no jogo e o time voltou a construir vantagem. Com o jogo controlado a vitória veio de forma tranquila: 121 vs 111.

O final do 2ºQ resumiu um pouco do jogo todo. Foi “lá e cá”. Por fim, podemos cravar que individualmente não há no elenco de Milwaukee NINGUÉM que faça o mesmo trabalho de Brook no garrafão. A ausência dele terá de ser suprida taticamente.

Resumo – Enceramento:

Se eu fosse o técnico Mike Budenholzer começava a me inspirar na frase do Pop e, não insistir no passado. O que será colhido lá nos playoffs de 2022 é plantado agora, e insistir no improdutivo não é a melhor saída. Foi uma vitória difícil, importante e principalmente, necessária. Com confiança espero que os Bucks apresentem um melhor basquete diante dos Pacers, na segunda.

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