MLB Mock Draft Versão 2.0

Nota do editor: o MLB Mock Draft Versão 2.0 a seguir é de autoria de Felipe Zanetti, dos podcasts Beisebol dos Letrados e Cubscast, e é a segunda simulação deste ano que trazemos aqui. A primeira, de autoria de Vitor Silva (Birdland BR, O’s News, Rebatida Podcast, Show Antes do Show), você pode ler clicando aqui.

Olá leitores do Fumble na Net, este é meu primeiro texto publicado por aqui e vamos falar um pouquinho de draft da MLB, que acontece entre os dias 11 e 13 do mês de julho. O draft da MLB, na minha opinião, é o com mais incógnitas dentre todas as grandes ligas, como por exemplo: comprometimento de jogadores do ensino médio com faculdades, o bônus referente à escolha – que faz com que times escolham, em tese, um jogador pior para que ele assine por menos-, a questão de que um jogador draftado leva muito mais tempo para jogar no time principal da franquia na extensa maioria dos jogadores e etc, etc.

Então hoje, em vez de tentar prever as besteiras escolhas que os times farão no próximo dia de recrutamento, eu vou listar o que EU faria se fosse o mandachuva de cada organização da maior liga de beisebol do planeta. Lembrando que draftar pensando em posição na MLB é ser completamente idiota. Vamos lá.

Jack Leiter no College World Series
Jack Leiter no College World Series. Foto: Vanderbilt Baseball

1) Pittsburgh Pirates – Jack Leiter – Arremessador destro, Vanderbilt
Leiter, na minha opinião, é o melhor prospecto dessa classe. Filho do ex-jogador Al Leiter, o destro conta com uma bola rápida que chega a 97 milhas por hora e uma bola de curva sensacional que produz muitos swings no vazio, além de uma slider com muito potencial. Sofreu um pouco com home runs e existem dúvidas sobre sua capacidade de aguentar muitas entradas, devido ao físico e ao pouco volume no High School e College, mas quando se tem um talento como esse, é difícil ignorar.

2) Texas Rangers – Henry Davis – Catcher, Lousiville
Davis é, na minha avaliação, o melhor rebatedor da classe. Além de apresentar um swing muito potente, tem uma excelente visão da zona de strike (o que está em falta na MLB) e conseguiu mais walks que strikeouts nessa temporada. Consegue muitos contatos fortes e tem tudo para ser um dos melhores rebatedores da posição, caso se mantenha como catcher. Além disso, conta com um super braço atrás do home plate, mas ainda precisa melhorar as outras facetas da posição.

3) Detroit Tigers – Kumar Rocker – Arremessador destro, Vanderbilt
O segundo nome de uma das duplas mais faladas de abridores da história do College baseball. Rocker traz comparações com Noah Syndergaard. A bola rápida trabalha entre 93-96 milhas por hora e chega até a 99, porém seu principal arremesso é uma slider, com muito movimento lateral e potência, e uma bola de curva com muita caída próxima ao home plate. Não é à toa que teve incríveis 179 Ks em 122 entradas arremessadas nessa temporada. Existem dúvidas sobre o comando dos arremessos, mas eu prefiro acreditar nos resultados do que em olheiros mascadores de tabaco (não é à toa que tenho o podcast Beisebol de Letrados).

4) Boston Red Sox – Marcelo Maye r- Shortstop, East Lake High School (CA)
Eu não gosto de jogadores de high school em top 10 de draft por diversos fatores, porém Mayer talvez seja um dos prospectos com mais potencial de superestrela da classe. Cogitado por muitos como primeira escolha geral, é um jogador com ótimo senso para rebater e chegar em base e demonstra muito potencial para melhorar no quesito potência. Tem mais bases roubadas que strikeouts em seus 4 anos de ensino médio, o que mostra que tem ótima visão da K-zone e boa velocidade. Há questionamentos se ficará como SS profissionalmente, mas tem um baita braço e o instinto para a posição.

5) Baltimore Orioles – Sal Frelick – Center fielder, Boston College
Embora seja considerado “baixinho”, Frelick pode ser definido pelo seu atleticismo. A capacidade atlética dele faz com que seja uma arma em base e que seja acima da média defendendo o campo externo. Tem uma ótima visão da zona de strikes, conseguindo mais walks que strikeouts na sua carreira universitária, e consegue muitos contatos para rebatidas multi-base. Embora não seja uma super ameaça com home runs, deve ter um número razoável de bolinhas do outro lado do muro profissionalmente.

6) Arizona Diamondbacks – Colton Cowser – Center fielder, Sam Houston State
Talvez esteja ficando repetitivo, mas Cowser também se enquadra na avaliação de um jogador que prima o contato e tem excelente visão da zona de strike (A MLB agradece). Cowser consegue muitos contatos fortes para o campo todo e é talvez o jogador mais disciplinado dessa classe no bastão. Corre muito bem bases e deve se manter no campo central mesmo com um braço para lançamentos abaixo da média. Os olheiros questionam seu potencial em relação à potência, porém foram 25 home runs em 125 jogos na faculdade, o que dá uma média boa.

7) Kansas City Royals – Matt McLain – Shortstop, UCLA
Mais um da turma dos baixinhos atléticos, McLain é um jogador que preza bastante pelo contato e faz isso muito bem para todos os campos. Tem uma potência boa, corre muito bem as bases e vem refinando sua defesa desde o high school para se manter como shortstop. É um dos jogadores que vejo com menos probabilidade de não ser jogador de grandes ligas.

8) Colorado Rockies – Jordan Lawlar – Shortstop, Jesuit Prep (TX)
Lawlar é um estilo de prospecto que vem sendo cada vez mais importante nas equipes: daqueles que faz MUITO contato com a bolinha e sempre mantém uma média alta, toma pouco strikeout e consegue bons walks. Defensivamente é muito avançado e deve se manter na posição, embora não projete muita potência.

9) Los Angeles Angels – Brady House – Terceira base, Winder-Barrow (GA)
Força pode ser a definição de House: um jogador que rebate com potência para todos os cantos e também que tem um braço fenomenal para lançamentos. Jogou como SS no ensino médio mas deve se encaixar mesmo como um jogador de canto de infield (1B/3B) ou nas laterais do campo externo. Precisamos ver se a potência será capaz de suprir o pequeno problema com swings no vazio que ele possui.

10) New York Mets – Bubba Chandler – Shorstop/arremessador destro, North Oconee (GA)
Chandler pode ser chamado de “unicórnio”. Além de ser um arremessador/rebatedor muito bom nas duas funções ainda é um ótimo quarterback no futebol americano e recebeu bolsa de Clemson para ambos os esportes. Falando como prospecto de baseball, é um pitcher com 4 arremessos no repertório como jogador de ensino médio, sendo o slider o principal, e é um switch-hitter com força e velocidade.

Kahlil Watson, Wake Forest HS. Foto:  Nick Stevens/HighSchoolOT.com
Kahlil Watson, Wake Forest HS. Foto: Nick Stevens/HighSchoolOT.com

11) Washington Nationals – Kahlil Watson – Shortstop, Wake Forest HS (NC)
Watson é um verdadeiro diamante bruto. Com ênfase no bruto. Combina um swing muito veloz e extrema velocidade em base que pode ser a combinação perfeita para uma estrela “power/speed”, como os americanos gostam de dizer. Mas isso vem com problemas contra arremessos mais rápidos e dificuldade de reconhecer bolas de efeito. Um talento que precisa ser bem lapidado e que não deve se manter como shortstop em nível profissional pela falta de força no lançamento, mas deve ser tornar um grande segunda base.

12) Seattle Mariners – Jackson Jobe – Arremessador destro, Heritage Hall HS (OK)
Um dos pitchers de high school que chegam com maior “piso” no draft da MLB nos últimos anos. Jobe já tem uma slider que é arremessada com um spin de mais 3000 rpm, o que é um número absurdo para um jogador de major, imagine um de ensino médio. Também conta com uma changeup – que alguns equiparam ao próprio slider – e ainda uma bola rápida que varia de 93-96 milhas por hora. Tem o porte físico para aguentar uma carga de trabalho de starter.

13) Philadelphia Phillies – Jordan Wicks – arremessador canhoto, Kansas State
Wicks é o melhor canhoto dessa classe. Mesmo tendo um teto de evolução mais baixo, já chega muito pronto para o nível profissional e deve passar pouco tempo nas minors. Não é um arremessador de força e tem como melhor arremesso a changeup, mas além disso conta com mais 4 arremessos no repertório. Dentre as apostas mais seguras do recrutamento.

14) San Francisco Giants – Andrew Painter – arremessador destro, Calvary Christian HS (FL)
Painter é uma mistura rara de talento e base sólida para um jogador de high school. Já conta com 4 arremessos no repertório, com domínio nos 4 e facilidade para lança-los, com comando e controle muito avançados para sua idade. Com 18 anos já tem 2,01 metros de altura e pode aumentar ainda mais a velocidade de seu arremesso conforme amadureça fisicamente. Terminou a temporada de 2020-2021 com um ERA de 0.31 e 91 strikeouts em 45 entradas arremessadas.

15) Milwaukee Brewers – Gunnar Hoglund – arremessador destro, Ole Miss
Hoglund só não está mais alto nessa lista devido a estar se recuperando de uma cirurgia Tommy John. É o arremessador mais polido desta classe e já conta com 3 grandes arremessos e um comando fenomenal. Já chega com poucos aspectos para serem refinados e deve ser bem útil logo ao time que o escolher.

16) Miami Marlins – Sam Bachman – arremessador destro, Miami (OH)
Bachman começa seu repertório com uma bola rápida que chega a 101 mph e trabalha normalmente na faixa de 93-97 com muita caída. Some isso a um slider potente e com queda brusca contra destros e canhotos e um changeup que parece sólida, e você tem um prospecto bem atraente. Bachman terminou essa temporada da College Baseball com 1.81 de ERA e parece ter deixado para trás os dias de falta de controle (Média de 4,1 walks por 9 entradas nos primeiros anos de faculdade). Foram apenas 17 passes livres em praticamente 60 entradas na temporada. Vem para quebrar o paradigma de “futuro reliever” na MLB.

17) Cincinnati Reds – Harry Ford – Catcher, North Cobb HS (GA)
Catchers selecionados direto do High School tendem a não ser os preferidos das franquias, porém Ford tem atributos no seu jogo que o fazem ser uma aposta interessante. Com uma superpotência como rebatedor, sua principal virtude, sem deixar de fazer contato frequentemente com a bolinha fazem seu potencial ir nas estrelas. Some isso ao melhor braço entre os jogadores da posição nesta classe. Mas como nem tudo são flores, Ford é muito cru como recebedor e das duas uma: ou muda de posição (tem muito espaço para isso) ou precisará de alguns anos para se tornar um receptor à nível de MLB.

18) St. Louis Cardinals – Ty Madden – arremessador destro, Texas
Madden conta com um repertório de 4 arremessos, sendo o principal deles a slider, que tem muita queda próxima ao home plate. Conta também com uma bola rápida que chega até a 99 mph, mas trabalha normalmente entre 94-96. A minha preocupação com esse jogador é o controle, visto que nos três anos completos de College (sem contar 2020 interrompido pela pandemia do Novo Coronavírus) ele teve médias ruins de walks por 9 entradas para um jogador de primeiro round.

19) Toronto Blue Jays – Will Taylor – center fielder, Dutch Fork HS (SC)
Taylor é mais um com bolsa de Clemson para jogar baseball e futebol americano. Tem como principal virtude a velocidade, que faz com que seja um ótimo ladrão de bases e um exímio defensor no campo central. No bastão, preza pelo contato e deve rebater o suficiente para ser um bom titular.

20) New York Yankees – Gavin Williams – arremessador destro, East Carolina
Williams é um jogador alto e forte e que teve um excelente 2021. Conta com um combo de bola rápida que chega a três dígitos de velocidade e uma bola de curva com muito movimento vertical e que consegue muitos swings no vazio (Foram 14,4 para cada 9 entradas arremessadas) e já conta também com uma slider e um changeup que já são sólidos. O que me preocupa é a falta de produção nos anos anteriores na faculdade.

Ryan Cusick, Wake Forest. Foto: godeacs.com

21) Chicago Cubs – Ryan Cusick – arremessador destro, Wake Forest
Cusick talvez seja a aposta mais arriscada. Tem uma stuff sensacional e uma bola rápida que chega até a 102 mph com uma bola de curva com muito movimento. Mas a falta de controle, que resultaram em muitos walks e um ERA de 4.24 no seu último ano, somada à falta de um terceiro arremesso que, no mínimo, pareça confiável, fazem com que ele seja taxado como “futuro reliever” e que pode ser um fracasso completo.

22) Chicago White Sox – Benny Montgomery – center fielder, Red Land HS (PA)
Se podemos definir esse jogador em uma palavra é cru. Montgomery é muito alto e forte e mesmo assim é um dos melhores corredores da classe. Tem muita força bruta, mas que nem sempre é traduzida em campo. Vai precisar de muito refino no seu jogo, mas o potencial está aí.

23) Cleveland Indians – Joe Mack – catcher, Williamsville East (NY)
Mack tem os atributos para ser um titular sólido na MLB: um bom swing, que deve render rebatidas multi-base; potencial como receptor; um braço ultra potente – seu principal atributo. Vai precisar de alguns bons anos de refino no jogo.

24) Atlanta Braves – Braden Montgomery – outfielder/arremessador destro, Madison Central (MS)
Montgomery muito provavelmente vai para Stanford ser um jogador/atleta. Mas eu o coloco como um grande talento. Sólido como arremessador com três arremessos bem desenvolvidos e bom controle e um swing compacto que gera muita potência e ótima visão da zona de strike. Há dúvidas de qual lado ele vai desenvolver, mas qualquer um dos dois oferecem muito teto para evolução.

25) Oakland Athletics – Ethan Wilson – outfielder, South Alabama
Wilson é mais um da turma da potência e walks em conjunto com strikeouts. No caso dele, problemas bem acentuados. Vai precisar rebater muito bem para ser um jogador de majors, pois não oferece mais que a média na defesa e nas bases.

26) Minnesota Twins – Anthony Solometo – arremessador canhoto, Bishop Eustace (NJ)
Solometo é comparado a Madison Bumgarner. Canhoto com uma bola rápida que flutua entre 90-94 milhas por hora e uma slider com muito movimento, o canhoto vai necessitar refinar seu jogo e arrumar um terceiro arremesso para complementar os dois primeiros, sobre os quais tem exímio comando.

27) San Diego Padres – Jud Fabian – center fielder, Florida
Fabian é de um estilo de prospecto que vem sendo desvalorizado: um jogador de muita potência no bastão, mas que vem com problema de swing no vazio e falta de contato, o que fez com que sua média de rebatidas no universitário fosse de apenas 24,9%. O time que o draftar precisará ajustar isso para que ele seja efetivo profissionalmente. A seu favor, tem a ótima leitura nas rotas e na saída da bolinha pelo lado defensivo. Deve se manter no centro do campo externo.

28) Tampa Bay Rays – Joshua Baez – right fielder, Dexter Southfield (MA)
Baez é o protótipo rebatedor de potência de alguns anos atrás. MUITA mas muita força nas rebatidas mas vindo com muitos swings no vazio. Se o clube que o recrutar souber refinar esse quesito, ele se torna um ótimo ativo pois também é muito rápido e tem um canhão no braço.

29) Los Angeles Dodgers – Izaac Pacheco – terceira base, Friendswood HS (TX)
Pacheco é uma versão menos atlética e menos polida de outro prospecto aqui citado, Brady House. Com a enorme força nas rebatidas vem também os strikeouts e swings no vazio. Hoje joga como shortstop mas deve ser terceira base e ser acima da média na posição.

E é isso pessoal, eu tentei trazer a minha visão sobre os melhores jogadores da classe e como eu os avalio. Não tenho a intenção de acertar as escolhas, mas sim de passar a minha perspectiva sobre os principais jogadores desta classe. Muito obrigado por terem chegado até aqui.

Nota do editor: o Houston Astros perdeu sua escolha de primeira rodada como punição no escândalo de roubo de sinais, por isso temos apenas 29 escolhas, não 30.

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