Fim da temporada para Marlon Mack

Com a lesão de Marlon Mack os Colts farão mudanças forçadas na sua rotação. É verdade que muitos acreditavam na conquista da titularidade por Jonathan Taylor ao longo da temporada, mas não devido à uma lesão tão séria do nosso running back titular…

HISTÓRICO DE LESÕES

O que todos os torcedores dos Colts temiam aconteceu: Marlon Mack sofreu mais uma lesão. O histórico de lesões de Mack é extenso desde que chegou a Indianapolis. O running back soma seis lesões dos mais diversos tipos: duas concussões de grau 1, fratura na mão, lesão labral no ombro direito e mais duas lesões musculares no músculo posterior da coxa esquerda.

Ainda que a lesão da mão tenha interferido em sua participação na temporada passada, Mack foi capaz de produzir 1091 jardas e correr para oito touchdowns. A expectativa era de que nessa temporada o jogador pudesse ficar livre de lesões, dividindo corridas com Taylor e continuar a contribuir com a equipe. Entretanto era evidente a probabilidade de uma lesão acontecer, algo que pode ser exemplificado no predição do Sports Injury Predictor. O site aponta as lesões anteriores e com base em seus algoritmos busca prever a probabilidade de lesões e um possível número de jogos ausente.

Bem, é seguro dizer que 93% de chance de lesão não é um número animador, especialmente para um jogador que sofre muitos contatos como um running back. Conhecendo o histórico do jogador e os resultados dos jogos dos Colts sem jogo corrido consistente, é seguro falar que a escolha de Jonathan Taylor não aconteceu apenas pelo talento do jogador.

OFFSEASON E ESCOLHA DE JONATHAN TAYLOR
Marlon Mack e Jonathan Taylor durante o training camp
Marlon Mack e Jonathan Taylor durante o training camp

A escolha de Taylor no Draft pode ser considerada uma surpresa pela torcida, dadas algumas necessidades do time. Em especial, acreditávamos que a secundária seria endereçada, uma vez que é o setor mais frágil do time. Claramente nosso coaching staff e setor de scouting pensavam de forma diferente e o objetivo era fortalecer o ataque dando armas a Philip Rivers. Após o Draft e o “susto” inicial com a seleção de Taylor, Frank Reich veio a público e comentou que logo após a seleção conversou com Mack para assegurar seu papel importante no time.

Absolutamente todos os insiders destacaram o profissionalismo de Mack durante os treinos. O jogador de 24 anos auxiliou Taylor em todos os sentidos possíveis, desde a integração com o grupo até uma espécie de “mentoria”, trabalhando leituras pré-snap, proteção de passe, proteção da bola, bloqueios e blitzes.

O JOGO CONTRA OS JAGUARS

É verdade que a linha ofensiva não fez uma de suas melhores atuações contra os Jaguars na primeira semana competitiva da NFL. Porém, também é seguro confiar que a unidade pode e deve evoluir em termos de performance para a próxima semana. Nas últimas duas temporadas o ritmo da linha ofensiva também começou lento e os jogadores foram capazes de elevar o nível de atuação coletivamente ao longo da temporada. Enquanto Mack esteve em campo o jogo corrido foi bem explorado, mesmo num dia não tão bom da OL. Em seu pouco tempo em campo, o RB conseguiu 26 jardas em 4 carregadas e uma média de 6.5 jardas por corrida. Isso sem contar com as outras 30 jardas recebidas nas três vezes em que foi alvo.

Porém, com a lesão do principal running back do time, vimos a maior carga de trabalho ser direcionada a Nyheim Hines que teve um jogo animador. O jovem que entra em seu terceiro ano de Liga esteve em campo em 39 dos snaps ofensivos, sendo responsável pelo piano do primeiro jogo. Mas daí começamos a ver Jonathan Taylor mais em campo… O primeiro toque na bola da nossa nova adição ao backfield resultou num ganho de 35 jardas, levando os Colts até a linha de duas jardas do campo de ataque.

A LESÃO DE MACK

Lesões no tendão de Aquiles acontecem com alguma frequência na NFL. Alguns nomes mais famosos que tiveram a lesão foram Michael Crabtree, NaVorro Bowman, Manti Te’o, Terrell Suggs e Eric Berry. Para citar um nome também conhecido pela torcida dos Colts e da mesma posição de Marlon Mack, podemos lembrar de Vick Ballard. O running back atuou no time de Indianapolis entre 2012 e 2014, ano em que sofreu a lesão no tendão.

Durante nossas pesquisas pra escrever este artigo encontramos uma publicação na American Orthopaedic Foot & Ankle Society de 2017 sobre a performance e retorno aos esportes de jogadores da NFL após a necessidade de reparo no Tendão de Aquiles.

Porém não somos “entendedores” de lesões e questão físicas. Para comentar o caso convidamos a Nágela Freitas (@nahfreitas42), Fisioterapeuta Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela UNIFESP que vocês certamente conhecem do Twitter. A partir daqui, conferimos as análises da convidada com base no artigo indicado anteriormente.

“Prognóstico não é destino”

Uma década atrás ter uma ruptura completa do Tendão de Aquiles (calcâneo) para um running back de alto nível, dependente principalmente de velocidade e habilidade, era uma sentença de morte na NFL. Justamente porque esses jogadores realizam mudanças explosivas de direção e desaceleração rápida, mecanismo esse associado a rupturas do tendão de Aquiles. 

Mas o que os estudos com embasamento científico mais recentes dizem? Um dos estudos mais recentes: Performance and Return to Sport After Achilles Tendon Repair in National Football League Players – de 2017. Noventa e cinco jogadores (98 cirurgias) foram analisadas. Dentre elas 72,4% dos jogadores conseguiram retornar a NFL e cerca de 32% desses reparos do tendão foram realizados na pré-temporada. Parece uma porcentagem alta de retorno, realmente se não tivesse outro número preocupante: a taxa de permanência após um ano de cirurgia foi de 67,7%. Então mais da metade permanece pelo próximo ano na NFL. Outro número mais preocupante se refere à taxa de permanência após três anos: Apenas 28,1% dos jogadores que se submeteram à cirurgia continuam na NFL.

E claro que vou piorar essa situação mais um pouco com os resultados mais alarmantes. Justamente a posição que apresentou pior retorno pós-operatório foi a de running backs. Apesar de não termos um número muito grande de jogadores nessa posição com esse tipo de cirurgia. Os números:

Quarterback: 5; running back: 11; tight end: 5; wide receiver: 10; defensive back: 12; linebacker: 19; defensive lineman: 21; offensive lineman: 13; kicker: 1; e punter: 1; total: 98.

A título de mais informação: as posições mais comuns dessa lesão são de jogadores de defesa: defensive lineman (DL), linebacker (LB) e offensive lineman (OL). Estudos mais recentes mostram que a incidência da ruptura do aquiles está diretamente relacionada ao aumento significativo de índice de massa corporal (IMC).

Basicamente os estudos mostram que realmente os números não são tão animadores. As rupturas do tendão de Aquiles podem ter implicações dramáticas na carreira do atleta. São lesões complexas, sendo a intervenção cirúrgica apenas o primeiro passo na recuperação. Os retornos definitivos ao esporte são muito variáveis. Jogadores são diferentes, e suas mentalidades durante a recuperação também são. Há uma frase que levo para a vida: “Prognóstico não é destino!”. Vamos esperar que Marlon Mack tenha plena recuperação e volte para quem sabe ser um exceção em meio aos resultados.

Além do estudo apresentado e as considerações da Nágela sobre os impactos da lesão, trazemos um pouquinho mais sobre o tipo de lesão de Mack. Segue um fio publicado no perfil do Twitter:

DESDOBRAMENTOS E ANO DE CONTRATO

Vale lembrar que Mack está em seu último ano de contrato com os Colts. A lesão deve ser um fato muito importante numa renovação com Indianapolis e até mesmo para chances de ser contratado por outro time. A não-renovação já era um assunto muito comentado após Jonathan Taylor ser selecionado o Draft e agora as especulações só devem aumentar. Fatores como a produção de Taylor, Hines e Wilkins devem influenciar na decisão final dos Colts quando Mack estiver novamente disponível.

Particularmente, a depender da recuperação, acredito que uma renovação por valores mínimos seria interessante. Mack já entregou bastante em campo pelos Colts e poderia ser uma peça de rotação como terceiro RB do time. Porém, além da atual lesão, o jogador acumula outras seis lesões que já o tiraram de campo de forma constante. Mais um fator que levaria a uma não renovação ao fim da temporada, mesmo por valores e tempos mínimos.

 


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