#BLM e Redskins: nomes das franquias e capitalismo

#BLM e Redskins: nomes de times e capitalismo

Aporanga, galera pele-vermelha!

Hoje venho com vocês tocar numa questão que atrai grandes debates: o nome Redskins e o movimento que encontra-se acontecendo nos EUA do #BlackLivesMatter (#VidasNegrasImportam).  Será que podemos ter uma repercussão nessa discussão sobre o nome da franquia?  Qual o impacto do movimento nisso?  Você, torcedor dos Redskins, está pronto para uma discussão sobre isso?

O #BLM explodiu (não começou) com a morte de George Floyd em Minneapolis, quando mesmo desarmado e rendido foi sufocado até a morte por um policial branco e sob a vista de pelo menos dois outros policiais, que nada fizeram. 

Esse fato, que se somou a várias questões também de cunho principalmente racial que geraram mortes de civis, acabou por realimentar o movimento civil antirracista estadunidense, com elementos que podem ser transferidos para o Brasil (aqui vai recomendação forte: ouça o nosso podcast sobre o tema https://fumblenanet.com.br/podcast-redskins-brasil-058-blm-vni/).

Já contei no site como comecei a torcer pelos Redskins (https://fumblenanet.com.br/redskins-torcida-e-sentimentos/), mas não é sobre isso que vou falar.  Vou comentar inclusive que o texto que deu origem ao “Torcida e Sentimentos” era muito mais pesado – estava meio revoltado com uma pessoa que não falava o nome da franquia.  Mas é sobre o tempo e como as expectativas evoluem que quero escrever um pouco.

#BLM e Redskins
Pessoas em protesto contra o nome da franquia Washington Redskins

Um dos maiores argumentos sobre a não mudança do nome se baseia em duas pesquisas, feitas em 2004 e 2016, onde entre 80% e 90% dos nativos norte-americanos ouvidos declararam que não se importam com o nome Redskins e não o acham ofensivo. 

Não vou comentar essas pesquisas, mas sim uma pesquisa feita pela NFL em 2016, que teve resultados semelhantes no geral, mas que indicaram que, na faixa de idade entre 18 e 29 anos, 70% das pessoas ouvidas, sejam brancas, negras, latinas ou nativo-americanas¹, gostariam que o nome da franquia fosse alterado.

Hoje, essa faixa de idade indicada na pesquisa tem entre 22 e 33 anos e está mais perto do auge do plano de consumo máximo: a faixa entre 30 e 45 anos, que é onde as influências efetivamente acontecem.

Não, não vou defender a mudança de nome ou não.  Só vou falar que ela é inevitável, e por motivos puramente capitalistas: por mais que viermos a ser nos anos vindouros uma franquia campeã (sim, seremos), a ideia de que somos uma franquia que chancela um nome dito racista impede que, no mercado, tenhamos uma penetração maior.

Em 2016, falamos para 30% dos jovens torcedores, enquanto as demais franquias falam para quase 100% da base – e isso se repete ano após ano, já que não há indicação contrária.  Há meninos em DC torcendo para Baltimore, para descrédito do nosso Bertarelli.  A situação para a manutenção do nome não é sustentável a médio e longo prazo – e isso será encarado, mais cedo ou mais tarde, pela franquia.

O movimento #BLM, por sua vez, veio apenas para escancarar o lado mais ignóbil do racismo, com a reação da sociedade contra uma instância policial que persegue as pessoas pretas – sejam culpados ou não, como acontece (ainda mais) no Brasil.  Opiniões racistas ou mesmo que pareçam racistas estão em baixa.  A estátua de George Preston Marshall no Estádio RFK já caiu – o nome virá depois.

Há, sim, todo um contexto para o nome Redskins.  É ou não uma homenagem, é ou não racista, é ou não ofensa.  Mas isso não importa dentro da perspectiva aqui debatida – só o dinheiro.

Por fim: esta é uma discussão adulta, e não vou deixar de me posicionar.  Sim, gostaria que o nome fosse mantido, porém não ofende a mim ou a alguém: isso ofende o dinheiro.  Não importa o que eu penso, até porque não estou dentro do contexto cultural estadunidense e não posso dar uma opinião fundamentada.  Só falo que vou sentir saudades do nome, que espero ser um retorno às origens.  Long live the Washington Braves

A franquia será mesma.  E continuará sendo minha paixão.

Enquanto isso, Hail To The Redskins!

Este foi o #BLM e Redskins. Viva Gerônimo e que Touro Sentado continue zelando por nós, seja qual for o nome.

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1  Chuck Modiano (February 26, 2016). “Hey, Dan Snyder: New poll shows young NFL fans want name change in Washington”. NEW YORK DAILY NEWS.

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#HTTR

texto por Antonio Cruz (tt: @fredericopisto1)
revisão por Diogo Araujo (tt: @diogoniiiii)

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“Hail to the Redskins, hail victory! Braves on the warpath, fight for old D.C.!”

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Uma resposta

  1. Muito Bom o seu texto. Eu também não gostaria da mudança do nome, mas acho que é inevitável e talvez até em curto prazo. Como você eu também não consigo opinar não sentido o quanto realmente o nome Redskins afeta os americanos. Forte abraço.

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