Análise: lições do Super Bowl LV

No último domingo (07), o Tampa Bay Buccaneers sagrou-se campeão do Super Bowl LV, após uma atuação dominante diante sobre o Kansas City Chiefs. Esse foi o segundo título de SB da franquia, a qual se tornou a primeira a conquistar o Vince Lombardi jogando em seu próprio estádio. Assim, o que tirar de lição dessa partida e da conquista dos Buccaneers? É o que iremos analisar.

A importância de ganhar a batalha nas trincheiras

Foto: Reprodução Twitter Oficial @Buccaneers

Com uma NFL cada vez mais caracterizada por chamadas de passe e jogadas explosivas, o confronto nas trincheiras (linha ofensiva x linha defensiva) acaba, naturalmente, sendo deixado em segundo plano pelas pessoas. Porém, o que o Super Bowl LV nos mostrou foi o impacto que vencer esse duelo causa em uma partida.

Enfrentando Patrick Mahomes, Tampa sabia que só teria sucesso se conseguisse pressioná-lo. E assim o fez o jogo inteiro. Se aproveitando da ausência dos dois offensive tackles titulares dos Chiefs, Mitchell Schwartz e Eric Fischer, o pass rush dos Bucs forçou Mahomes a se deslocar constantemente e a fazer leituras rápidas durante a partida.

Tendo como destaques Shaquil Barrett e Jason Pierre-Paul, a linha defensiva de Tampa brilhou e deu a possibilidade do coordenador ofensivo, Todd Bowles mandar pressão com apenas quatro homens em boa parte do jogo (explicarei no próximo tópico a importância disso). No fim, segundo a ESPN, Mahomes foi pressionado em 51,8% das jogadas de passe e terminou com duas interceptações e nenhum touchdown (1ª vez na carreira).

Por outro lado, segundo a ESPN, Tom Brady sofreu pressão em apenas 13% das jogadas de passe, o que evidencia o bom trabalho da linha ofensiva dos Buccaneers, facilitado, é verdade, pelo bom plano de jogo de Bruce Arians. Somado a isso, o bom trabalho dos bloqueios fez com que Tampa também conseguisse mover correntes por terra com Leonard Fournette e Ronald Jones durante o jogo.

Com isso, fica visível que Tampa venceu a batalha nas trincheiras e como isso foi primordial para a vitória. Com um trabalho sensacional tanto da linha ofensiva quanto da linha defensiva, os Bucs dominaram seu oponente fisicamente e abriram caminho para a vitória.

A defesa como engrenagem

Foto: Reprodução Twitter Oficial @Buccaneers

Creio que você já ouviu muitas vezes esta expressão: “a defesa no futebol americano é como uma engrenagem”. Então saiba que o Super Bowl LV ilustra perfeitamente o significado dessa frase. A defesa de Tampa funcionou perfeitamente como uma engrenagem, na qual todas as unidades se complementaram e culminaram em uma incrível performance.

Como abordado no tópico anterior, o pass rush dos Buccaneers brilhou e deixou Mahomes desconfortável durante todo o jogo, mas é preciso destacar, também, o trabalho na cobertura de passe. É de conhecimento geral que o QB dos Chiefs vai muito bem quando é preciso improvisar e estender jogadas, por isso não basta apenas pressioná-lo, é necessário fazer uma boa marcação contra os seus alvos. O que foi feito por Tampa.

Mesmo em jogadas que o QB conseguia escapar por um momento da pressão, a secundária e os linebackers da equipe da Flórida faziam um grande trabalho contra os recebedores de Kansas City. Isso, obrigava Mahomes a segurar por mais tempo a bola ou forçar passes em janelas apertadas. 

Além disso, como Tampa estava gerando pressão com apenas quatro homens, Todd Bowles não se sentia na obrigação de mandar uma alta quantidade de blitzes. Isso foi fundamental, uma vez que os Buccaneers conseguiam, assim, ter um número maior de defensores para cobrir o passe.

Dessa forma, com um grande trabalho nos três níveis do campo, a defesa de Tampa limitou completamente o poderoso ataque dos Chiefs. Partindo do princípio que uma unidade complementa e ajuda as outras, foi uma atuação defensiva que vai ficar para a história do Super Bowl.

Tom Brady e mais uma página incrível para o seu legado

Foto: Reprodução Twitter Oficial @Buccaneers

Chegando como peça que faltava a uma franquia que não sabia o que era jogar a pós-temporada desde 2007, Brady mudou a cultura do time de imediato. Transferiu seu espírito vencedor aos jogadores e comissão técnica e colocou Tampa no Super Bowl depois de 18 anos.

Aceitou um novo desafio, como se tivesse que provar algo, e aos 43 anos conquista o seu 7° anel, superando todas as franquias da liga. E, para tornar ainda mais simbólico, derrota o grande e mais espetacular QB da atualidade. Se não bastasse, ainda dá ao Buccaneers o título de primeira equipe a vencer o Super Bowl em seu próprio estádio.

Tom Brady se colocou ainda mais alto no panteão dos esportistas e conquistou mais um capítulo fantástico para o seu legado neste Super Bowl LV.

Portanto, o Super Bowl LV, que coroou o Tampa Bay Buccaneers, trouxe grandes lições a serem debatidas. Por mais que tenha faltado equilíbrio, a partida contou com várias atuações que serão lembradas e narrativas que ficarão na história da NFL.

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