Análise: Contrato de Tannehill nos Titans é um enorme risco para a franquia

Neste Domingo (15), o Tennessee Titans estendeu o contrato do QB Ryan Tannehill por 4 anos, no valor de $118 milhões; sendo $62 milhões totalmente garantidos. O jogador que agora receberá $29 milhões e 500 mil anualmente, se tornará o oitavo mais bem pago da NFL em sua posição. Diante disso, discutiremos aqui o porque consideramos esse contrato um grande risco para a franquia de Nashville.

Razão pela qual Tannehill recebeu o contrato

File Photo by David Tulis/UPI | License Photo

Após ser trocado pelos Dolphins, Tannehill chegou aos Titans e começou a temporada de 2019 como reserva de Marcus Mariota. Porém, com um início muito ruim do QB titular, ele logo assumiu a titularidade em Tennessee e teve o melhor ano de sua carreira. Em 12 jogos na temporada regular, o jogador que veio da universidade de Texas A&M acumulou 2742 jardas; 26 Touchdowns; 6 interceptações e um rating excelente de 114.2 (o segundo maior da liga). Com isso, o quarterback venceu o prêmio de Comeback Player Of The Year de 2019 (se tornou possível, pois estava vindo de um ano de lesão).

Além disso, o jogador de 31 anos foi peça fundamental na equipe dos Titans, que chegou até a final da AFC do ano passado (melhor campanha da franquia desde 2003); em uma trajetória que o time venceu nos playoffs os Patriots, em Foxborough e os Ravens (melhor campanha da liga), em Baltimore.

Melhor temporada da carreira aos 31 anos

É praticamente inquestionável que o ano de 2019 foi o melhor do QB em toda sua carreira na NFL; mas o que é preciso destacar aqui é que essa foi a oitava temporada de Tannehill na liga.

O jogador que até então só havia jogado pelo Miami Dolphins, teve uma passagem regular pela franquia da Flórida, mas sem grande brilho, durante os sete anos que esteve  lá. Ou seja, quando um jogador tem sua melhor fase da carreira apenas na sua oitava temporada na liga, isso no mínimo instiga uma desconfiança de que foi apenas um bom ano. Assim, torna-se ideal que o time aguarde para dar um contrato caro e de longa duração ao atleta, no intuito de ver se ele apresentará mais um ano de grande nível de jogo, ou se foi algo realmente atípico; o que não foi feito pelos Titans.

O impacto do “play action” sobre seu rendimento

Photo by Brett Carlsen/Getty Images

Um bom play action (jogada em que o QB finge que vai entregar a bola para o Running Back e fica com ela) é uma arma muito interessante para qualquer QB da liga. Mas quando se tem o melhor RB da NFL em jardas terrestres no seu backfield, a jogada tem tudo para se tornar extremamente forte; como foi o caso dos Titans na temporada passada.

Contando com um monstro chamado Derrick Henry correndo com a bola, Tennessee usou e abusou do play action. Como o RB estava extremamente difícil de ser parado, Mike Vrabel e o seu Offensive Coach se aproveitavam da ameaça que o seu jogo terrestre colocava nos adversários para usar a jogada citada e assim, aliviar muito para Ryan Tannehil; pois como os defensores acreditavam que seria uma corrida, pouca pressão chegava no QB e ele tinha muito tempo para executar o passe.

Com isso, a vida do QB de 31 anos na temporada passada foi muito facilitada por esse esquema de jogo que funcionou tão bem em Tennessee; sendo o jogador da posição que mais operou em play action e que teve maior porcentagem de passes completos nesse tipo de jogada, segundo pesquisas da ESPN.

Possível saída de Derrick Henry na próxima temporada

Derrick Henry seria free agent este ano assim como Ryan Tannehill. Dessa forma, apenas um poderia receber a Franchise Tag, enquanto o outro deveria ter seu contrato estendido; o escolhido para receber a Tag foi o Running Back. Ou seja, isso garante que os Titans terão os dois jogadores por pelo menos mais um ano, mas vale lembrar que o novo acordo do QB com a franquia é de quatro anos.

É muito provável que Henry consiga um grande contrato em alguma franquia a partir do próximo ano; visto que seu impacto na liga na última temporada foi muito grande. Porém, é muito difícil imaginar que esse contrato parta dos Titans, devido a negociação onerosa com Tannehill. Assim, essa tem tudo para ser a última temporada do RB em Nashville.

Com isso, caso a saída de Henry se confirme Tennessee perderá o jogador que é a “força motriz” desse ataque; aquele em que o esquema ofensivo é baseado. Isso, consequentemente, impactará muito sobre Ryan Tannehill, uma vez que a eficiência das chamadas de play action tende a cair muito (melhor especificado no tópico acima). E caso ocorra de fato uma queda significativa no nível de jogo do QB, os Titans estarão presos ainda a três anos de contrato do jogador.

Visto isso, dá para concluir que o contrato dado por Tennessee a Ryan Tannehill é um grande risco; e que para o jogador fazer jus ao oitavo maior salário da posição de QB, terá que superar adversidades que virão, e apresentar mais temporadas como a última.

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