Aaron Rodgers também tem culpa

Ninguém, em sã consciência, questiona o talento e importância de Aaron Rodgers. Ele é um dos maiores quarterbacks que a liga já viu e um hall of famer. Contudo, após mais uma derrota na final da NFC precisamos aceitar que Rodgers falhou mais do que triunfou em pós-temporada. Mas, principalmente, ele precisa assumir sua parcela culpa, já que, mais uma vez, pareceu tirar o corpo fora em entrevista após o jogo.

Declaração polêmica

Depois da derrota para os Buccanears, ele foi questionado sobre um lance decisivo. Dentro da red zone, a comissão técnica decidiu chutar um field goal ao invés de tentar uma quarta descida, mesmo estando atrás no placar e faltando praticamente dois minutos para o fim da partida.

Aqui vale ressaltar, que é evidente que a decisão foi equivocada. Quando está se enfrentando um time que tem o maior vencedor da liga como QB e um dos mais capacitados sob seu comando, você precisa correr riscos se quer ser campeão. Matt LeFleur errou, mas isso não justifica a resposta evasiva e se descompromissando que Rodgers deu.

“Eu não tive escolha”…”Não foi minha decisão. Mas entendo a decisão, pensando em todos os os nossos tempos(para pedir). Mas não foi minha decisão.” – Esta foi a afirmação do QB, deixando bem claro que não concordou, ainda mais assistindo ao tom na entrevista. Por mais que a chamada equivocada tenha vindo do banco, não se pode eximir o QB de sua culpa na derrota. Rodgers teve a chance de conquistar o TD na jogada anterior, onde se livrou da pressão e tinha caminho livre até a end zone, mas escolheu, por conta própria, por um passe que foi ruim.

A culpa nessa derrota não é apenas dele, mas também foi.

As derrotas anteriores

Após o triunfo no SB XLV, os Packers de Aaron Rodgers foram a final de conferencia em mais quatro oportunidades, já com a deste ano, mas foram derrotados em todas. Os carrascos foram o Seattle Seahawks, Atlanta Falcons, San Francisco 49ers e Tampa Bay Buccanears.

Aaron Rodgers x Buccanears
Foto/Reprodução: Benny Sieu / USA Today

A questão é que, de uma maneira geral, sempre há uma “justificativa” para a derrota, mas que sempre deixa o QB do time ileso. Fosse culpa da defesa, da OL, das regras, enfim, sempre algo, mas não Rodgers.

Conta os Seahawks (14-15), Green Bay foi para o intervalo vencendo por 16-0, contudo, sofreu o empate e perdeu na prorrogação. Rodgers teve um TD e duas interceptações. A defesa de Seattle era feroz, mas a dos Packers fez o seu trabalho muito bem ao interceptar Wilson em quatro oportunidades. Passar o segundo tempo todo de um jogo, onde se tem ampla vantagem fazendo apenas 2 FG não deveria ser relevado para um QB elite como Rodgers.

Este jogo ainda ficou marcado pelo on side kick recuperado por Seattle, na falha de Brandon Bostick, “grande vilão” daquele jogo. Ele, inclusive tweetou, “Eles ainda vão me culpar…” após a derrota do time para Tampa. Evidenciando até um incomodo interno de que a culpa sempre sobra apenas para outros.

Contra os Falcons(16-17) e os 49ers(19-20), foram dois massacres, Green Bay não teve a menor chance. Somando os placares dos primeiros tempos, temos um 51-0 contra o time de Wisconsin. Contra o Atlanta a defesa não se encontrava e o ataque não engrenava, mas reação ficou quase impossível após interceptação sofrida por Rodgers, aproveitada pelo time para abrir 24-0 ainda no primeiro tempo.

Contra os Niners o QB foi amassado, a equipe não o protegeu de forma eficiente e nem ele nem a comissão souberam o que fazer. Ao intervalo o jogo mostrava 27-0, terminando 20-37, com dois TDs no garbage time.

Um gênio, mas humano

Aaron
Foto/Jeffrey Phelps

Com um Rating médio de 86.55, nove touchdowns e seis interceptações nessas partidas, o QB foi de uma forma geral muito bem. Mas ele cometeu erros que poderiam ter mudada os rumos dos jogos. Contra Seattle a ineficiência na segunda etapa foi grande para um QB de seu calibre. A interceptação contra os Falcons ajudou o time a abrir quatro posses de bola e claro, a mais em evidencia de todas, a decisão errada em tentar um passe sendo que tinha campo livre para correr até a end zone e virar o jogo para cima dos Buccanears.

Não se pode diminuir a importância e qualidade de Aaron Rodgers, ele é um gênio, questionar isso seria apenas ignorância. Entretanto, assim como outros, ele erra, falha e isso deveria ser tratado com mais naturalidade. O problema tem é a postura do QB em se eximir, ou deixar que outros o eximam de culpa em derrotas cruciais, o que não condiz com o tamanho e o lugar na história desse fantástico jogador.

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