2019: O ano dos calouros pelo Colts

Em tempos de Draft e Free Agency, vamos relembrar o que aconteceu no ano passado, onde Chris Ballard seguia reforçando o time para a temporada. Respaldado pelas excelentes escolhas em 2018, Ballard buscou atacar as maiores necessidades do time e, até aquele momento, dar suporte a Andrew Luck e companhia para alçar voos mais altos do que um Divisional Round. Analisamos a temporada de cada calouro e trouxemos nossas opiniões sobre cada escolha e o Draft num geral.

 

Segundo round, Pick #34: Rock Ya-Sin, CB, Temple

Foto: Stampede Blue

Originalmente os Colts teriam a vigésima sexta escolha, mas o Washington Redskins subiu para pegar o DE Montez Sweat e deu aos Colts a 34ª e a escolha de 2º Round de 2020. Com a 34 os Colts selecionaram o CB Rock Ya-Sin, adicionando talento numa necessidade do time. Como característica, Ya-Sin buscava levar vantagem sobre o adversário com o corpo e na velocidade, sendo considerado pelo staff um cornerback ideal para o esquema dos Colts que provavelmente iria passar a ter mais snaps em man-to-man.

Rock esteve presente em 15 jogos (13 como titular). Contribuiu com 62 tackles (54 solo) e dois tackles para perda de jarda, além de cinco passes desviados, um fumble recuperado e uma interceptação. Não são números ruins, mas o que ficou marcado no ano do jogador foi o excesso de faltas, tendo na partida contra Denver cinco faltas assinaladas contra o #34. Além disso, QBs que lançaram na direção do CB completaram 69,7% dos passes (46 de 66), 637 jardas e três touchdowns. O ponto positivo é que ao fim da temporada, vimos uma crescente no desempenho do jogador.

Com as chegadas de Xavier Rhodes e T.J. Carrie e, mesmo com a saída de Pierre Desir, Ya-Sin precisará encontrar melhorias no seu jogo, se adaptar à forma da NFL que, de fato, pune os CBs com faltas bem questionáveis às vezes.

Nota: C+

 

Segundo round, Pick #49: Ben Banogu, DE, TCU

Foto: Thomas J. Russo – USA TODAY Sports

Precisando de renovação e peças no pass rush os Colts buscaram o DE Ben Banogu. Extremamente atlético e versátil, o staff chegou a mencionar que gostaria de usá-lo como sam linebacker, mas acabou sendo pouco utilizado na temporada por decisão técnica. Ao longo do training camp despertou o interesse da comissão para atuar apenas como defensive end como uma peça para ajudar na rotação e dar, eventualmente, descanso a Justin Houston. Participou de pouco mais de 25% dos snaps defensivos e quase exclusivamente em situações de terceira descida óbvia de passe.

Em campo teve números razoáveis. Esteve presente nos 16 jogos do time e contribuiu com 11 tackles (sete solo), três tackles para perda de jardas, cinco QB Hits, além de 2,5 sacks e um passe desviado. Contra Denver, Banogu decidiu o confronto com um strip-sack em cima de Joe Flacco, no último drive dos Broncos, que deu vitória aos Colts.

Com os retornos de Justin Houston e Kemoko Turay (lesionado na partida contra os Chiefs) Banogu deverá mostrar evolução no seu jogo para 2020, procurar evoluir para contribuir nas três descidas seria essencial para o jogador. O fato é que o #52 enfrentará concorrência forte e deverá mostrar a versatilidade que foi vista em TCU.

Nota: C

 

Segundo round, Pick #59, Parris Campbell, WR, Ohio State

Foto: Colts Wire/USA Today

Absurdamente rápido, Parris Campbell parecia ser a peça que faltava para os Colts desenvolverem um ataque rápido e versátil com capacidade de somar jardas após a recepção. Apenas parecia… O desempenho do jogador dentro de campo mostrou ser muito aquém do que imaginávamos. Obviamente o plano era que ele recebesse passes de Andrew Luck e não de Jacoby Brissett, mas mesmo assim Campbell não correspondeu às expectativas no pouco tempo que conseguiu estar em campo. Pouco disponível, atuando em apenas sete jogos por conta de lesões, Campbell teve um ano para ser apagado da memória.

Teve apenas 18 recepções, 127 jardas, um touchdown na temporada e incríveis três fumbles sofridos, sendo dois na derrota para os Steelers, onde a temporada do time começou a afundar. Com a volta de Reece Fountain e possíveis chegadas de novos jogadores da posição via Draft, Campbell terá concorrência na posição e precisa mostrar muito mais do que vimos temporada passada.

Nota: D-

 

Terceiro round, Pick #89: Bobby Okereke, LB, Stanford

Foto: Colts Wire/USA Today

Escolhido para ser o reserva imediato de Anthony Walker Jr., Okereke esteve presente nos 16 jogos e foi titular em oito. Obteve 65 tackles (48 solo), dois tackles para perda de jarda, um QB Hit e um sack, além de dois fumbles forçados, um fumble recuperado e dois passes desviados. Soma-se a isso uma interceptação retornada para conversão de dois pontos na vitória contra os Jaguars. Seu destaque na temporada fica para a partida contra os Panthers, onde o LB somou dez tackles.

De acordo com o PFF Bobby Okereke foi listado como o melhor linebacker calouro da classe de 2019, além de ser o 8º melhor calouro e 8º melhor linebacker geral. Tais marcas reforçam a expectativa em crescimento do desempenho do jogador para a temporada de 2020.

Nota: B+

 

Quarto round, Pick #109: Khari Willis, S, MSU

Foto: Colts.com

A última escolha dos Colts no segundo dia do Draft 2019 foi a melhor da franquia. O safety Khari Willis veio para disputar posição com Clayton Geathers, Matthias Farley e George Odum. Com o corte de Farley e baixíssima produção de Geathers (outro que vive lesionado), não demorou muito para Willis assumir a titularidade.

No ano o #37 obteve, ao longo de 14 jogos, 71 tackles (53 solo), dois tackles para perda de jarda, um QB Hit, além de um passe desviado. Ao longo da temporada Willis mostrou ter boa noção de cobertura ao fundo do campo e ser um jogador capaz de derrubar qualquer adversário. A sua presença em campo era facilmente notada, sempre próximo a bola, especialmente em jogadas de corrida. Além disso, Willis mostrou ser um excelente líder dentro e fora de campo, com uma ética de trabalho impecável que o acompanha desde os tempos de College. Um dos pontos negativos se deu na parte final da temporada onde ele e Malik Hooker sofreram contra passes longos.

O ano de 2020 tem tudo para ser um ano de destaque do #37, já ambientado no time, e com conhecimento de jogo do seu parceiro. A secundária dos Colts tem tudo para não sofrer como sofreu temporada passada.

Nota: A-

 

Quinto round, Pick #144: Marvell Tell III, S, USC

Foto: Stampede Blue

O safety de USC foi selecionado com a ideia de ser usado como cornerback. Mesmo com uma pré-temporada terrível, os Colts confiaram em sua velocidade, altura e envergadura, características que procuram em prospectos para a posição. Mesmo com limitações em realizar tackles e com problemas em jogar mais fisicamente, Eberflus e a comissão optaram por manter o jogador com o objetivo de desenvolvê-lo.

Ao longo de 13 jogos, Tell obteve 26 tackles (23 solo), um fumble forçado e cinco passes desviados. Sua melhor exibição na temporada se deu na Semana 13 contra os Jaguars, onde teve cinco tackles e três passes desviados. Assim como o time, caiu de produção ao final da temporada, onde toda a secundária sofreu com lesões e rendimento abaixo do esperado.

Com os altos e baixos e tendo em vista o valor que foi pago, Marvell Tell se mostrou uma boa escolha. Terá a concorrência de Xavier Rhodes e T.J. Carrie para a próxima temporada, mas nada impede que Tell garanta permanência no time.

Nota: C+

 

Quinto round, Pick #164: E.J. Speed, LB, Tarleton State

Foto: Colts.com

Considerada por muitos a escolha mais estranha de Chris Ballard em 2019. Algumas pessoas apontavam o jogador como um “novo Darius Leonard”, visto que praticamente ninguém o conhecia e, nos workouts com os Colts mostrou muita semelhança com o #53 devido à sua agressividade e velocidade e dedicação nos treinos. Fato é que o jogador apenas compôs elenco, tendo uma temporada fraca. Listado no site dos Colts como reserva para a posição de will linebacker, Speed apareceu em 12 jogos, nenhum como titular. Contribuiu com sete tackles (quatro solo).

Espera-se que o jogador tenha adquirido experiência para poder mostrar mais de seu jogo para a temporada 2020, mas com Darius Leonard de titular fica difícil aparecer sendo reserva de um titular absoluto. Speed deverá mostrar versatilidade se quiser fazer parte do elenco para a próxima temporada. E, mesmo que seja nos Specials Teams, é possível ser útil ao time.

Nota: D

 

Sexto round, Pick #199: Gerri Green, DE, Mississippi State

Foto: Stampede Blue

Sendo reserva de nomes como Montez Sweat e Jeffery Simmons nos tempos de College, Green foi selecionado de forma que pudesse a contribuir na rotação de elenco dos Colts. Teve seu nome cortado na lista final dos 53, acabou indo para o Practice Squad, foi contratado pelo New England Patriots até retornar aos Colts em 23 de setembro. Ao final de temporada Indianapolis assinou um contrato futuro com o jogador, garantido sua permanência até o final da pré-temporada de 2020 ao menos.

Sem nota

 

Sétimo round, Pick #240: Jackson Barton, OT, Utah

Foto: Rich Barnes – USA TODAY Sports

Para disputar vaga com La’Raven Clark e Joe Haeg, Jackson Barton foi escolhido no último dia, mas seu nome não apareceu na lista dos 53 para a temporada e acabou fazendo parte do Practice Squad da franquia. Em 11 de novembro os Chiefs o contrataram e o jogador viria a fazer parte do elenco campeão do Super Bowl LIV, mesmo sem jogar um único snap.

Sem nota

 

Sétimo round, Pick #246: Javon Patterson, C, Ole Miss

Foto: Colts.com

A última escolha do Indianpolis Colts no Draft 2019 viria para ser uma sombra do center reserva Josh Andrews. Mas durante os treinos de pré-temporada Patterson rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho e ficou de fora do restante da temporada. Com a saída de Andrews, espera-se que o jogador fique saudável para estar presente no elenco para a temporada.

Sem nota

 

Avaliação geral

Após o Draft praticamente perfeito de 2018, a esperança da torcida era que o de 2019 seguisse a mesma linha. Era óbvio que ninguém previa a aposentadoria de Andrew Luck e que a montagem do elenco sofreu um grande baque com sua saída, mesmo que sete das 10 escolhas tivessem sido do lado defensivo da bola. Com Luck os Colts certamente teriam vida mais fácil em muitos jogos na temporada e talvez não expusesse tanto os novatos.

O record 7-9 foi cruel, mas refletiu bem o que era o time sem um franchise quarterback de elite: um time que possui talento nos dois lados da bola, mas ainda muito jovem e com tendência a cometer erros. Para 2020, por exemplo, a chegada do QB Philip Rivers irá ajudar a conduzir melhor o ataque e Parris Campbell pode se aproveitar disso, visto sua velocidade em campo aberto. Outro exemplo é o CB Rock Ya-Sin, que melhorou consideravelmente na parte final da temporada e por isso merece um voto de confiança mesmo com erros notáveis na temporada passada.

Jogadores como Ben Banogu, Bobby Okereke e Khari Willis podem vir a ser bastante importantes para os Colts e isso requer tempo. Teremos uma melhor avaliação deste Draft nesta temporada, afinal um ano é muito pouco para avaliar jogadores, mas tendo em vista o desempenho de cada um deles no ano passado, uma nota C seria aceitável para Chris Ballard e companhia.

Nota geral: C

 


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