Pós-jogo Colts vs Bills – Nem tão frio quanto a neve

Por Pedro Jorge Marinho

Colaboração e edição: Carol Vago

O JOGO

Times ruins sempre encontram um jeito de perder e aplicando a máxima do nosso futebol: Quem não faz, leva. Debaixo de uma nevasca absurda sob o estado de Nova York, em um jogo de poucas chances e sem condições de se estabelecer um plano de jogo para ambos os times, o Indianapolis Colts perde para o Buffalo Bills por 13×7 jogando fora de casa. Ainda que o placar não reflita um jogo não tão frio quanto a gelada Buffalo, o confronto teve momentos emocionantes no fim e overtime para decidir o vencedor, com direito a tentativa de two-point conversion e FGs errados.

Com neve cobrindo o campo todo, os times optaram pelo jogo terrestre. No primeiro quarto, pouca coisa aconteceu. Apenas LeSean McCoy e Frank Gore se esforçando ao máximo nas corridas e conseguindo bons avanços. Na primeira campanha do jogo, o Bills arriscou uma 4th & 3 na linha de 38 do campo de ataque mas o passe de Nate Peterman foi incompleto. O Colts, onde apenas Gore e Mack atuaram, chegou à linha de 15 do ataque, dando condições (teoricamente) para um FG de 33 jardas. Dessa vez Adam Vinatieri mandou um pouco à direita do Y e Indianapolis saiu zerado de campo.

O segundo quarto foi um show de horrores. Não havia condições de jogo. A neve castigava e os jogadores faziam o possível para se manterem aquecidos. O lance que mais chamou atenção neste período foi um dos punts do Rigoberto Sanchez. A bola cravou no chão em meio à neve na linha de 2 jardas. Na última campanha, o Bills engata boas corridas com McCoy, com ganhos de 23 e 25 jardas. Logo em seguida, Peterman lança 21 jardas para Kelvin Benjamin, deixando Buffalo na beira da endzone. O touchdown veio rapidamente. Benjamin recebeu a bola e concluiu a recepção. 0x7 e intervalo.

O terceiro quarto não foi muito diferente. Punts e mais punts. A diferença foi que a nevasca diminuiu o suficiente para ter visibilidade. Com isso, os times arriscaram mais passes, mas sem muito sucesso. A jogada chave deste quarto foi um fumble forçado pelo Barkevious Mingo no Mike Tolbert, onde o nosso #52 conseguiu recuperar a bola. Vale ressaltar também a possível concussão do Nate Peterman, que o tirou do jogo. O último quarto começou com uma tentativa frustrada do Colts em arriscar uma 4th & 2 na linha de 30 do ataque. O Bills, então, retorna ao campo. Um false-start numa 4th & 1 complicou a vida do time de Nova York. O punt foi a melhor opção.

Pela primeira vez na temporada, Indianapolis consegue uma campanha suficientemente grande para cansar a defesa. Quase 10 minutos. Naquele momento, Frank Gore já havia ultrapassado a marca das 100 jardas pela primeira vez na temporada. Com passes curtos e suficientes para a primeira descida, o Colts caminhou bem pelo campo. Após Marlon Mack ser parado na linha de 3 jardas, Brissett chama um belo play-action e passa para Jack Doyle. Sem nada a perder, Indianapolis arrisca os dois pontos. O passe cai no colo do Doyle, mas Kamar Aiken comete falta (bem questionável por sinal). Dessa vez, optaram por chutar o extra-point. Vinatieri faz o chute, a bola parece ir pra fora, mas pega efeito e entra no Y. Um belo chute de 43 jardas para empatar o jogo.

Com Joe Webb no comando de ataque e 1:16 para o fim, o Bills tenta caminhar mas um passe mal feito pelo QB cai nos braços de Matthias Farley na linha de 28 jardas do campo de defesa. Sem tempo para pedir e com 52 segundos no relógio, o Colts poderia ter arriscado pelo menos um passe a dar mais chance ao Vinatieri. Mas uma corrida de 3 jardas do Gore foi o único avanço do Colts. E após um spike, nosso #4 erra um fieldgoal de 43 jardas. Overtime!

Buffalo ataca primeiro. Até se desenvolve bem a campanha, gastando o relógio o máximo possível, mas o HC do Bills decide não arriscar uma 4th & 1 já no campo de ataque e devolve a bola ao Colts. Indianapolis consegue apenas um firstdown no drive e também devolve a bola. Com 2:25 e um iminente empate, Joe Webb arrisca. Uma bomba de 34 jardas para Deonte Thompson. Bola na linha de 27 do ataque. Um fieldgoal bastaria para a vitória. Mas LeSean McCoy acha um buraco no lado esquerdo da defesa e corre para a endzone. 7×13, fim de jogo e 3-10.

PONTOS POSITIVOS:

  • Frank Gore! 130 jardas em 36 carregadas (um recorde na sua carreira). O veterano ainda produz muito bem. Uma pena não ter conseguido TD para coroar o bom jogo;
  • A jogada do TD foi bem bonita. Poderiam acontecer mais deste tipo;
  • A INT do Farley. O S leu bem a jogada e nos deixou em condições de vitória. Além disso, teve boa participação com 7 tackles;
  • Quincy Wilson fez boa partida. Com um tackle e três passes defendidos, o rookie mostra serviço mais uma vez.

PONTOS NEGATIVOS:

  • Nenhum sack da defesa;
  • Kenny Moore falhou na cobertura ao Thompson. O passe foi bom, mas o #42 foi batido facilmente;

Próxima quinta-feira, 23h30, no Lucas Oil Stadium, temos Indianapolis Colts x Denver Broncos. Dessa vez teremos condições ambientais favoráveis ao jogo. Vamos ver se Brissett segura o rojão de enfrentar Von Miller & Cia após um jogo desgastante durante o tempo normal e acrescido de um overtime.

OPINIÃO

Estamos 3-10 na temporada, na 3ª posição do Draft 2018. Sabemos das necessidades do time a longo prazo, mas acho que torcer por derrota não faz parte do meu feitio como torcedor. Se ela acontecer, que seja dentro de campo (até porque o Colts atual não precisa se esforçar muito para perder). Sabemos que Chris Ballard está consertando os erros do antigo GM e com certeza irá atrás de um HC e staff competentes para o próximo ano. As contratações na Free Agency deste ano se mostram eficazes, pois praticamente todos eles são titulares e importantes neste time. Com uma projeção de US$ 84 milhões para o ano que vem, nosso GM tem tudo para melhorar ainda mais o roster e oferecer bons contratos aos jogadores que fazem valer dentro de campo. Ainda que o time não precise perder pra vermos o quão ruim ele é, a posição do Draft reflete as nossas fraquezas de forma mais concreta.

OS MELHORES DA SEMANA

Frank Gore teve um dos melhores jogos pelo Colts. Sendo quase forçado a correr pela quase impossibilidade de usar o jogo aéreo, o RB chegou ao recorde de carregadas em um jogo em sua carreira. Farley conseguiu uma interceptação em uma das poucas jogadas aéreas do adversário. Wilson foi outro que, quando cobriu o recebedor alvo do Bills, teve bom desempenho com 3 passes defletidos.

Enquanto isso acompanhem nosso Podcast Colts Brasil, semanalmente no Fumble na Net. As notícias e cornetadas no @HorseshoeBR, @potrosbr, @CarolVago12 e @pj1992.

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