Faltam 47 dias para a 100ª temporada da NFL e hoje relembramos uma das histórias mais tristes da liga: A morte de Sean Taylor aos 24 anos. Acesse fumblenanet.com.br/nfl100 para conferir outras histórias da NFL.
Quando o assunto é o Draft de 2004, o primeiro pensamento é sobre os quarterbacks daquela classe. Não é de maneira alguma um julgamento infundado ou injusto. Eli Manning, Philip Rivers e Ben Roethlisberger figuraram entre os melhores jogadores dos últimos quinze anos. Além disso, somam quatro anéis de Super Bowl. Porém, outra escolha que não pode ser esquecida é a de número 5, feita por Washington. Vindo da Universidade de Miami, o safety Sean Taylor de 21 anos.
Muito se esperava do garoto nascido e crescido na Flórida. Rápido, inteligente e excelente tackleador, não demorou para assumir a titularidade da secundária do Washington Redskins. Três semanas, para ser mais exato. Foi no jogo contra o Cowboys que o camisa 36 ganhou a vaga. Semana 3 titularidade, semana 6 notoriedade. Contra o Bears, Taylor teve tanto seu primeiro sack quanto sua primeira interceptação. Uma excelente atuação ajudando na vitória por 13 a 10.
Sean terminou 2004 com quatro interceptações, 15 passes defletidos e 78 tackles. Além de lances inesquecíveis tanto para os habitantes de Washington quanto para os demais fãs de futebol americano. Em 2005, Taylor passou a vestir a jersey 21. Com uma campanha de 10-6, se classificaram para os playoffs. Na partida contra o Buccaneers, válida pelo Wild Card, Taylor anotou um touchdown num retorno de fumble, colaborando para a vitória por 17 a 10. No duelo seguinte, acabaram caindo para o Seahawks de Shaun Alexander.
Taylor tinha de lidar com seus próprios demônios. Teve problemas com a polícia como dirigir embriagado e acima da velocidade, além de lesão corporal. Ficou inclusive em liberdade condicional por 18 meses, palestrando em escola de Miami sobre a importância da educação. No entanto, de acordo com colegas de equipe, ele vinha colocando a vida em ordem por conta do nascimento de sua filha.
Iniciou de maneira fantástica a temporada de 2007, liderando a NFC em interceptações (5). No dia 26 de novembro, Taylor teve sua casa invadida. No incidente, foi atingido em sua coxa. O disparo acertou sua artéria femoral, causando uma hemorragia intensa e seu falecimento no dia seguinte, aos 24 anos. O pavoroso repórter Colin Cowherd, à época na ESPN Radio, correu para acusá-lo e falou absurdos no ar. “Não é porque você limpou o carpete que você realmente tirou toda a sujeira de lá. […] Certas coisas são tão profundas que permanecem lá para sempre.” Pouco tempo depois ficou provado que a morte foi causada por uma tentativa de roubo, tornando a declaração ainda mais estúpida.
Taylor foi enterrado no dia 3 de dezembro, em Miami. Todos os jogadores da NFL tiveram o número 21 bordado em seus uniformes na semana 13. O safety foi votado, mesmo após sua morte, para o Pro Bowl do mesmo ano. Durante o partida, Taylor foi novamente homenageado. O time da NFC iniciou com apenas 10 jogadores como tributo ao jogador.