Miles Sanders: “E aí, Philly?”

Tradução livre do manifesto feito pelo running back do Philadelphia Eagles, Miles Sanders, para o site theplayerstribune.com.

Link: Texto original


E aí, Philly?

Eu sentia que eu ia ser um Eagle.

Pelo menos, eu sabia que eu queria ser um.

Ao longo de todo o processo, Philadelphia sempre esteve alta na minha lista. Eu tive muitos workouts antes do Draft, mas o de Philly foi o meu melhor. E eu realmente gostei de todos que eu encontrei lá. A vibe era boa, tá ligado?

Então no segundo dia do Draft, quando meu telefone tocou e era o Howie Roseman dizendo: “Parabéns, você será um Eagle!” … cara, é difícil de descrever. Eu não sabia o que dizer. Eu estava tipo “Ãhhhh… Obrigado, obrigado, obrigado!” Então o coach Pederson falou comigo, depois o Duce e eu não conseguia ouví-los porque eu estava rodeado de amigos e parentes, e eles estavam enlouquecidos. Minha mãe estava chorando, eu estava ficando emotivo. Foi um momento especial.

Desde então, tem sido frenético, tentando pegar o ritmo e ficar pronto para a temporada.

E eu vou te dizer, Philly… todos os dias que eu estou aqui, vai ficando mais evidente que eu não poderia ter ido parar em um lugar melhor.

Este é o porque eu queria falar rapidinho com vocês antes de a temporada começar. Tudo tem acontecido tão rápido, que eu não tive a chance de me apresentar de forma apropriada.

Então… Eu sou o Miles.

As vezes eu atendo por Boobie.

Uma das razões pelas quais os Eagles estavam tão altos na minha lista é porque.. Pensilvânia, cara. Os Steelers e os Eagles estavam alí no topo, porque eu sou uma garoto da Pensilvânia, de ponta a ponta – nascido e criado no leste da Pensilvânia, fui para (WE ARE!) Penn State e agora sou abençoado por ser um Philadelphia Eagle.

Tudo que eu sou.. é tudo Pensilvânia. Eu tenho orgulho disso.

Mas tem uma coisa sobre crescer jogando football na Pensilvânia: Se você é bom o suficiente, você começa a ser apelidado como o “próximo fulano”. Nós tivemos muitos grandes jogadores de football que saíram deste estado durante os anos, especialmente nos últimos tempos. E assim, existem algumas crianças por aí na Pensilvânia sendo chamadas de “próximo Tyler Boyd”, “próximo Marvin Harrison” ou de “próximo Aaron Donald” – todos lendas da Pensilvânia.

Quando eu estava chegando, as pessoas me chamavam de “próximo LeSean McCoy”, o que eu gostava porque eu sempre amei o jogo do Shady. Ele joga muito.

Mas depois de um tempo, as comparações acabam sendo demais. Não pela pressão – estou tranquilo quanto a isso -, mas pelo fato que é fácil se pegar tentando ser outra pessoa ou viver sob expectativas, ao invés de controlar somente o que está ao seu alcance, sendo você mesmo. É fácil de esquecer quem você é.

Eu quase caí nessa besteira em Penn State, depois que o Saquon Barkley saiu.

Eu admito, sentar no banco para o Saquon foi provavelmente a coisa mais difícil que eu passei durante toda minha carreira de jogador de football. Por duas temporadas, eu assistia meu irmão dominar o mundo como uma relâmpago. E eu estava feliz por ver ele brilhar. Ele é um jogador especial.

Mas cara, foi difícil sair do ensino médio sendo “O CARA” – um dos melhores corredores do estado e pronto para “destruir”  na universidade – para… ser um reserva.

Quando olho para trás, sou grato por aquela dificuldade. Eu usei aquele tempo para crescer como pessoa, ficar mais forte e explosivo como um running back. Eu realmente elevei o meu jogo a um outro nível, aprendi muito sobre mim mesmo e sobre o que eu sou capaz, durante esse processo.

Quando Saquon saiu para a NFL, ele me puxou de lado e disse: “Boobie… vá lá e seja você. Não tente ser outra pessoa.”

Eu acho que ele tinha ouvido do que as pessoas estavam me chamando, quando ele estava saindo:

“O próximo Saquon Barkley”.

Jamais passou pela minha cabeça que eu precisaria ser o Saquon. Mas você consegue imaginar alguém pior para você ser o substituto? É uma responsabilidade muito grande. Ele ter me feito saber que ele confiava em mim para fazer um nome para mim mesmo e ajudar a carregar nosso time… isso realmente significou muito.

Eu sempre serei grato ao Saquon. Ele tem sido uma enorme motivação para mim.

E agora, aqui em Philly, eu tenho mais motivação do que nunca para ser grande.

Quando eu entro em campo e olho em volta, eu vejo Kelce e Lane Johnson, ambos Pro Bowlers. Jason Peters, que esteve em 9 Pro Bowls nos seus 16 anos na liga. Eu vejo Zach Ertz, Carson Wentz, DeSean Jackson, Nelly Agholor – e é tipo, “porra (desculpe o palavreado), nós temos alguns ‘craques de bola’ aqui”.

E muitos deles tem um anel de campeão do Super Bowl.

Então eu vejo esses caras e tudo que eu consigo pensar é: “Cara, eu preciso chegar no nível deles. Eu tenho que trabalhar mais pesado”.

E eles tiram o melhor de mim. Eu realmente acredito nisso. Eles têm sido ótimos mentores, me ensinando em campo e como me portar como profissional fora dele. É inacreditável, de verdade.

Eu sinto como se eu fosse o cara mais sortudo em toda a Pensilvânia.

De certa forma, Philly se parece muito com Penn State, porque tem torcedores dos Eagles em todos os lugares. Eu não posso nem ir ao mercado sem que alguém chegue para mim tipo “Ei, você não é o…?”.

E eu digo isso no bom sentido. Tem sido só amor. Somente apoio. Acredite, eu ouvi todas as histórias de como os torcedores de Philly podem ser difíceis. E mesmo que eu não tenha sentido isso na minha própria pele, eu acredito em cada palavra. Porque eu consigo ver o quanto vocês amam esse time.

Então o que eu quero que vocês saibam sobre mim é que vocês terão aqui um jogador que ama esse jogo no mesmo nível em que vocês amam o seu Eagles. Alguém que vai jogar e por sua alma e seu coração em cada jogo, em cada corrida, em cada jogada. Um garoto da Pensilvânia que se sente abençoado por permanecer em casa, representando a Pensilvânia. Eu sinto como se eu tivesse todo o estado atrás de mim, me apoiando. Eu levo isso a sério. Eu não consigo imaginar estar em um lugar melhor.

Mas não terão mais comparações. Sem mais esse papo de “próximo isso” ou “próximo aquilo”. Porque os Eagles não me selecionaram para ser o “próximo” nada.

Eles me selecionaram para ser Miles Sanders.

Boobie.

E eu vou trabalhar pesado para garantir que vocês lembrem do meu nome.

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