Conhecendo Denico Autry: o coração de leão

Por Carol Vago

Colaboração: Pedro Jorge Marinho e Carlos Massari

 

A nova temporada da NFL está oficialmente aberta, marcada pela free agency, no início do mês de março. Contratos dos jogadores chegam ao fim para que novos sejam assinados. E a tensão para saber quem estará no roster do time que você torce só aumenta a cada contratação, a cada “chapéu” que um rival dá no seu time, a cada milhão que avaliamos como um overpay ou não.

Quando se trata do Indianapolis Colts, não acredito que existam dúvidas quanto à forma de atuação de Chris Ballard nessa temporada. Inúmeras entrevistas do General Manager no Colts citam, de forma incansável, que “não se pode comprar um locker room”. A filosofia que vem sendo implantada no time desde a temporada 2017-2018, as contratações para o front office, as alternativas encontradas para o coaching staff e os movimentos no período de free agency até então, têm evidenciado a forma como o time do Colts será reconstruído, agregando a maior parte do talento por meio do Draft. Até o momento, contratamos Denico Autry, DE que atuou pelos Raiders na temporada anterior, Eric Ebron, TE ex-Lions, o WR Ryan Grant, que atuou pelo Washington Redskins na temporada de 2017 e o C/G Matt Slauson, ex-Chargers.

 

O INÍCIO

Autry começou a trilhar seu caminho até a NFL em Albermarle High School, em North Carolina. Colecionou alguns prêmios individuais e credenciou-se para jogar pelos Leões de East Mississippi Community College (EMCC). Talvez esse nome seja familiar para você, leitor. O College, onde Denico passou seu primeiro ano após o high school, é conhecido pelo seriado “Last Chance U”, original da Netflix. Muitos jogadores com problemas extracampo passam pela instituição com o objetivo de conseguir uma última chance de alcançar uma vaga para jogar futebol americano em uma universidade da Division I.

Buddy Stephens, head coach de EMCC, conta que Denico costumava quebrar regras para jogar basquete com os amigos, em quase completo sigilo. Não se podia negar as habilidades atléticas de Autry, uma vez que o jovem escalava uma parede de mais de 4,2 metros (14 pés) para desabilitar as câmeras de segurança do College. Graças as boas atuações em EMCC, Autry conseguiu se transferir para o Mississippi State Bulldogs, da primeira divisão.

Jethro Franklin, então técnico de linha defensiva do Miami Hurricanes, ao observar os atributos físicos de Autry, comenta que “já era esperado que o jogador pudesse evoluir”. O técnico não conseguiu trabalhar o jogador ainda no College, uma vez que o jogador preferiu não se juntar a Miami, USC e outras universidades, ainda que estas pudessem lhe oferecer mais exposição. Ao escolher os Bulldogs, Denico chegou a SEC como um possível starter.

Jogou apenas catorze jogos pela universidade, não teve atuações que o colocassem sob os holofotes do Draft. Colecionou 73 tackles, sendo 6 para perda de jardas, seis sacks e 3 fumbles forçados. Mas, ainda assim, conseguiu uma vaga entre os jogadores da NFL, como undrafted free agent, pelo Oakland Raiders.

 

CARREIRA NA NFL

Após a chegada nos Raiders, conseguiu participar de ao menos 10 jogos em todas as temporadas, tendo jogado todas as partidas nos últimos dois anos. Após algum tempo, Franklin enfim conseguiu trabalhar com Autry. O treinador ainda reforça as habilidades do jogador, destacam que “mesmo que ele não chegue até o quarterback adversário, o jovem tem a visão e a consciência suficientes para atravessar a linha de passe e desviar a bola”.

Não bastassem os elogios ao jogo de Denico, Franklin ainda completa dizendo que o jogador “tem o coração de um leão”. Não apenas por parte dos técnicos, Autry é respeitado e querido pelos companheiros de equipe. Como Chris Ballard insiste em dizer “você não pode comprar uma locker room”, o respeito e a convivência são alcançados com o tempo, e o jogador parece se encaixar muito bem na filosofia do General Manager. Naturalmente, este é apenas um dos motivos pelos quais o jogador foi contratado pelos Colts.

Matt Eberflus, coordenador defensivo do Indianapolis Colts, reforçou que “o time quer atletas, jogadores com velocidade instinto e habilidades notáveis, e nós pudemos ver isso em campo” quando observaram o jogo de Autry. Eberflus também reforçou que velocidade, rapidez e habilidade atlética são características que o Colts pretende adicionar por meio do Draft e free agency. Além disso, Autry também destacou que o novo esquema de jogo da defesa do Colts o atraiu, sendo um dos principais motivos para assinar com a franquia de Indianapolis.

As estatísticas são boas para um jogador que não chegou a ser starter pelos Raiders. Na temporada de 2017-2018, conseguiu 5 sacks, ficando atrás apenas de Khalil Mack e Bruce Irving, 7 passes desviados e alguns bloqueios de chutes. Em 2015, ano menos produtivo, também conseguiu um safety contra o San Diego Chargers.

Chega ao Colts como um jogador não esperado pela torcida, sem os holofotes de outros agentes livres nessa offseason. Espera-se que possa contribuir para a rotação, principalmente por sua habilidade de chegar ao quarterback adversário, possivelmente dividindo snaps com John Simon, que atua melhor contra o jogo corrido.

Para Carlos Massari, escritor do Raiders Brasil, Denico Autry “é o típico jogador rotacional de linha defensiva, ainda que não tenha qualidade suficiente para ser starter, pode produzir se bem utilizado”. Ele é “um pass rusher e teve um crescimento de produção com a troca de coordenador defensivo dos Raiders. Sabe chegar ao QB, mas mostra deficiência contra o jogo terrestre”. O valor pago pelo Colts é o equivalente a um jogador que atua nos três downs, no entanto não é bom tê-lo em campo durante as duas primeiras descidas, apenas.

 

Fiquem ligados nas notícias sobre o Colts no @HorseshoeBr @potrosbr  e @fumblenanet , além dos pitados da @CarolVago12 e do @pj1992 !

Para mais informações sobre o Raiders, sigam @oakraidersbr, , @RaidersBrP!

Todos os conteúdos publicados neste site são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões e posicionamentos da FN Network.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

NOTÍCIAS RELACIONADAS

gyvtetc7xwwzdnco2rxm
O Indianapolis Colts e a cultura do conformismo
n1zksekmas958fslreob
Pós-jogo: Wk.2 Colts 24-27 Rams
iyadfea2y4kt88ulbdzu
Pós-jogo: Wk.1 Colts 16-28 Seahawks
INDIANAPOLIS, IN - FEBRUARY 13:  General manager Chris Ballard of the Indianapolis Colts addresses the media following a press conference introducing head coach Frank Reich at Lucas Oil Stadium on February 13, 2018 in Indianapolis, Indiana.  (Photo by Michael Reaves/Getty Images)
As necessidades dos Colts para 2021
Philip Rivers vs Bills
Pós-jogo: o bom, o ruim e o fim da temporada
Jonathan Taylor
Pós-jogo: o bom, o ruim e a classificação aos playoffs
prhcdp6h1gv0uiyfkn3y
Pós-jogo: o bom, o ruim e Jonathan Taylor
33281f41-99a0-4818-bbbd-772eb1c90bc4-GH_12202020_055
Pós-jogo: o bom, o ruim e DeForest Buckner
y23mm00vmyp6qgvlcew8
Pós-jogo: o bom, o ruim e Kenny Moore II